Sodoma: uma megalópole fastuosa que desapareceu de um modo sem precedentes

 Informações interessantes e um vídeo revelador

Tall el-Hammam reconstituição artística de como foi Sodoma.
Os trabalhos dos arqueólogos que acharam as ruínas de Sodoma estão concentrados em Tall el-Hamaam, na Jordânia. Gomorra estava localizada um pouco mais ao norte, também no vale do Jordão, perto do Mar Morto.

Na Bíblia, Sodoma é descrita rodeada de vegetação, bem irrigada, uma das maiores cidades ao leste do Jordão, cruzamento de rotas comerciais, e devido à sua riqueza e seu tamanho, pesadamente fortificada com torres e altas e largas muralhas.

A cidade que está sendo posta à luz corresponde a essa descrição. É a maior cidade desenterrada por cientistas na região, pois ela era maior entre cinco e dez vezes que qualquer vizinha.

O chefe da equipe de arqueólogos é o Dr. Steven Collins, professor de Arqueologia na Trinity Southwestern University, de Albuquerque, New Mexico, EUA. Segundo ele, tratou-se de uma cidade “monstruosa” – uma megalópole – se comparada com as outras da região no mesmo período histórico.

O Dr. Steven Collins sinaliza na foto aérea o local do achado.
O Dr. Steven Collins sinaliza na foto aérea o local do achado.
A equipe encontrou muralhas e defesas muito encorpadas, que incluem muros de 5,2 metros de largura e 10 metros de altura.

Foi possível identificar portas de ingresso, torres, postos de vigia, rondas e uma praça central que faziam parte do sistema defensivo.

“Foi uma empreitada enorme, explicou Collins, que requereu milhões de tijolos e grande número de pedreiros”, segundo noticiou o jornal britânico “Daily Mail”.

A cidade-estado foi sendo ampliada e fortificada constantemente, como evidenciam seus muros.

Na metade da Idade do Bronze, a muralha foi substituída por outra mais larga, com 7 metros de espessura, e que incluía uma espécie de anel viário que dava a volta na cidade.

Mas, além das concordâncias descritivas com a Sodoma da Bíblia, há outros dados mais desconcertantes e exclusivos da misteriosa cidade.

A destruição de Sodoma, segundo iluminura do século XIII. William de Brailes (1230 – 1260)
A destruição de Sodoma, segundo iluminura do século XIII.
William de Brailes (1230 – 1260)

Uma extinção repentina e singular


Tall el-Hamaam, a “Rainha do Sul do Vale do Jordão”, sumiu num brusco desastre final que engoliu Gomorra e numerosas pequenas cidades em torno dela.

Os restos do local evidenciam que a urbe estava em pleno apogeu no final da Idade do Bronze, quando teve um final repentino e catastrófico. A orgulhosa cidade tornou-se erma de um momento para outro, e ficou assim durante séculos.

Fragmentos de cerâmica recolhidos na jazida evidenciam que foram afetados por grandes temperaturas, maiores que as de um incêndio ou de um forno.

O fenômeno foi comparado ao verificado em cerâmicas recolhidas nos locais onde se fizeram testes com a bomba atômica, nos EUA.

O Dr. Collins destaca que sob todos os pontos de vista práticos, a cidade descoberta bate com a Sodoma da Bíblia.

Foi a maior cidade da fértil região de Kikkar. Mas, após um evento súbito e catastrófico, a luxuriante urbe virou um local abandonado durante mais de 700 anos.

Outra cidade cresceu no local durante a Idade do Ferro, entre os anos 1000 e 332 antes de Cristo, porém não teve relação com a anterior e também acabou sendo abandonada.

Os pesquisadores encontraram artefatos produzidos nessa Idade. Mas um silêncio estarrecedor de mais de sete séculos faz pensar que uma lembrança terrível afastava os homens de um local mal-assombrado.

Sodoma, o local das escavações.
Sodoma, o local das escavações.

Sodoma, o asteroide e o “Planisfério” de Nínive


O professor Collins diz não saber a causa da súbita desaparição de cidade tão grande e poderosa.

Em 2008, dois especialistas em foguetes – Alan Bond e Mark Hempsell – que tentavam decifrar uma tabuleta circular recuperada no século XIX na Mesopotâmia e conservada no British Museum, chegaram a uma sedutora conclusão.

Eles passaram oito anos nessa empreitada e, com a ajuda de computadores, puderam fixar a data em que tinha se dado a disposição das estrelas na tabuleta.

Por fim chegaram à conclusão de que a tabuleta foi obra de uma testemunha ocular da explosão de um asteroide sobre a região de Sodoma e Gomorra, na data aproximada em que elas desapareceram sob um dilúvio de fogo e enxofre, segundo a narração bíblica.
A tabuleta suméria conhecida como "Planisfério" e decifrada por Alan Bond e Mark Hempsell descreve um asteroide explodindo sobre a região de Sodoma e Gomorra.
A tabuleta suméria conhecida como “Planisfério”
e decifrada por Alan Bond e Mark Hempsell
descreve um asteroide explodindo
sobre a região de Sodoma e Gomorra.

Para os especialistas, um asteroide de 1,6 quilômetros de largura explodiu na região, provocando a morte de milhares de pessoas e devastando tudo numa superfície de mais de um milhão de quilômetros quadrados.

O impacto teria tido uma força 100 vezes mais poderosa que a maior bomba criada pelo homem, algo assim como mais de 20 bilhões de toneladas de TNT. Ele teria gerado um dos maiores desabamentos da história do mundo.

A tabuleta de barro é chamada de Planisfério, foi descoberta pelo arqueólogo britânico Henry Layard na época vitoriana, e faz parte da Biblioteca do Palácio Real de Nínive, conservada no British Museum.

Desvendadas as ruínas de Sodoma

Lições para o presente e para o futuro

Após décadas de escavações, uma equipe de arqueólogos tem certeza de que finalmente achou as ruínas de Sodoma, a cidade bíblica de espantosa memória, noticiou o jornal britânico “Daily Mail”.

A equipe de arqueólogos leva adiante o Tall el-Hammam Excavation Project.

O chefe da equipe é o Dr. Steven Collins, professor de Arqueologia na Trinity Southwestern University, de Albuquerque, New Mexico, EUA.

Os especialistas vinham cavoucando há muito tempo na localidade de Tall el-Hammam, no vale do Jordão (Jordânia), os restos de uma cidade de tamanho colossal da Idade do Bronze.

Segundo ele, tratou-se de uma cidade “monstruosa” – uma megalópole – se comparada com as outras da região no mesmo período histórico.

As peculiaridades das ruínas apontavam impressionantes analogias com a descrição que faz a Bíblia da cidade de Sodoma, destruída por Deus.

Os restos correspondiam à maior cidade da região, como também diz a Bíblia de Sodoma, e estão situados ao leste do rio Jordão, numa área verde perto do Mar Morto.

A cidade existiu entre os anos 3500 e 1540 antes de Cristo, data em que foi súbita e inexplicavelmente abandonada.

Sodoma e Gomorra nas Sagradas Escrituras

A destruição de Sodoma, junto com sua aliada Gomorra, está mencionada em numerosas partes do Antigo Testamento, inclusive no mais antigo livro que é o Gênesis. Mas também está referida no Novo Testamento.

O Antigo Testamento diz que Sodoma foi destruída pelo vício e pela homossexualidade que a tinham dominado.

“Os habitantes de Sodoma eram perversos, e grandes pecadores diante do Senhor”. (Gênesis 13, 13)

Foi assim que, quando os dois anjos enviados por Deus entraram na casa de Lot:

“os homens da cidade, os homens de Sodoma, se agruparam em torno da casa, desde os jovens até os velhos, toda a população. E chamaram Lot: ‘Onde estão, disseram-lhe, os homens que entraram esta noite em tua casa? Conduze-os a nós para que os conheçamos’. Saiu Lot a ter com eles no limiar da casa, fechou a porta atrás de si e disse-lhes: ‘Suplico-vos, meus irmãos, não cometais este crime’”. (Gen 19, 4-7).
Lot foge de Sodoma com suas filhas. Jan Harmensz. Muller (1571-1628)
Lot foge de Sodoma com suas filhas.
Jan Harmensz. Muller (1571-1628)

Mas a multidão, ávida de perversão, fez violência contra Lot e avançou para derrubar a porta de sua casa e se apoderar dos jovens.

Eles achavam que eram homens, mas na verdade eram anjos, que atingiram os homossexuais de cegueira. E a seguir anunciaram que destruiriam a cidade por ordem de Deus, e que Lot e sua família deviam partir naquela mesma noite. E assim só Lot e os seus se salvaram.

23. O sol levantava-se sobre a terra quando Lot entrou em Segor.


24. O Senhor fez então cair sobre Sodoma e Gomorra uma chuva de enxofre e de fogo, vinda do Senhor, do céu.

25. E destruiu essas cidades e toda a planície, assim como todos os habitantes das cidades e a vegetação do solo.

26. A mulher de Lot, tendo olhado para trás, transformou-se numa coluna de sal. 27. Abraão levantou-se muito cedo e foi ao lugar onde tinha estado antes com o Senhor. 28. Voltando os olhos para o lado de Sodoma e Gomorra e sobre toda a extensão da planície, viu subir da terra um fumo espesso como a fumaça de uma grande fornalha.
29. Quando Deus destruiu as cidades da planície, lembrou-se de Abraão e livrou Lot do flagelo com que destruiu as cidades onde ele habitava. (Gen 19, 23-29)

O episódio ficou como uma lição divina para a História. Sodoma e Gomorra (aliada de Sodoma na política e no vício) ficaram simbolizando a maldição e o repúdio de Deus aos pecados que bradam aos céus e pedem vingança.

Moisés, vitral da catedral de Edinburgo, Escócia.
Moisés, vitral da catedral de Edinburgo, Escócia.

Por isso Moisés, após abençoar Israel, amaldiçoou-o, se no futuro viesse a abandonar a fidelidade a Deus, relembrando o castigo de Sodoma e Gomorra:

“A geração vindoura, vossos filhos, que nascerem depois de vós, e o estrangeiro que vier de uma terra distante perguntarão, à vista dos flagelos e das calamidades com que o Senhor tiver afligido esta terra, à vista do enxofre e do sal, e deste solo abrasado, inculto e estéril, onde não cresce erva alguma – à semelhança da destruição de Sodoma e Gomorra de Adama e de Seboim, que o Senhor; devastou em sua cólera e em seu furor” (Deuteronômio 29, 23)

E sentindo-se já muito velho, Moisés entoou antes de morrer um cântico renovando as promessas ao povo eleito. E também as advertências divinas do que lhe aconteceria se prevaricasse:

“Suas videiras são das plantações de Sodoma e dos terrenos de Gomorra; suas uvas são venenosas, seus cachos, amargosos. o seu vinho é veneno de serpente, o mais terrível veneno de cobra! 34. Eis uma coisa que está guardada comigo, consignada nos meus segredos: 35. a mim me pertencem a vingança e as represálias, para o instante em que o seu pé resvalar. Porque está próximo o dia da sua ruína e o seu destino se precipita”. (Deuteronômio 32, 32-35)

Com fundamento em Moisés, o profeta Isaías increpou o povo de Israel, que se afastava da Lei:

“Ouvi a palavra do Senhor, príncipes de Sodoma; escuta a lição de nosso Deus, povo de Gomorra” (Isaías 1, 10)

E usou o exemplo das cidades malditas para profetizar o fim da cidade símbolo dos filhos da iniquidade, a Babilônia dos caldeus:

“Então Babilônia, a pérola dos reinos, a joia de que os caldeus tanto se orgulham, será destruída por Deus, como Sodoma e Gomorra”. (Isaías 13, 19)

Idêntica imagem empregou o profeta Jeremias contra a cidade de Jerusalém e seus sacerdotes que haviam abandonado hipocritamente a Lei:

“entre os profetas de Jerusalém vejo coisas hediondas: adultério e hipocrisia. Encorajam os maus, para que nenhum se converta da maldade. A meus olhos são todos iguais a Sodoma e seus congêneres semelhantes a Gomorra”. (Jeremias 23, 14)

Os Apóstolos se despendem de Nossa Senhora antes de ir evangelizar, Très Riches Heures du Duc de Berry, Folio 122v, Limbourg brothers (1385-1416)
Os Apóstolos se despedem de Nossa Senhora antes de ir evangelizar.
Très Riches Heures du Duc de Berry, Folio 122v,
Limbourg brothers (1385-1416)

E o mesmo Jeremias profetizou ameaçando a cidade pagã de Edom com a cólera com que Deus extinguiu Sodoma e Gomorra:

“Repetir-se-á a catástrofe de Sodoma e Gomorra, e das cidades vizinhas – oráculo do Senhor. Ninguém mais habitará lá e nenhum ser humano a povoará”. (Jeremias 49, 18)

No Novo Testamento, ao enviar os Apóstolos para pregar a Boa Nova e disseminar o Evangelho, Nosso Senhor Jesus Cristo advertiu aqueles que os recusassem, dizendo:

“Se não vos receberem e não ouvirem vossas palavras, quando sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi até mesmo o pó de vossos pés. Em verdade vos digo: no dia do juízo haverá mais indulgência com Sodoma e Gomorra que com aquela cidade. (São Mateus 10, 14-15)

O Divino Mestre empregou boa parte de sua vida pública pregando sua doce palavra e fazendo alguns de seus mais maravilhosos milagres na cidade de Cafarnaum. Entretanto, observando a dureza dos corações, comparou o destino dessa cidade hoje em ruínas ao da própria Sodoma:

“E tu, Cafarnaum, serás elevada até o céu? Não! Serás atirada até o inferno! Porque, se Sodoma tivesse visto os milagres que foram feitos dentro dos teus muros, subsistiria até este dia. Por isso te digo: no dia do juízo, haverá menor rigor para Sodoma do que para ti!” (São Mateus 11, 22-24) Também São Lucas 10, 12.

Mas o castigo de Sodoma ficou não só como um exemplo para o passado, mas também para o futuro. E, quiçá – por que não? – para os presentes dias.

Assim o dá a entender São Pedro, o Príncipe dos Apóstolos, em sua segunda Epístola:

“se condenou à destruição e reduziu à cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra para servir de exemplo para os ímpios do porvir” (II São Pedro 2, 6)

E São Judas nos repete em sua Epístola o mesmo grave ensinamento. Assim, ele adverte os primeiros cristãos:

“certos homens ímpios se introduziram furtivamente entre nós, os quais desde muito tempo estão destinados para este julgamento; eles transformam em dissolução a graça de nosso Deus e negam Jesus Cristo, nosso único Mestre e Senhor”. (São Judas 1, 7-8)

Apocalipse: a destruição de Babilônia, prefigurada pela destruição de Sodoma. Tapeçaria de Angers, França.
Apocalipse: a destruição de Babilônia, prefigurada pela destruição de Sodoma.
Tapeçaria de Angers, França.

E lhes anuncia o terrível juízo de Deus sobre esses que se infiltram nas fileiras sagradas do cristianismo e praticam o homossexualismo:

“Da mesma forma Sodoma, Gomorra e as cidades circunvizinhas, que praticaram as mesmas impurezas e se entregaram a vícios contra a natureza, jazem lá como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. Assim também estes homens, em seu louco desvario, contaminam igualmente a carne, desprezam a soberania e maldizem as glórias”. (São Judas 1, 7-8)

São João no Apocalipse apresenta Sodoma como prefigura espiritual da civilização antinatural que os homens construirão no fim dos tempos.

Nela, os dois enviados de Deus – Elias e Enoc, segundo conceituados exegetas – pregarão contra o anticristo, serão mortos e terão seus corpos expostos na praça pública:

“Seus cadáveres (jazerão) na rua da grande cidade que se chama espiritualmente Sodoma e Egito (onde o seu Senhor foi crucificado). (Apocalipse 11, 8)

 

Petra: um destino bíblico como nenhum outro


 Considerada uma das propriedades mais preciosas da humanidade, Petra é mencionada duas vezes na Bíblia

As tradições locais bíblicas e orais afirmam que Moisés atravessou a Jordânia desde o Mar Vermelho, no sul, até o norte, no Monte Nebo, enquanto vagava pela Terra Santa. Na verdade, toda a Jordânia está repleta de referências antigas a Moisés e seu irmão, Aarão. Tomemos, por exemplo, o nome da cidade mais próxima da antiga Petra – Wadi Musa, o “Vale de Moisés”.  

Wadi Musa é o centro administrativo do Departamento de Petra e, segundo a tradição, o local do enterro do irmão de Moisés. Sua tumba, afirmam os guias locais, pode ser encontrada nas proximidades, em um penhasco ao redor do Monte Hor chamado Jabal Harun.

A cidade também fica a poucos quilômetros do local que a tradição identificou como o poço de Moisés – o local onde Moisés extraiu água da rocha. Desta mesma fonte os nabateus drenavam água, através de um aqueduto de barro que ainda existe, em todo o caminho para Petra.

Petra
Petra é uma das Sete Maravilhas do Mundo

Patrimônio da humanidade

O que a UNESCO declarou sobre Petra (ou seja, que é “uma das propriedades culturais mais preciosas do patrimônio cultural da humanidade”) não é um exagero de forma alguma. 

Originalmente conhecida por seus habitantes como Raqmu, Petra é uma das maravilhas arqueológicas mais famosas do mundo antigo e lar de beduínos que viveram em cavernas esculpidas no arenito. Na verdade, sabe-se que Petra tem sido habitada quase ininterruptamente desde o ano 7000 a.C..

Petra está localizada perto da montanha de Jabal Al-Madbah, a montanha do altar. Esta montanha foi identificada (um tanto controversamente) por alguns estudiosos da Bíblia (ou seja, Ditlef Nielsen e Arthur Samuel Peake) como o Monte Sinai bíblico. Embora essas afirmações tenham sido rejeitadas pelos estudos bíblicos contemporâneos, a própria Petra é, de fato, mencionada na Bíblia duas vezes. Na verdade, as Escrituras explicam que a cidade ficava na terra dos edomitas, descendentes de Esaú, filho de Isaac.

Localizada a cerca de 250 km ao sul da capital da Jordânia, Amã, Petra fica a meio caminho entre o Golfo de Aqaba e o Mar Morto, a uma altitude entre 800 e 1396 metros acima do nível do mar. É acessível apenas a pé ou a cavalo, depois de passar por um longo e sinuoso desfiladeiro de arenito – o lendário Siq.

Ambos os nomes, Petra e Selá, significam “rocha”, obviamente referindo-se ao fato de que a maior parte desta cidade surpreendente é esculpida em penhascos de arenito.

JORDAN,PETRA
Petra caiu nas mãos dos romanos, que anexaram Nabataea e a renomearam como Arabia Petraea, dando-lhe o nome pelo qual a cidade é conhecida hoje.

Descobertas arqueológicas

Arqueólogos descobriram evidências da presença nabateia em Petra que datam do século II a.C. A essa altura, Petra já era a capital adequada do Reino Nabateano e um dos centros comerciais mais importantes nas rotas regionais de comércio de incenso. Objetos e fragmentos desenterrados provam que Petra já recebeu comerciantes de lugares tão distantes quanto o Afeganistão. 

Foi esta atividade comercial que rendeu aos nabateus o tipo de receita que lhes permitiu transformar Petra, no século I, na magnífica cidade que ainda é. Foi então que a famosa estrutura Al-Khazneh, que se acredita ser o mausoléu do rei nabateu Aretas IV, foi construída. 

Embora o reino nabateu tenha se tornado um estado do Império Romano no século I a.C., foi apenas em 106 d.C. que perdeu sua independência. Petra caiu nas mãos dos romanos, que anexaram Nabataea e a renomearam como Arabia Petraea, dando-lhe o nome pelo qual a cidade é conhecida hoje, Petra

Com o surgimento das rotas comerciais marítimas, sua importância diminuiu, embora na era bizantina várias igrejas cristãs tenham sido construídas. A maioria dos seus vestígios ainda pode ser visitada, e até mesmo alguns castelos da época dos cruzados ainda estão de pé nas falésias vizinhas. De fato, foi em uma dessas igrejas, a famosa Igreja Bizantina de Petra, construída no século II, onde mais de 150 papiros foram encontrados. Embora a própria igreja tenha sido consumida por um incêndio no século VII, suas ruínas ainda são impressionantes.

Petra
Tumba de Urn em Petra, Jordânia

E explicam que Jesus e os apóstolos não usaram a grande mesa que costuma ser representada nas pinturas sacras

Um recente estudo sobre a cozinha palestina nos tempos de Jesus indica que, além do pão sem fermento e do vinho, na última ceia de Cristo também foram servidos ensopado de feijão, carne de cordeiro, azeitonas, ervas amargas, molho romano de peixe e tâmaras.

Os arqueólogos italianos Generoso Urciuoli e Marta Berogno foram os responsáveis pela investigação que será publicada no livro “Gerusalemme: L’Ultima Cena” (“Jerusalém, a Última Ceia”, ainda sem previsão de lançamento em português).

A mesa e a louça

O material reunido por eles forneceu informações sobre os hábitos alimentares na Jerusalém do início do primeiro século da era cristã. Os estudiosos descobriram que a última ceia de Cristo não foi servida sobre uma mesa retangular, como imaginaram grandes pintores de arte sacra. A comida foi colocada sobre mesas baixas. Jesus e seus apóstolos comeram sentados sobre almofadões no chão, conforme o costume romano da época.

Generoso Urciuoli recorda também que “os judeus observavam as normas de pureza, usando, por exemplo, copos de pedra, que não eram considerados transmissores de impurezas”. Pratos, tigelas e jarras eram de cerâmica.

O lugar dos comensais

A posição em que Jesus e os apóstolos se sentaram também seguiu regras precisas: os comensais mais importantes se sentavam logo à direita e à esquerda do principal.

“Os versículos do Evangelho de João indicam que Judas estava bem perto de Jesus; provavelmente, à sua esquerda. Está escrito, aliás, que Judas submergiu seu pão no prato de Jesus, seguindo a prática de compartilhar a comida a partir de um prato comum”, prossegue Urciuoli.

O cardápio

Para encontrar o menu da última ceia, os arqueólogos usaram passagens bíblicas como a da Festa dos Tabernáculos, as bodas de Caná, onde Jesus transformou a água em vinho, e o banquete de Herodes, quando foi pedida a cabeça de João Batista. “As Bodas de Caná nos permitiram compreender as leis religiosas judaicas dietéticas, conhecidas como kashrut, que determinam quais alimentos podem ou não podem ser consumidos e como eles devem ser preparados. Já a festa de Herodes nos permitiu analisar as influências culinárias romanas em Jerusalém”, explica o arqueólogo.

Os estudos revelam, em suma, que, além do pão sem fermento e do vinho, foram servidos tzir, uma variedade do garum, o típico molho de peixe romano; cordeiro; cholent, um ensopado de feijões cozidos a fogo lento; azeitonas com hissopo, uma erva com sabor de menta; ervas amargas com pistaches e charosset de tâmaras, bem como pasta de nozes.

“As ervas amargas e o charosset são típicos da Páscoa judaica; o cholent era comido nas festas e o hissopo era consumido no dia-a-dia”, diz o pesquisador.


Antigo Testamento: lendas ou história real?

 


As fontes literárias dos povos vizinhos não mencionam o rei Davi; daí a questão: terá existido mesmo?

Édiscutida a historicidade de personagens e episódios do Antigo Testamento, visto que as escavações arqueológicas nem sempre confirmam os escritos.

Moisés

Embora tenha desempenhado papel importante no Egito do século XIII a. C., Moisés é totalmente desconhecido fora do mundo bíblico; donde a pergunta: por que nada se encontra a respeito dele nas inscrições e nos documentos do Egito? Terá realmente existido? – Para entender este silêncio, levem-se em conta dois fatores:

a) os faraós mandavam gravar as suas façanhas heroicas nas pedras de seus tempos: os administradores confeccionavam listas de receitas e despesas…, mas nos templos do Egito nunca se registravam desastres ou a tragédia das tropas impedidas de atravessar o Mar Vermelho…

b) para escrever, os egípcios usavam papiro, matéria que se deteriorava na umidade do país; eram bem conservados os rolos de papiros enterrados ou guardados em túmulos. Por conseguinte não causa surpresa o silêncio relativo a Moisés no documentário do Egito.

Davi

O rei Davi (1010-970) foi muito importante em sua época não somente por sua atuação em Israel, mas também por sua projeção fora do país. Não obstante, as fontes literárias dos povos vizinhos não o mencionam; daí a questão: terá existido mesmo?

Em resposta note-se que naquela época (por volta do ano 1.000 a. C.) os egípcios não se interessavam por assuntos de fora das suas fronteiras. Quanto à Assíria, estava ocupada em debelar as tribos aramaicas que se agitavam e tinham invadido a Babilônia, além de terem fundado o reino de Damasco. No tocante a Tiro, sabe-se que os seus reis foram amigos de Israel, mas também nos documentos de Tiro não há referência a Davi. Nem este fato causa estranheza, pois Tiro é cidade, ainda hoje existente, de cujo passado quase nada se sabe; não apresenta inscrição alguma de seus próprios reis. Por isto não causa espécie o silêncio sobre o rei Davi.

Recentemente foi descoberto em Tel Dan (fronteira setentrional de Israel) um fragmento de tábua de pedra portadora de inscrições em caracteres fenícios: registra a vitória de um rei cujo nome se perdeu pela fragmentação da pedra; poderia ser Razael de Damasco: venceu “um rei da Casa de Davi”. Estes dizeres dão testemunho de que, por volta de 849 a. C., havia uma dinastia fundada por um rei chamado Davi. Tem-se assim uma referência extra-bíblica ao rei Davi e à sua descendência.

É importante considerar ainda a armadura com que Davi se muniu para enfrentar o gigante Golias (1 Sm 17, 5-7). “Cobria a cabeça com um capacete de bronze; vestia uma couraça de escamas que pesava cinco mil siclos de bronze e trazia as pernas protegidas por peneiras de bronze e um escudo de bronze entre os ombros. A haste de sua lança era como uma travessa de tear e a ponta de sua lança pesava seiscentos siclos de ferro”.

No trecho acima aparece quatro vezes a palavra “bronze” e uma vez o vocábulo “ferro”. Este pormenor oferece valiosa pista para se definir a data do relato. Com efeito, se este tivesse sido redigido em época tardia, ou seja no século VII a. C., ou depois, a proporção dos metais seria estranha, pois então a armadura de um guerreiro seria de ferro; o bronze seria antiquado, ao passo que no século XI a. C, (época de Davi), o bronze era habitual e o ferro ainda era uma novidade reservada a casos especiais, como seria o da ponta de lança. Um escritor que redigisse um relato fictício sobre Davi 400 anos após a morte deste, não teria conhecimento de tais minúcias. Pergunta-se então: se o episódio da luta de Davi contra Golias é digno de crédito, por que não o seria a narrativa de outras façanhas do rei Davi?

Do livro do Gênesis até os livros dos Reis não há referência a moedas: está só ocorre nos livros posteriores ao exílio (587-538 a. C.); usava-se a palavra “siclo”, que significava anéis ou barras de ouro e prata, com os quais se fazia o comércio. Assim Abraão comprou o campo de Efron por 400 siclos de prata, a fim de lá enterrar sua esposa Sara; cf. Gn 23, 16; o ciclo era posto na balança ou pesado. Verdade é que em 1 Cr 29, 7 se diz que Davi pagou com moedas; isto se explica pelo fato de terem sido os livros das Crônicas escritos após o exílio. As primeiras moedas foram cunhadas e postas em circulação pelos persas no ano de 600 a. C., aproximadamente. Será lícito então concluir que o uso da palavra “siclo” é sinal de que os mencionados livros foram escritos em época remota, como relatos históricos e não como produtos de ficção literária.

O conjunto dos indícios catalogados fundamenta satisfatoriamente a tese de que a historiografia do Antigo Testamento é digna de crédito.

Dom Estevão Bettencourt, com base no artigo de Alan Millard: “La arqueologia y la fiabilidad de la Bíblia”, na revista ECCLESIA 2004-2, pp. 147-156.


Arqueólogos continuam fazendo descobertas na cidade natal de Maria Madalena

 

Novas descobertas dão indícios de que Magdala era um importante centro religioso

Há cerca de um ano, os arqueólogos anunciaram a descoberta do que foi chamado de “Pedra Magdala”: um banco de pedra que fazia parte de uma sinagoga do século I, uma entre as sete que existiram durante o período do Segundo Templo – e a primeira encontrada na Galileia.  Considerando que algumas moedas locais datadas do ano 29 também foram encontradas na mesma sinagoga, é provável que Jesus tenha pregado neste local durante o seu ministério.

A sinagoga em que a Pedra Magdala foi encontrada funcionou até o ano 67, e certamente alguns dos discípulos de Jesus devem ter frequentado o lugar no início do século I.

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Hanay CC | Wikipedia

A Pedra Magdala visitará a Europa entre 15 de maio e 23 de julho de 2017, como parte de uma exposição do Museu Judeu de Roma co-patrocinada pelo Vaticano. A pedra é decorada com esculturas que retratam o mais antigo menorah (candelabro judeu de sete velas) encontrado até hoje e o único merkabah (um símbolo místico judeu também conhecido como o trono  ou carro de fogo) encontrado na arqueologia israelense.

Mais recentemente, quatro piscinas usadas em rituais de banho de purificação (mikvot) também foram descobertas em Magdala, graças aos esforços do Projeto Arqueológico de Magdala e da Universidade Anáhuac do México. Como explicado pela Arqueologia Bíblica, a presença das sinagogas, a Pedra Magdala, e agora estes quatro vestígios de rituais de purificação, nos ajudam a entender que Magdala era realmente uma cidade judaica movimentada com uma vida religiosa ativa e não apenas um importante centro comercial da costa ocidental do Mar da Galileia, mais conhecido por seu comércio ativo de peixe fresco e salgado.

Arqueólogos escavam segunda sinagoga na cidade bíblica de Madalena

 


É a primeira vez que duas sinagogas são descobertas na mesma cidade galileia

Arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) fizeram uma descoberta única no local da cidade natal de Maria Madalena. Uma nova sinagoga foi descoberta em uma cidade galileia do período do Segundo Templo.

A escavação vem logo após a descoberta de 2009 de uma sinagoga ornamentada no lado residencial da cidade. Ruth Schuster, do Haaretz, relata que o local recém-descoberto é menor do que o outro local e está localizado na seção industrial da vila de pescadores de Migdal, fundada no século II a.C.

De acordo com a reportagem, o Talmude Babilônico se refere à cidade como “Magdala Nunayya”, que significa “Cidade de Peixes”. Ambos os locais foram firmemente datados do período do Segundo Templo, o que significa que provavelmente estavam em uso durante o tempo de Cristo.

Os edifícios

As estruturas eram feitas dos mesmos materiais, principalmente basalto vulcânico e calcário. Elas também foram projetados da mesma forma, com uma sala de reuniões central e salas nas laterais. Na decoração, no entanto, os interiores diferiam. A sinagoga ornamentada tinha em suas paredes mosaicos coloridos, enquanto a edificação menor era mais simples.

Especialistas não têm certeza do porquê havia duas sinagogas na mesma cidade. Seria fácil supor que uma fora construída depois da outra, mas artefatos encontrados nos locais sugerem que ambas estavam ativas ao mesmo tempo. É possível que a população de Migdal fosse tão grande que uma sinagoga não fosse suficiente. Registros do historiador judeu da era romana Flávio Josefo sugerem que a cidade ostentava cerca de 40.000 cidadãos.

Duas sinagogas, uma cidade

O professor Adi Erlich, chefe do Instituto Zinman de Arqueologia da Universidade de Haifa, sugere que uma população judaica tão grande naturalmente precisaria de mais pontos de encontro.

“O fato de termos encontrado duas sinagogas mostra que os judeus do período do Segundo Templo estavam procurando um lugar para reuniões religiosas, e talvez também sociais.”

Uma pista vem do que sabemos sobre a história da prática do judaísmo. Durante a era do Segundo Templo, o ritual e a adoração judaicas estavam centrados no Templo, em Jerusalém.

Embora as sinagogas de hoje sejam semelhantes às igrejas em sua função, nos tempos bíblicos essas casas provavelmente eram usadas para reuniões comunais e aprendizado da Torá.

Também é significativo que os dois edifícios estivessem em lados opostos da cidade. Isso pode significar que cada edificação atendia a uma comunidade diferente que vivia na mesma cidade. As grandes diferenças vistas na decoração também poderiam sugerir que cada edifício estava atendendo a uma classe diferente da sociedade.

Como ambas sinagogas estavam ativas na virada do século I, é bem possível que a família de Maria Madalena frequentava um desses locais. Jesus também é apontado como tendo visitado a cidade, embora ainda não tenha sido encontrada nenhuma indicação de que ele visitou qualquer uma dessas edificações.

Arqueólogos encontram lugar descrito no livro Atos dos Apóstolos


 A piscina bizantina pode ter sido construída no lugar onde Filipe batizou o eunuco etíope

Arqueólogos de Israel acabam de encontrar uma piscina de 1500 anos em um antigo lugar cristão conhecido como Ein Hanniya Park, que fica perto de Jerusalém. A piscina, datada da era bizantina (entre os séculos IV e VI) pode ter sido o lugar onde o eunuco etíope mencionado no livro Atos dos Apóstolos foi batizado pelo apóstolo Filipe.

De acordo com os artigos publicados no The Christian Post e World Israel News, a diretora de escavação da Autoridade de Antiguidades de Israel, Irina Zilberdod, explicou que “a piscina foi construída no centro do espaçoso complexo, ao pé de uma igreja que havia aqui. Ao redor da piscina foram construídas colunatas cobertas, que davam acesso às alas residenciais”.

A piscina pode ter sido construída sobre o que alguns estudiosos dos antigos cristãos asseguram ter sido o lugar onde Filipe batizou o eunuco etíope, conforme Atos 8,26-40. O doutor Yuval Baruch, arqueólogo de Jerusalém explicou que “o batismo do eunuco por São Filipe foi um dos eventos mais importantes para difusão do cristianismo. Portanto, a identificação do local onde ele ocorreu foi prioridade para os estudiosos durante muitas gerações”.

A Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI) encheu as piscinas e gravou um vídeo para mostrar o elaborado processo de drenagem, que termina em uma fonte magnífica. É o exemplo mais antigo de marco arquitetônico deste tipo na região.

A arqueóloga Irina Zilberbod explicou também que, no momento, é difícil saber se a piscina foi usada “para irrigação, banhos, jardinagem ou como partes das cerimônias batismais no local”.

Tempo e Perfeição


O fotógrafo italiano Valerio Minato, renomado em sua área, recebeu o prêmio de Captura Astronômica do Dia da NASA, após uma longa espera de mais de 2.100 dias.


Sua notável conquista ocorreu quando Minato capturou uma imagem impressionante da lua surgindo majestosamente por trás das montanhas da cidade de Turim, na Itália.

Desde 2017, Minato examinou as fases da lua, o alinhamento do horizonte e as condições climáticas para identificar o momento ideal. A busca enfrentou obstáculos e anos de céu nublado que ameaçaram o sonho.

Após anos de preparação e expectativa, Minato finalmente conseguiu capturar a imagem que sempre quis em 15 de dezembro de 2023, com céu limpo e a lua perfeitamente posicionada.