Teologia Pactual e Dispensacionalismo, por William R. Downing

Todo Cristão, estudante da Bíblia, professor da Bíblia, estudioso da Bíblia, e pregador se aproxima das Escrituras a partir de seus pressupostos hermenêuticos. Estes podem ser corretos ou incorretos, misturados com uma determinada quantidade de erro, desenvolvidos por meio de estudo pessoal, herdados através da tradição religiosa, recebidos através da instrução religiosa formal ou informal, uma educação no seminário ou adquiridos através da leitura de uma determinada “Bíblia de Estudo”. Todos os crentes têm a mesma Bíblia, mas muitas vezes têm diferentes abordagens para a sua interpretação. Toda a verdade, mesmo a verdade de Deus, é necessariamente interpretada de acordo com os pressupostos de alguém. Este artigo discute dois dos enfoques hermenêuticos gerais e as principais questões envolvidas. Houve, desde o início do século XX e do advento do ensino Dispensacionalista, duas abordagens gerais, e diferentes entre si, para a interpretação bíblica dentro do Cristianismo Reformado e Evangélico e entre os Batistas: Teologia Pactual e Dispensacionalismo.

A Teologia Pactual tem sido a abordagem bíblica histórico-teológica tanto de teólogos Reformados e Batistas desde o século XVI.
C. H. Spurgeon (1834-1892): A doutrina do pacto está na raiz de toda a verdadeira teologia. Já foi dito que aquele que entende bem a distinção entre o pacto das obras e o pacto da graça é um mestre em Divindade. Estou convencido de que a maioria dos erros que os homens cometem sobre as doutrinas da Escritura são baseados em erros fundamentais no que diz respeito aos pactos da lei e da graça1.

Isso pode ser observado pela Reformada e Antiga Confissão de Fé Batista e os principais pregadores e teólogos Batistas:
A Primeira Confissão Batista de Londres (1644), diz no artigo 10:
Jesus Cristo é feito o mediador da nova e eterna aliança da graça entre Deus e o homem, sendo sempre perfeita e completamente o profeta, sacerdote e rei da Igreja de Deus eternamente (1 Timóteo 2:5; Hebreus 9:15; João 14:6; Isaías 9:6-7).

A Segunda Confissão Batista de Londres (1689), Capítulo 7: Sobre a Aliança de Deus:
1. A distância entre Deus e a criatura é tão grande, que, embora as criaturas racionais lhe devam obediência como seu Criador, nunca poderiam ter alcançado a recompensa da vida, senão por alguma condescendência voluntária da parte de Deus, que Ele Se agrada em expressar por meio de aliança1. (1 Lucas 17:10; Jó 35:7-8)

2. Ademais, tendo o homem trazido a si mesmo sob a maldição da lei, por sua Queda, aprouve ao Senhor fazer um Pacto de Graça2, no qual Ele oferece livremente aos pecadores a vida e a salvação por meio de Jesus Cristo, exigindo deles a fé nEle, para que eles sejam salvos3; e prometendo dar a todos os que são ordenados para a vida eterna, o Seu Espírito Santo, para torná-los dispostos e capazes de crer4. (2 Gênesis 2:17; Gálatas 3:10; Romanos 3:20-21; 3 Romanos 8:3; Marcos 16:15-16; João 3:16 ;4 Ezequiel 36:26-27; João 6:44-45; Salmos 110:3)

3. Esta aliança é revelada no Evangelho; primeiramente a Adão na promessa de salvação pela semente da mulher5, e depois por passos adicionais, até o desvelamento pleno da mesma consumado no Novo Testamento6; e é fundada naquela transação da eterna Aliança que havia entre o Pai e o Filho para a redenção dos eleitos7; e é somente pela graça desta Aliança que todos da caída posteridade de Adão que já foram salvos obtiveram a vida e a bem-aventurada imortalidade, o homem é agora totalmente incapaz de ser aceito por Deus naqueles termos em que Adão permanecia em seu estado de inocência8. (5 Gênesis 3:15; 6 Hebreus 1:1; 7 2 Timóteo 1:9; Tito 1:2; 8 Hebreus 11:6, 13; Romanos 4:1-2, e etc.; Atos 4:12; João 8:5)

NOTA: Todos os notáveis pregadores, escritores e teólogos ao longo dos séculos XVII ao XIX, dentre os Batistas eram teólogos pactuais, por exemplo: John Spilsbury, Benjamin Keach, Hanserd Knollys, William Kiffin, John Bunyan, Hercules Collins, Nehemiah Coxe, Thomas Patient, John Gill, John L. Dagg, C. H. Spurgeon, J. P. Boyce e B. H. Carroll.



O Dispensacionalismo começou a ser desenvolvido no final do século XIX e foi popularizado através da Bíblia de Referência Scofield. O Dispensacionalismo agora caracteriza grande parte do Cristianismo Evangélico e muitas vezes é predominante em contextos Batistas modernos.

Teologia Pactual

A Teologia Pactual vê a Escritura nos termos do Divino propósito eterno, criador e redentor ou Pacto da Redenção [o pactum salutis ou “Aliança de Paz”] e seu desenrolar no tempo e na história em termos do Pacto de Obras e do Pacto de Graça revelados nas Escrituras. Os vários pactos subordinados e progressivos sob os Antigos Pactos e Testamento [Adâmico, de Noé, Abraâmico, Mosaico e Davídico] foram alianças da promessa (Efésios 2:12), e a Nova ou Evangélica Aliança é a realização e consumação da Aliança da Graça. Em suma, a Nova ou Evangélica Aliança é o Pacto da Graça. Este se origina completamente a partir da livre e soberana graça, da eleição à glorificação, e refere-se aos eleitos somente.
O eterno propósito redentor estende-se desde a eleição pessoal (Efésios 1:4; Romanos 11:5; 2 Pedro 1:10), à predestinação (Efésios 1:5,11; Romanos 8:29-30), aliança da redenção (Romanos 3:24-26; 1 Coríntios 1:30; Efésios 1:7; Colossenses 1:14; Hebreus 9:12; 1 Pedro 3:18), chamado eficaz (Romanos 8:30; 9:24; 1 Coríntios 1:26; Gálatas 1:6; Efésios 4:4; 1 Tessalonicenses 2:12; 2 Timóteo 1: 9; 1 Pedro 2:9; 5:10; 2 Pedro 1:3; Judas 1:1), regeneração (João 3:3-5,7; Tiago 1:18; 1 Pedro 1:23), justificação (Romanos 3:24; 4:25; 5:1-2,16,18; 8:30; Gálatas 3:24; Tito 3:7), adoção (Gálatas 4:4-7; Romanos 8:13), santificação (João 17:17; 1 Coríntios 1:1-2, 30; 6:11; 2 Coríntios 3:17-18; Hebreus 10:10; 1 Pedro 1:15-16) e glorificação (Salmos 73:24; Romanos 8:18, 23; 9:23; 1 Coríntios 15:43; 2 Coríntios 4:17; Colossenses 3:4; 2 Timóteo 2:10; Hebreus 2:10; 1 Pedro 5:1, 10; Judas 24).

A Teologia Pactual sustenta que Deus sempre lidou com o homem em um relacionamento pactual, a partir de um princípio de representação e imputação, isto é, tanto em Adão ou em Cristo [essa identificação é também denominada Teologia Federal], e não meramente em uma base pessoal (Romanos 3:24-6; 5:11-19; 1 Coríntios 15:22, 45-47). Nós estávamos em Adão por natureza; estamos em Cristo pela graça. Sempre houve e sempre haverá apenas um método de salvação e um relacionamento correto com Deus: através da fé pessoal no Senhor Jesus Cristo. Os crentes do Antigo Testamento aguardavam a cruz com expectativa; nós, como crentes do Novo Testamento olhamos para trás para ela, como ela foi (Gênesis 3:15; João 8:56; Hebreus 11:1 e seguintes). Nunca houve salvação através do sacrifício de animais ou por obras da Lei (Romanos 3: 27-31; 9: 31-32; Gálatas 2:16; 3:10-16).

NOTA: Os sacrifícios de animais foram todos típicos, não eficazes, e apontavam profeticamente para a cruz (Hebreus 10:11-14). Somente o sangue derramado do Senhor Jesus poderia, pode ou retirará o pecado.

Atos 13:39: “E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê”.

Gálatas 2:16: “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada”.

Romanos 3:19-20: “Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. 20 Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado”.
O Pacto de obras foi feito com o não-caído Adão (Gênesis 2:16-17). Adão transgrediu, apostatou e quebrou esse pacto (Gênesis 3:1-13; Oséias 6:7)2. Deus instituiu o Pacto da Graça (Gênesis 3:15) tanto como uma promessa ao caído homem pecador quanto como um desafio à serpente. A história da redenção e as relações posteriores de Deus com a humanidade devem ser vistas nos termos deste Pacto da Graça, como prometido nas alianças subordinadas no Antigo Testamento e realizadas e consumadas no Pacto da Graça Neotestamentário ou Nova Aliança, que foi ratificada pelo sangue do Senhor Jesus (Gênesis 12:3; Jeremias 31:31-34; Ezequiel 11:19-20; 36:25-27; Mateus 26:28, Gálatas 3:16; Hebreus 8:6-13; 10:16-18; 12:24; 13:20).

De fato, o Pacto da Graça é o Pacto de Obras [quebrado pelo primeiro Adão] realizado, cumprido e mediado através da Pessoa e obra redentora do Senhor Jesus Cristo, o qual, como o “Último Adão” e “Segundo Homem”, o único Mediador, Salvador e Redentor, completamente cumpriu e satisfez as suas necessidades através de Sua obediência ativa e passiva. Esta justiça perfeita e obediência completa são imputados aos eleitos através da fé. Assim, todo o escopo da salvação efetivamente vem aos eleitos por livre e soberana graça somente (1 Timóteo 2:5; Hebreus 9:15; João 14:6; Atos 4:12; Isaías 9:6-7).

Dispensacionalismo

O Dispensacionalismo, por contraste, enfatiza tais termos como “dispensação” (ο?κονομ?α, Português “economia”, de ??κος, “casa”, e ν?μος, “lei”, portanto, a gestão de uma casa, uma mordomia) e “era” (α??ν, “época”, “era”) nas Escrituras.
 O Dispensacionalismo é uma abordagem hermenêutica inclusiva que vê as Escrituras como dividida em vários períodos de tempo bem definidos ou “dispensações”. Em cada dispensação Deus revela um propósito salvífico particular a ser realizado para que os homens respondam, quer em fé ou descrença, obediência ou desobediência, ao contrário da Teologia Pactual, que sustenta apenas um método de salvação através da fé em Cristo somente. Estas dispensações ou períodos de tempo são vistos como os estágios sucessivos de revelação progressiva. Embora o número de eras varie de cinco a muitas dispensações [ultra-Dispensacionalismo], frequentemente sustenta-se sete dispensações que são: “Inocência” [a era de Adão antes da Queda], “Consciência” e “Governo Humano” [a partir da Queda de Adão a Noé], “Promessa” [de Abraão a Moisés], “Lei” [de Moisés a Cristo]3, “Graça” [a partir de Pentecostes até o Arrebatamento] e um “Milênio” literal [mil anos de reinado de Cristo na Terra], seguido pelo estado eterno.

A Teologia Dispensacionalista é latentemente Arminiana como um todo, no mínimo, um “Calvinismo modificado”, que é, na realidade, um Arminianismo refinado.

[Robert Haldane]: Muitos se dizem Calvinistas moderados, uma denominação sobre a qual não é fácil fixar uma ideia precisa. Para o sistema chamado Calvinismo, pode haver abordagens mais próximas ou mais distantes, mas aqueles que negam qualquer das doutrinas peculiares deste sistema não podem, em qualquer sentido, ser chamados Calvinistas. Estabelecer o termo Calvinismo a qualquer sistema no qual a doutrina da predestinação é excluída, ou em que é mesmo modificada, é completamente inadequado.

Alguns professam o Calvinismo, mas simulam sustentá-lo de uma forma mais irrepreensível do que ele é sustentado no sistema em geral. Eles parecem pensar que na defesa desse sistema, Calvino foi extravagante, e que ele ofendeu desnecessariamente por meio de afirmações exageradas, e por linguagem não justificada pelas Escrituras. Essas pessoas, presume-se, desconhecem os escritos de Calvino. O próprio Calvino é notável em manter-se no terreno Escritura, e evitando tudo o que pode justamente ser denominado extravagante. Nenhum escritor alguma vez já tolerou menos na especulação metafísica sobre as coisas profundas de Deus, do que este escritor. Para sustentar seu sistema foi necessário apenas expor o testemunho Escritura; e ele parece bastante contente em repousar a questão sobre este fundamento.

O que é chamado de Calvinismo moderado é, na realidade, Arminianismo refinado. É impossível modificar o primeiro sem deslizar para o último. Se a doutrina da soberania e da eleição incondicional de Deus são negadas, a regeneração e redenção devem sofrer uma alteração correspondente, e todas as doutrinas da graça serão mais ou menos afetadas4.

O dispensacionalismo também é inevitavelmente Antinomiano, na medida em que relega a “Lei de Moisés”, incluindo a Lei Moral, como tipificado no Decálogo, para uma suposta “Dispensação da Lei” do Sinai à Cruz. Assim, a Lei Moral teria sido revogada pela obra redentora de nosso Senhor e não se aplica a esta “Dispensação da Graça”. O resultado é que a própria natureza da conversão [substituída por “decisionismo”] e a experiência Cristã têm sido severamente modificadas e a realidade da santificação pessoal feita opcional através da doutrina necessariamente antinomiana do erro do “crente carnal”, o que torna a união do crente com Cristo ineficaz, contrária às Escrituras (Romanos 5:11-6:23; Colossenses 3:1-5 em diante). Observe os comentários do Dr. Lewis Sperry Chafer (1871-1952), um dos principais defensores do Dispensacionalismo:
...todo crente é agora dito ser santificado posicionalmente, santo, e por tanto um santo diante de Deus. Esta posição [união com Cristo] não tem qualquer relação com a experiência diária do crente mais do que isso deva inspirá-lo a uma vida santa... como a santificação posicional é absolutamente dissociada da vida diária, a santificação de modo experimental é absolutamente alheia à posição [união com] Cristo5.

NOTA: A Escritura faz de nossa união com Cristo, o próprio fundamento da nossa definitiva e prática santificação progressiva, como manifesta em nossas vidas diárias (Romanos 6:1-23; 1 Coríntios 6:14-20; 2 Coríntios 3:17-18; 5:13-17; Gálatas 2:20; Efésios 1: 3-6; 2: 4-10).

[Lewis Sperry Chafer]: ...Aqueles crentes que são dominados pela carne respondem à carne e os que são dominados pelo Espírito respondem ao Espírito (Romanos 8:5). Em qualquer caso, a mente carnal ou sensual funciona no reino da morte espiritual e a mente espiritual no reino da vida espiritual e paz (Romanos 8:6)... Muita ênfase dificilmente pode ser dada ao fato de que o Cristão pode funcionar em sua vida tanto no reino da morte espiritual-separação de Deus, ou no reino das coisas relacionadas com o Espírito Santo... o Cristão é salvo e seguro em Cristo, ainda que em sua forma de vida ele possa provar σαρκικ?ς ou πενυματι?ς6.

NOTA: O apóstolo Paulo chamou alguns dos Coríntios de “carnais” porque eles estavam olhando para os homens, em vez de para o nosso Senhor, não porque eles estavam vivendo vidas não convertidas ou pecaminosas (1 Coríntios 3:1-4). Além disso, Romanos 8:5-11 é claramente um contraste entre os convertidos e não-convertidos, não entre Cristãos “carnais” e “espirituais”.

Assim, ao contrário do ensino Dispensacionalista, a graça regeneradora deve ser expressa na vida através de uma experiência de conversão bíblica e uma forma de vida posterior- mente convertida e santificada como necessária em virtude da Nova ou Evangélica Aliança (Jeremias 31:31-34; Ezequiel 11:19-20; 36: 25-27; João 3: 3-7; 5:24; Hebreus 8:6-13; 12:14; 1 Pedro 1:15-16; 2:9).

Além disso, o Dispensacionalismo dá prioridade, não à graça, mas à raça, sustentando que Israel nacional é central para o propósito redentor de Deus, e “A Era da Igreja” [a “Dispensação da Graça”, da Cruz ao Arrebatamento] sendo apenas um parêntese nas relações de Deus com o Israel nacional.

NOTA: A terminologia “A Igreja” é usada tanto na Teologia Pactual Reformada e Teologia Dispensacionalista. A Reformada usa tal terminologia para identificar uma “Igreja do Antigo Testamento” [ou seja, Israel como o povo da Aliança de Deus] e uma “Igreja do Novo Testamento” [para designar aqueles sob a Nova Aliança e seus filhos]. O Dispensacionalismo usa essa terminologia para designar o conjunto de grande parte da Cristandade Gentílica como distinta de Israel nacional. Nem uma nem outra utilização do termo “Igreja” [?κκλησ??] é bíblica, mas tradicional e nebulosa.

A Questão Decisiva

O fator decisivo no que diz respeito à interpretação bíblica é: o Novo Testamento deve ser posto em estrita conformidade com a rígida interpretação literal do Antigo Testamento, ou o Antigo Testamento deveria ser interpretado e entendido à luz do Novo? A Teologia Dispensacionalista faz o Antigo Testamento determinante na interpretação e visa adequar o Novo Testamento a um literalismo rígido do Antigo Testamento. A teologia não-Dispensacionalista faz o Novo Testamento determinante, e assim, interpretativo e explicativo do Antigo.

A abordagem hermenêutica de alguém determina, assim, a relação do Novo Testamento com o Antigo, a Antiga Aliança com a Nova, a natureza progressiva da revelação Divina, a própria natureza da graça, da salvação e da igreja; a natureza da experiência Cristã, a relevância e a perpetuidade ou revogação da lei moral como a norma de justiça e o cumprimento final dos concertos da promessa na Nova ou Evangélica Aliança na Pessoa e na obra redentora de nosso Senhor e a plenitude do Evangelho, e, portanto, a natureza e o cumprimento da profecia bíblica.

Uma Consideração de Alguns Aspectos Envolvidos na Teologia Pactual Pedobatista
A grande distinção entre a tradição Reformada Pedobatista e a posição Batista histórica7, embora ambos sejam essencialmente Pactuais em sua teologia é que, em primeiro lugar, os Batistas têm sustentado que há elementos de diversidade dentro dos pactos, enquanto a tradição Reformada declarou que a aliança Abraâmica foi e é idêntica ao Pacto da Graça [Uma Aliança, duas administrações]. Em segundo lugar, que o Pacto da Graça é apenas isso: uma Aliança na qual a graça é livre e soberana e, portanto, refere-se à eleição apenas. Os Pedobatistas Reformados necessariamente corrompem a natureza da livre e soberana graça com a inclusão dos filhos infantes de pais crentes com base na ideia de “filhos da aliança” e regeneração presumida. Observe as seguintes declarações de teólogos Pedobatistas:
[Charles Hodge]: Pecam, portanto, contra Deus e suas próprias almas aqueles que negligenciam o comando de serem batizados em nome do Senhor; e pecam gravemente contra as almas de seus filhos os pais que negligenciam o consagrá-los a Deus na ordenança do batismo. Permitam que pequeninos tenham os seus nomes escritos no Livro da Vida do Cordeiro, mesmo que depois escolham apagá-los. Sendo assim inscritos, pode ser o meio de sua salvação8.

[Louis Berkhof]: É possível partir da pressuposição (não do conhecimento certo) de que as crianças apresentadas para o batismo são regeneradas e, portanto, estão de posse da semen fidei (semente da fé); e afirmar que Deus, pelo batismo, de algum modo místico que não compreendemos, fortalece na criança esta semente da fé”9.

A fonte e raiz do problema, segundo o exame e o pensamento deste escritor, é que os Reformadores herdaram e modificaram a prática do Pedobatismo da Igreja de Roma, que também possui uma mentalidade do Antigo Testamento quanto ao seu sacerdócio, ritos, rituais e cerimônias.

Vendo, por um lado e, não totalmente aceitando a regeneração batismal da Igreja de Roma, e também vendo nas Escrituras as características de uma Igreja do Novo Testamento com uma membresia regenerada e o batismo de crentes, mas encontrando em seu movimento Reformado muitos em suas fileiras que eram meros Cristãos professos exteriormente, eles se retiraram para uma posição a meio caminho quanto à “igreja visível” [composta por crentes e incrédulos, em oposição ao seu conceito de igreja “invisível” ou “verdadeira” composta somente pelos eleitos] e Pedobatismo.

NOTA: Martinho Lutero sobre uma Igreja de Crentes (1526): Aqueles que desejam ser Cristãos sérios, e confessam o Evangelho com a mão e boca, devem alistarem-se pelo nome e reunirem-se a parte de todos os tipos de pessoas em uma casa sozinhos para orar, ler, batizar, receber os sacramentos e praticar outros deveres Cristãos. Desta forma poderíamos saber que não eram Cristãos, punir, corrigir, excluir e excomungar. Então poderíamos esperar ações de graças em geral, dando de bom grado e distribuindo entre os pobres. Eu ainda não consegui encontrar [estabelecer] uma tal igreja, pois eu não tenho as pessoas para fazê-lo, e não vejo muitos que são urgentes por isso10.

O resultado foi o estabelecimento de Igrejas Protestantes Estatais como rivais para Roma [o princípio “neo-Constantiniano”]11, e um Pedobatismo modificado, permitindo-lhes se alistarem ao magistrado civil para impor a religião e permanecer inclusive na doutrina deles quanto a salvação para incluir crianças, indo além do ensino claro da Escritura.

NOTA: Martinho Lutero sobre o magistrado civil: Cada pessoa tem o dever e obrigação de prevenir e reprimir a blasfêmia, cada um segundo seu status. Em virtude deste mandamento, príncipes e autoridades civis têm o poder e o dever de abolir os cultos ilegais e estabelecer o ensino e adoração ortodoxos. Em relação a este ponto, Levítico se aplica: “Aquele que blasfemar o nome do Senhor, que ele seja condenado à morte”. ...Príncipes não só devem proteger os bens e a integridade física dos seus súditos, mas sua função mais essencial é promover a honra de Deus, reprimir a blasfêmia e a idolatria. É por isso que no Antigo Testamento os reis ...matam os falsos profetas e os idólatras. Tais exemplos aplicam-se à função do príncipe12.

Os Pedobatistas Reformados sustentam uma “Aliança da Graça”, tanto no Antigo como no Novo Testamento, com duas administrações, mantendo, assim, a circuncisão no Antigo Testamento e encontram o seu homólogo na aspersão infantil [Pedobatismo] no Novo como o “selo do pacto”, a parte de qualquer ensinamento ou testemunho bíblico e opondo-se ao ensino claro da fé pessoal e batismo dos crentes somente [credobatismo], e necessariamente por imersão13.

NOTA: Romanos 4:9-11. A circuncisão era “um selo da justiça da fé” que Abraão teve antes de sua circuncisão, isto é, Abraão foi circuncidado como um crente. Este foi um exemplo singular, e essa fé pessoal não pode ser atribuída a crianças. Logicamente, se o princípio for levado ao batismo e ao Novo Testamento, teríamos necessariamente o batismo de crentes.

Os Batistas afirmam que o Antigo Testamento e seus pactos progressivos — Adâmico, de Noé, Abraâmico, Mosaico e Davídico, eram alianças da promessa antecipatórias da Nova ou Evangélica Aliança, que se realiza na e através da pessoa e obra do Senhor Jesus (Efésios 2:12; Hebreus 7:22; 8:6-13; 9:1-20; 13:20).

Assim, a tradição Reformada nega a diversidade e esforço para a unidade da[s] aliança[s], não faz distinção entre as promessas feitas a Abraão e seus descendentes físicos relativos à sua nação e terra, e as promessas espirituais feitas a Abraão a respeito de sua descendência e filhos espirituais (Gênesis 12:1-3; Romanos 2:28-29; 4:9-11; Gálatas 3:5-24; Efésios 2:12; Hebreus 7:22).

Esta peculiar “Teologia Pactual” Pedobatista foi desenvolvida por Zwínglio e Bullinger em suas disputas com os Anabatistas, enquanto procuravam defender a aspersão infantil e o conceito de filhos da aliança contra o claro ensino bíblico de batismo de crentes por imersão por meio de “argumentar a partir da aliança”14. De fato, não encontrando sua prova dentro do Novo Testamento ou Escrituras do Antigo Testamento, eles recorrem a “argumentar a partir do Pacto”, e recorrem a “boas e necessárias inferências”, em vez de em permanecerem no ensino evidente da Escritura.

[J. G. Vos]: “A prova real do batismo infantil depende da verdade que os filhos dos crentes estão incluídos no Pacto da Graça”15.

[B. B. Warfield]: É verdade que não há nenhuma ordem expressa para batizar crianças no Novo Testamento, não há registro expresso do batismo de infantes, e não há passagens tão rigorosamente implicando que devemos inferir a partir delas que as infantes devem ser batizados... o mandado para o batismo infantil não deve ser buscada no Novo Testamento, mas no Antigo Testamento... e nada menos do que uma real proibição dele no Novo Testamento poderia nos obrigar a omiti-lo agora16 [Onde no Antigo Testamento nós encontramos um tal mandado? Isso é sinônimo de “argumentando a partir do Pacto” – W. R. Downing]

NOTA: Neste ponto, é revelada a grande distinção entre Pedobatistas Reformados e Batistas em sua abordagem básica da Escritura, como revelado e contrastado na Confissão de Fé de Westminster (1646) e a Segunda Confissão de Fé Batista de Londres (1689):

A Confissão de Westminster, Capítulo I, artigo VI:
Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a Sua própria glória, a salvação do homem, fé e vida, ou está expressamente declarado na Escritura, ou por boa e necessária inferência pode ser deduzido a partir da Escritura...

Compare isso com a Segunda Confissão Batista de Londres de 1689, Capítulo I, Artigo 6:
Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a Sua própria glória, a salvação do homem, fé e vida, ou está expressamente declarado ou necessariamente contido na Sagrada Escritura.

Note a alegada diferença entre a visão Reformada da “boa e necessária inferência” e a perspectiva Batista de “expressamente declarado ou necessariamente contido nas Escrituras”. A aspersão infantil, podemos afirmar, não é nem uma “boa” nem uma “necessária inferência”, na medida em que se distancia do claro ensino da Escritura e da própria natureza da livre e soberana graça.

Os Pedobatistas têm uma perspectiva do Antigo Testamento, que vê a Antiga Aliança como determinante; os Batistas têm uma perspectiva do Novo Testamento, que vê as Escrituras como uma revelação progressiva com sua consumação na Nova ou Evangélica Aliança e o batismo de crentes, tão claramente revelados no Novo Testamento. Crianças do sexo masculino sob a Antiga Aliança eram circuncidados como seu sinal da aliança; sob a Nova ou Evangélica Aliança, a regeneração, ou “circuncisão do coração” “não feita por mãos” é o sinal da aliança (Romanos 2:28-29; 4:9-16; Filipenses 3:3; Colossenses 2:11-13). Sob a Antiga Aliança, todos os homens dentro do contexto patriarcal e familiar eram circuncidados — filhos, descendentes e servos. A Nova ou Evangélica Aliança pertence somente às pessoas regeneradas como consistente com a própria natureza da livre e soberana graça, pois somente estes devem ser batizados.

A Teologia Pactual Pedobatista é inconsistente, em primeiro lugar, na medida em que dá precedência para a Antiga Aliança, e não à Nova [uma aliança com duas administrações]. Em segundo lugar, ela inclui o não-regenerado no Pacto da Graça, como eles veem o[s] Pacto[s] como possuindo duas administrações, a fim de incluir os filhos de pais crentes. Em terceiro lugar, isso limita a aspersão aos filhos imediatos de pais crentes, mas exclui todos os outros dentro do contexto da “família” estendida — todos os descendentes e servos ou empregados.

Teologia Pactual Pedobatista e Dispensacionalismo

O Dispensacionalismo separa Israel nacional e “A Igreja” em duas entidades distintas, mas inclui os Judeus, não pela graça, mas pela raça. A maioria dos Dispensacionalistas sustenta que Israel nacional ainda é um povo especialmente favorecido por Deus, e devem ser tratados como tal (Gênesis 12:1-3). Além disso, ela afirma que durante o milênio, Israel nacional voltará à centralidade da aliança Divina, religiosa e politicamente, com um governo mundial centralizado em Jerusalém sob um Rei Davídico, e sacrifícios de animais serão reinstituídos através de uma rígida conformidade literal à Antiga Aliança.

Assim, tanto Pedobatistas Reformados e Dispensacionalistas sustentam uma precedência determinante do Antigo Testamento sobre o Novo, e também a natureza e raça dentro da “Aliança” ou “Dispensação” da Graça, uma posição que é antibíblica e contraditória, privando a Nova Aliança da sua natureza gloriosamente distinta — livre e soberana graça decorrente da obra consumada de Cristo — e ambas pela necessidade de uma mentalidade da Antiga Aliança, que continua a ser necessária à hermenêutica deles.

Teologia da Nova Aliança

A Teologia da Nova Aliança é uma abordagem das Escrituras relativamente nova entre os Batistas Calvinistas, desenvolvida como uma posição entre o Dispensacionalismo e Teologia Pactual. Como um híbrido, ela possui algumas características de ambos. A Teologia da Nova Aliança é geralmente situada dentro da fé Batista bíblica e histórica, com algumas notáveis e determinantes exceções.

Historicamente, este movimento começou na última parte do século XX, com um conflito entre Reformados e Batistas da Graça Soberana sobre a questão da relevância e da observância do quarto mandamento, ou seja, relativa à unidade do Decálogo, em seguida, de todo o Decálogo ou da Lei moral como regra para a vida do crente. Tanto a Teologia Pactual e influências Dispensacionalistas coloriram os debates iniciais.

A Teologia da Nova Aliança sustenta com a Teologia Pactual a unidade do povo de Deus, tanto Judeus e Gentios como crentes. “A Igreja” é o Israel espiritual. Os Dispensacionalistas, negam a existência tanto do Pacto de Obras e do Pacto da Graça, e sustentam que os Dez Mandamentos, como parte do Pacto Mosaico, foram revogados pela obra redentora do Senhor Jesus Cristo. A Lei, portanto, não tem nenhuma relação com quaisquer crentes ou descrentes.

Assim, em comum com os Dispensacionalistas, a Teologia da Nova Aliança é necessariamente antinomiana, embora essa terminologia seja negada, sustentando que os crentes não estão mais sob os Dez Mandamentos, mas sob a “Lei de Cristo”, como se estes fossem diferentes. Sua posição é que “tudo o que Deus ordena é ‘lei moral’ para o indivíduo ordenado”17.

Eles, além disso, sustentam “que Deus não escreveu Sua Lei nos corações de todos os homens”, o que é contrário aos ensinamentos do apóstolo Paulo a respeito de cada homem como o portador da imagem de Deus (Romanos 2:11-16) e tanto à promessa quanto ao cumprimento da Nova Aliança, e (Jeremias 31:31-34; Ezequiel 11:19-20; Ezequiel 36:25-27; Hebreus 8:6-13), várias outras declarações feitas por defensores desta visão também parecem contraditórias, à luz da Escritura18.

Pensamentos Conclusivos

A Consistência da Teologia Pactual Batista

Em nossa opinião, a posição Batista histórica, como definida na Antiga Confissão de 1644 e na de 1689 e na Teologia Pactual, sem as peculiaridades Pedobatistas [a precedência da Antiga Aliança, aspersão infantil, os filhos da aliança, a regeneração presuntiva e um conceito de corpus mixtum da igreja] é biblicamente sã com os princípios tanto de uma revelação consistente, progressiva, batismo de crentes e uma visão da igreja ao longo do Novo Testamento [Nova Aliança] como composta por crentes batizados.

A posição Batista também permanece contra os distintivos do Dispensacionalismo [a prioridade do Antigo Testamento como a regra rígida de interpretação literal, a precedência de Israel nacional pela raça à parte da graça, antinomianismo, santificação opcional e latente Arminianismo]; é verdade quanto às Escrituras em sua evitação do antinomianismo e seu alinhamento com a perpetuidade da lei moral como o único padrão Divino de justiça.

Um Comentário sobre a Lei e o Evangelho a partir do Novo Testamento

No restante deste artigo, faremos algumas citações e explicações que demonstram a relevância e perpetuidade da Lei Moral a partir do Novo Testamento. Esta continua sendo uma das questões mais cruciais, especialmente no que diz respeito ao Dispensacionalismo e Teologia da Nova Aliança.

Uma ignorância sobre a Lei Moral necessariamente significa um conceito nebuloso e relativista sobre o pecado, pois a Bíblia vê o pecado em termos absolutos como transgressão da Lei de Deus (1 João 3:4). Uma ignorância sobre a Lei Moral significa necessariamente uma visão elevada da alegada “capacidade natural” do homem e “livre-arbítrio”, deixando de compreender biblicamente os efeitos absolutamente devastadores da Queda e do pecado (Romanos 6:17-18; Efésios 2:1-5). Uma ignorância sobre a Lei Moral significa necessariamente uma visão defeituosa do amor de Deus. O amor santo, justo e misericordioso de Deus tanto por santos e pecadores é geralmente ou iludido em uma emoção ou despojado de seu caráter moral. Uma ignorância sobre a Lei Moral significa necessariamente uma baixa visão ou banalização da graça, do Evangelho da salvação e, em geral, com ênfase na experiência e subjetividade ao invés da doutrina. A terrível realidade e poder do pecado determinam a natureza e o caráter da salvação. Uma ignorância a respeito da Lei Moral significa necessariamente uma baixa visão do arrependimento, ou uma renúncia desta verdade por completo, assim como o pecado torna-se relativo e subjetivo (Atos 17:31).

Além disso, uma ignorância sobre a Lei Moral significa necessariamente uma baixa visão do convite evangélico. A pressão psicológica para “tomar uma decisão religiosa” substitui o mandato universal de arrepender-se em face de certos julgamentos Divinos (Atos 17:31). A convicção de pecado é vista como uma questão leve. “Decisões” religiosas são feitas para uma variedade de questões: consciência perturbada, libertação do vício, unidade familiar, encontrar um sentido na vida e etc. A conversão bíblica é a partir do poder dominador e da condenação do pecado. Uma ignorância da Lei Moral significa necessariamente uma visão deturpada da conversão e da experiência Cristã e da necessidade de uma vida santa, piedosa e convertida. O Antinomianismo Dispensacionalista criou a heresia da “crença fácil” e do “crente carnal”. Uma ignorância da Lei Moral geralmente significa uma segurança carnal e uma falta geral de seriedade. O Antinomianismo Dispensacionalista nega o senhorio de Jesus Cristo na salvação (Atos 2:36)19.

O Cristianismo Evangélico Moderno abrange todos estes com suas degenerações da terrível seriedade de todo e qualquer pecado, seu entretenimento mundano e falta de santidade, a sua “crença fácil”, heresia do “crente carnal”, negação do senhorio de Cristo na atual experiência Cristã (Atos 2:36) e uma presunçosa “segurança carnal” que repousa não na justiça imputada de Cristo, mas em uma decisão religiosa. Muito disso pode ser ligado diretamente à ignorância ou à negação da Lei Moral de Deus.

A pregação da Lei, sem o Evangelho torna-se legalismo; a pregação do Evangelho, sem a Lei torna-se antinomianismo. A Lei protege a auto-consistência moral de Deus e, portanto, magnifica a Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo, através da graça do Evangelho. O Evangelho responde à auto-consistência moral de um Deus santo e justo e, portanto, às exigências da Lei. Os dois juntos glorificam a graça de Deus e dão ao Seu amor o seu necessário caráter moral. Este é aquele equilíbrio Divinamente revelado que encontramos no Novo Testamento.



Romanos 2:14-16: “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; 15 os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; 16no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho”.

NOTA: O homem, como o portador da imagem de Deus, teve a lei indelevelmente incorporada em seu coração no momento da criação, tornando-o um ser racional, moralmente responsável. A Lei Moral de Deus foi o meio ordenado por Deus para operar a convicção de pecado que é salvífica [os “ferrões” ou aguilhões de Atos 9:5] no despertar espiritual de Saulo de Tarso. Veja o seu testemunho pessoal sobre esta convicção em Romanos 7:7-13.

Gálatas 3:24: “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados”20.

NOTA: A Lei Moral permanece como o meio ordenado por Deus para a convicção de pecado.
[Charles Bridges]: [...] como há um modo legal de pregar o evangelho, assim há um modo evangélico de pregar a lei [...]21. Não podemos, de fato, ter muito do Evangelho; mas nós podemos ter pouquíssimo da lei, e um defeito na pregação evangélica da Lei é a causa tão clara da ministração insuficiente, como uma pregação legal do Evangelho. Em tal ministério, deve haver uma falta de convicção espiritual do pecado, geralmente — de pecados espirituais mais particularmente — e, fluindo diretamente daqui a um baixo padrão de obediência espiritual. Na verdade, todos os erros prevalentes na Igreja podem ser atribuídos a esta fonte.

Nós nunca teríamos ouvido falar sobre a ilusória perfeição Metodista (dependência mística sobre a luz interior [Quakerismo]), nem sobre e inconsistente profissão de ortodoxia (autojustiça Farisaica), nem o Pelagiano e o Sociniano se o padrão espiritual da lei fosse claramente exibido, e seu poder de convencimento verdadeiramente sentido22.

[Nós gostaríamos de acrescentar o moderno Antinomianismo Dispensacionalista com seu “decisionismo”, “crença-fácil” e heresia do “Cristão carnal”].


[Charles Bridges]: [...] Aqueles, de fato, que dispensam a lei de seu ministério, não reconhecem nenhum meio de convicção, senão a cruz. Mas, nosso Senhor não utiliza a Lei Moral com o jovem rico [Lucas 18:18-23] para este propósito expresso? Este também não foi o meio designado para trazer o apóstolo à apreensão espiritual de seu pecado?

Seu conhecimento de cada pensamento, imaginação, desejo, palavra e obra, e sua demanda intransigente por obediência absoluta e sem interrupção, sob pena de sua eterna punição, convencem o coração de sua culpa, corrupção e miséria, e deixam o pecador indesculpável e sem ajuda; sob a carranca de um Deus santo e irado; preparado para acolher o Salvador, e fazer perecer para sempre sem Ele.

Assim, a oração — “Deus, sê propício a mim, pecador!” — é mesmo compelida a partir daquele cujo comportamento externo fora “segundo a justiça que há na lei, irrepreensível”. Ele agora vê em si mesmo a própria natureza do pecado e da miséria a que o Evangelho o dirige; e, estendendo a mão do desejo e da fé, ele recebe o dom gratuito de Cristo23.

[C. H. Spurgeon]: Não há nenhum ponto em que os homens cometem maiores erros do que sobre a relação entre a Lei e o Evangelho. Alguns homens colocam a Lei no lugar do Evangelho; outros colocam o Evangelho no lugar da Lei; alguns modificam ambos e não pregam a nenhum; e outros inteiramente revogam a Lei, introduzindo o Evangelho.

Muitos pensam que a Lei é o Evangelho, e ensinam que os homens por boas obras podem ser salvos. Por outro lado, muitos ensinam que o Evangelho é uma Lei, por obediência à qual homens são salvos meritoriamente. Uma certa classe sustenta que a Lei e o Evangelho estão misturados, e que, em parte, pela Lei, e em parte pela graça, os homens são salvos [...].

Em relação ao coração humano. A Lei faz com que a ofensa abunde... ao desvelar o pecado para a alma. Quando uma vez o Espírito Santo aplica a Lei à consciência, os pecados secretos são arrastados para a luz, pequenos pecados são ampliados à sua verdadeira dimensão, e as coisas aparentemente inofensivas tornam-se excessivamente malignas... As fontes do abismo são rompidas, as câmaras das imagens são abertas, o mal inato da própria essência do homem caído é descoberto... A Lei corta o cerne do mal, ela revela a sede da enfermidade, e nos informa que a lepra se encontra no profundo... Aquele que uma vez pensou que ele poderia se arrepender e crer quando quisesse, não encontra em si mesmo nenhum poder para fazer ou um ou outro”24.

Hebreus 8:6-13: “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas. 7 Porque, se aquela primeira fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para a segunda. 8 Porque, repreendendo-os, lhes diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que com a casa de Israel e com a casa de Judá estabelecerei uma nova aliança, 9 não segundo a aliança que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; como não permaneceram naquela minha aliança, eu para eles não atentei, diz o Senhor. 10 Porque esta é a aliança que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo; 11 e não ensinará cada um a seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: conhece o Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior. 12 Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, e de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais. 13 Dizendo Nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de acabar”.

NOTA: Esta passagem a respeito da Nova Aliança, acima, é o cumprimento expresso de Jeremias 31:31-34, que é citado nos versículos de 8 a 12, contrário aos princípios do Dispensacionalismo e Teologia da Nova Aliança. Esta passagem declara ainda que todos nesta Nova Aliança serão regenerados, o que contraria a Teologia Pactual Pedobatista. Finalmente, ela não ensina uma aliança com duas administrações, mas sim a Antiga Aliança acabando com o cumprimento da promessa e da realidade da Nova Aliança.

Mateus 5:17-18: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. 18Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido”.

NOTA: Mateus 5 preocupa-se com a Lei Moral, como o contexto revela.
Romanos 6:14: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça”25. Gálatas 5:18: “Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei” [ο?κ ?στ? ?π? ν?μον].

NOTA: “Lei” em ambas as passagens acima é anarthrous [sem o artigo definido], e, portanto, refere-se a um mero princípio de comando exterior. A graça dá uma dinâmica ou habilitação internas. Isso não deve ser interpretado em um sentido da Teologia Dispensacionalista ou da Nova Aliança como contrastando as assim chamadas “Dispensações da Lei e Graça”, um erro um tanto comum.

Romanos 13:8-10: “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. 9 Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. 10 O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor”.

NOTA: O “amor” não é o cumprimento da Lei em sentido temporal ou Dispensacionalista, como se a Lei estivesse limitada a Israel em um determinado tempo-forma, mas em um sentido interpretativo. Assim, o amor é o cumprimento da Lei, de modo que a Lei interpreta o amor, ou seja, a Lei dá ao amor o seu caráter moral e contexto.

À parte de um necessário padrão externo — Lei Divina — o amor permanece indefinido. É verdade que o amor bíblico consistente não é um mero sentimento subjetivo, indefinido, mas uma realidade objetiva ordenada no contexto da e condicionada pela Lei — Palavra de Deus (Romanos 13:8-10), ou seja, nós amamos o nosso próximo quando não o privamos de sua vida, não mentimos para ele, não o roubamos, não cometemos adultério com a sua esposa ou cobiçamos o que ele tem, ou fazemos qualquer coisa que tende para tais atos manifestos. A ausência ou a revogação da Lei não é liberdade, mas ilegalidade — e ilegalidade é pecado (1 João 3:4)26. É apenas em termos da Lei de Deus que podemos consistentemente amar o nosso próximo, e até mesmo amar os nossos inimigos!

1 Timóteo 1:5-11: “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida... 8 Sabemos, porém, que a lei é boa27, se alguém dela usa legitimamente; 9 sabendo isto, que a lei não é feita para o justo28, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, 10 para os devassos, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para o que for contrário à sã doutrina, 11 conforme o evangelho da glória de Deus bem-aventurado, que me foi confiado.”

NOTA: A Lei Moral de Deus é uma realidade presente, que julga os homens, e deve ser usada retamente. No contexto do indevido uso Judaico da Lei como um sistema de justificação hipócrita, Paulo afirma que ela é “extremamente excelente”, se usada corretamente, ou seja, como um meio de convicção de pecado e repressão. A lei, “não repousa sobre” [ο? κε?ται] o justo, ou seja, repousa sobre ele como uma sentença de condenação, mas assim o faz sobre os ímpios.

Romanos 7:12, 14, 22; 8:3-4: “12 E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom... 14 Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado... Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus... 3 Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; 4para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”.

NOTA: Nesta seção (Romanos 6:15-8:9), que está preocupada com a relação do crente com a lei, o apóstolo refuta tanto o antinomianismo e o legalismo. O crente “tem prazer na lei de Deus segundo o homem interior”, mas é liberto tanto da rejeição da Lei [antinomianismo] ou de transformá-la em um sistema de obras [legalismo].

NOTA: Não há divisão capitular em 7:25—8:1. A Lei Moral é santa, boa, justa e espiritual. A graça nos coloca em conformidade com ela (Romanos 8:1-4). Não há graça antinomiana.

NOTA: Quando o apóstolo contrasta a si mesmo com o padrão absoluto da Lei em 7:14 [“mas eu sou carnal, vendido sob o pecado”], ele usou o termo “carnal” [?γ? δ? σ?ρκιν?ς ε?μι] no sentido de ser “feito de carne”, ou seja, o epítome da fraqueza diante da justiça absoluta da Lei, e não o termo σ?ρκιν?ς que conota a exibição de características carnais. Isto nem respalda a ideia do “Cristão carnal” nem a noção de que ele era não-regenerado naquele momento. Como um crente maduro diante da Santa Lei de Deus, ele é o epítome da fraqueza humana. Esta seção (7:14-25) trata do princípio do pecado interior e corrupção remanescente, como ele várias vezes distingue entre “eu” e “o pecado que habita em mim.”

Romanos 10:4: “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê”.

NOTA: Esse versículo é autoexplicativo. Nosso Senhor é o cumprimento [τ?λος]29 da lei quanto à justificação, mas apenas para aqueles que creem. Nós estamos ou em união com Adão e condenados, ou em união com Cristo e justificados. Os incrédulos ainda estão condenados sob o Pacto de Obras em união com Adão.

1 Coríntios 9:21: “Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo [μ? ?ν ?νομος Θεο? ?λλ’ ?ννομος Χριστο?]), para ganhar os que estão sem lei”.

NOTA: o apóstolo não estava sem a lei como um crente, mas viveu na esfera da Lei de Deus em Cristo. A questão centraliza-se sobre os Gentios descritos como aqueles “sem lei” e ele mesmo como estando “na lei” em relação a Cristo. O significado, para ser coerente, deve ser que, embora ele viveu como os Gentios quando entre eles, ele estava ainda vivendo [entre os Judeus ou Gentios] na esfera da lei de Cristo.

NOTA: το?ς ?ν?μοις ?ς ?νομος, μ? ?ν ?νομος Θεο? ?λλ’ ?ννομος Χριστο?. A designação “aqueles sem lei” (το?ς ?ν?μοις) era uma referência comum dos judeus em relação aos Gentios. Entre os Gentios, Paulo viveu como um Gentio, mas nunca de uma forma anárquica, como ele estava “na lei” em Cristo (?ννομος Χριστο?) [na esfera de ou sob a autoridade da Lei de Cristo]. Ele não era nem um legalista nem um antinomiano. A Lei Moral de Deus e a Lei Moral de Cristo são uma e a mesma30.

Romanos 3:19-20: “Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado”.

NOTA: A Lei Moral é relevante e perpétua, universal em sua extensão [“sob a lei”, ? ν?μος λ?γει το?ς ?ν τ? ν?μ? λαλε?, ou seja, no âmbito da jurisdição da lei] sobre toda a humanidade — e será o único padrão Divino, no Dia do Juízo Final. A função da Lei é a de expor o que é pecado diante de Deus e do homem. Observe, “o conhecimento do pecado” é δι? γ?ρ ν?μου ?π?γνωσις ?μαρτ?ας, ou seja, através da Lei há o pleno, completo conhecimento do pecado.

Concluímos este artigo com uma citação de um soneto e, em seguida, de um hino, os quais abrangem o relacionamento correto entre a finalidade da Lei e a glória do Evangelho: a primeira citação é a partir de um soneto sobre a Lei e o Evangelho por Ralph Erskine (1685-1752):

A Lei é um tutor muito em voga,
À graça do Evangelho ensina;
O Evangelho está para a Lei não menos
Do que o seu pleno fim para a justiça.
Quando uma vez o fogo da Lei de Deus
Tem me conduzido ao caminho do Evangelho;
Depois, de volta para a santa Lei,
Mui gentilmente a graça Evangélica atrairá.
Quando pela Lei para a graça eu sou instruído;
A graça pela Lei terá me governado;
Por isso, se eu não obedeço a Lei,
Eu não posso manter o caminho do Evangelho.
Um rígido mestre foi a Lei,
Exigindo o tijolo, negando a palha;
Mas, quando a língua do Evangelho a canta,
Ela permite-me voar, e dá-me asas.
— Ralph Erskine31
•••

A lei de Deus é boa e sábia,
e estabelece a Sua vontade diante de nossos olhos,
Mostra-nos o caminho da justiça,
e condena à morte quando nós transgredimos.
Sua luz de santidade comunica
o conhecimento de nossos corações pecaminosos
Para que possamos ver nossa condição perdida,
e buscar a libertação antes que seja tarde demais.
Para aqueles que encontram auxílio em Cristo,
e anelam em obras de amor abundar
Ela mostra que fazeres são o Seu deleite,
e o que deve ser feito como bom e reto.
Quando os homens desdenham a ajuda oferecida,
e voluntariamente em pecado permanecem,
Seu terror em seus ouvidos ressoa,
e mantém limitada a impiedade deles.
A lei é boa; mas desde a Queda
Sua santidade a nós todos condena;
Ela nos condena à morte por nosso pecado,
e não tem poder para justificar.
Para Jesus, em busca de refúgio fugimos,
Quem da maldição nos libertou,
E humildemente adoramos diante de Seu trono,
Salvos pela Sua graça, mediante a fé somente.
— Matthias Loy32
***
Dr. W.R. Downing é um Ancião na Igreja Batista Sovereign Grace, em Morgan Hill, Califórnia.

Nossa igreja crê e prega o evangelho da livre e soberana graça de Deus na salvação dos pecadores, e busca obter a maior audiência possível para a verdade do Evangelho.

Nós sustentamos uma visão Batista da Teologia Pactual, e, portanto, a Lei moral como o meio ordenado por Deus para convicção de pecado e de regra de vida para o crente.

[1] Comentários anexados ao sermão, “O Pacto”, como citado por Pascal Denault, Os Distintivos da Teologia Pactual Batista, pp. 6-7.
[2] Oséias 6:7, em Hebraico lê-se “como Adão” ???????? não “como homens”.
[3] Ao invés de manter a relevância e perpetuidade da Lei Moral, o Dispensacionalismo, que é antinomiano por natureza e necessidade, vê a Lei como um documento legal dado apenas para Israel, e limitado à “Dispensação da Lei” [do Sinai à Cruz].
[4] Robert Haldane, Exposição da Epístola aos Romanos, pp. 478-479.
[5] Lewis Sperry Chafer, Teologia Sistemática, VII, pp. 279-280.
[6] Ibid., p. 70.
[7] Para um estudo mais aprofundado, veja Earl Blackburn, Ed. Teologia Pactual: Um Distintivo Batista. Birmingham, Al: Solid Ground Christian Books, 2013. 161 pp; e Pascal Denault, O Caráter Distintivo da Teologia Pactual Batista. Birmingham, Al: Solid Ground Christian Books, 2013, 167 pp.
[8] Charles Hodge, Teologia Sistemática, III, p. 588.
[9] Louis Berkhof, Teologia Sistemática, pp. 641-642.
[10] Citado por Thomas Armitage, História dos Batistas, I, p. 397.
[11] A “mudança de Constantino” foi o estabelecimento do sistema de Igreja Estatal. Os Reformadores protestantes seguiram em estabelecer as suas próprias Igrejas estatais — “neo-Constantinianismo”. Veja Leonard Verduin, A Anatomia de um Híbrido: Um Estudo das Relações das Igrejas Estatais.
[12] Verduin Leonard, A Anatomia de um Híbrido, p. 195. Veja também Roland H. Bainton, Aqui eu permaneço: A Vida de Martinho Lutero, pp 294-296; Thomas Armitage, A História dos Batistas, pp. 401-403.
[13] O Novo Testamento ensina o batismo por imersão, um simbolismo, não de lavagem ou limpeza [o argumento Reformado sobre o batismo], mas de união do crente com Cristo em Sua morte, sepultamento e ressurreição (Romanos 6:3-5; Gálatas 3.27; Colossenses 2: 11-13). Pois, alterar os sujeitos ou o modo de batismo significaria uma releitura completa tanto da ordenança e de seu significado.
[14] Veja M. E. Osterhaven, “Teologia Pactual,” Evangelical Dictionary of Theology, p. 279.
[15] J. G. Vos, “Blue Banner Faith and Life”, edição de Janeiro-Março de 1959, p. 37, como citado por T. E. Watson, Bebês Devem Ser Batizados? p. 84
[16] B. B. Warfield, Estudos em Teologia, p. 399.
[17] John Reisinger, como citado por Alan Cairns, Dicionário de Termos Teológicos, p. 303.
[18] Para uma discussão completa sobre a Teologia da Nova Aliança, veja Alan Cairns, Loc. Cit., pp. 303-306, e os vários sites pertencentes a este movimento.
[19] ?σφαλ?ς ο?ν γινωσκ?τω π?ς ο?κος ?σρα?λ ?τι κα? κ?ριον α?τ?ν κα? χριστ?ν ?πο?ησεν ? θε?ς, το?τον τ?ν ?ησο?ν ?ν ?με?ς ?σταυρ?σατε [Atos 2:36]. A ênfase é sobre o atual senhorio de Jesus Cristo.
[20] ? ν?μς, γ?γονεν..., perf., ou seja, “...a lei tornou-se e continua a ser...”.
[21] Charles Bridges, O Ministério Cristão, p. 223.
[22] Ibid., p. 228.
[23] Charles Bridges, Loc. cit., pp. 223-225.
[24] C.H. Spurgeon, “Lei e Graça”, The New Park Street Pulpit, Vol. I, pp. 285-290.
[25] O uso de ο? γ?ρ ?στε ?π? ν?μον refere-se a um princípio de mero mandamento exterior.
[26] “... o pecado é iniquidade”. Lit: “o pecado é ilegalidade” (? ?μαρτ?α ?στ?ν ? ?νομ?α).
[27] Versículo 8. “A lei excede em excelência” [καλ?ς ? ν?μος]. [Trad. Literal]
[28] Versículo 9. “sobre um justo não repousa como uma sentença pesada” [δικα?? ν?μος ο? κε?ται]. [Trad. Literal]
[29] O significado essencial de τ?λος é o de cumprimento ou consumação. Veja Liddell & Scott, Léxico Grego-Inglês, pp. 1772-1774.
[30] Veja a discussão completa sobre todas as questões em Ernest Kevan, A Lei Moral. Escondido: The den Dulk Foundaton, 1991. 97 pp.
[31] Extraído de Ralph Erskine, “Os Princípios do crente em relação à Lei e o Evangelho” [Um soneto contendo 386 versos], Seção III, “A Harmonia entre a Lei e do Evangelho”.
[32] Extraído de Edição Batista do Hinário Trindade, p. 449.
Dr. William R. Downing é o pastor fundador da Sovereign Grace Baptist Church. Pela graça de Deus, ele serviu fielmente ao Senhor como pastor em seis diferentes congregações desde que entrou no ministério. Ele também atuou como professor em várias instituições de ensino (universidade, seminário e pós-graduação). Seus graus acadêmicos incluem um M.A. em Ed., Um Th.M., um Ph.D. em Estudos do Novo Testamento, e um D.D. honorário. Ele é autor de quatorze livros e vários panfletos e artigos. Pastor Downing casou-se com Adeline Mary em 1967, e eles têm três filhos e onze netos.

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