O Que É Uma Chamsa?

Embora possa derivar da cultura islâmica ou pagã, a chamsa hoje se tornou um símbolo judeu e israelense.

Você provavelmente já viu esses símbolos de formato exclusivo em pingentes usados ​​por mulheres judias ou exibidos em lojas da Judaica. E em Israel a chamsa - seja em colares, chaveiros ou exposto nas paredes, é tão onipresente quanto a Estrela de David. Mas o que é uma chamsa exatamente? E o que a torna judia?

Este símbolo de um olho incorporado na palma da mão aberta teve inúmeros outros nomes ao longo dos tempos, incluindo o olho de Fátima, a mão de Fátima e a mão de Míriam. A forma é algumas vezes feita naturalmente e outras vezes simetricamente com um segundo polegar substituindo o dedo mindinho.

 A chamsa tem sido interpretada de diversas maneiras pelos estudiosos como um amuleto judeu, cristão ou islâmico e como um símbolo de fertilidade pagão. No entanto, mesmo que a forma mágica permaneça envolta em mistério e os acadêmicos debatam quase todos os aspectos de sua emergência, ela é reconhecida hoje como um amuleto cabalístico e como um símbolo importante na arte judaica.

A origem da chamsa como sugerem as referências vem de Fátima (filha de Maomé) ou de Míriam (irmã de Moisés), o amuleto tem significado tanto para os judeus como para os muçulmanos. Uma das primeiras aparições mais proeminentes da chamsa é a imagem de uma grande mão aberta que aparece na Puerta de la Judiaria de Alhambra, uma fortaleza islâmica do século XIV no sul da Espanha.
A mão de Fátima em Alhambra parece inspirar-se na palavra árabe “khamsa”, que significa “cinco”, um número que se identifica com a luta contra o Olho do Mal. O tema de Alhambra, assim como outras imagens da mão espanhola e moura, sugere os cinco pilares do Islã (fé, jejum, peregrinação, oração e impostos) nos cinco dedos da mão.

De acordo com o folclore islâmico, a mão de Fátima tornou-se um símbolo de fé depois que seu marido Ali voltou para casa com uma nova esposa um dia. Fátima, que na época estava cozinhando,não largou a concha de sopa que estava usando. No entanto, ela estava tão preocupada com a nova chegada que continuou mexendo com a mão nua, mal notando que estava se queimando.


Não seria incomum que um símbolo islâmico encontrasse seu caminho na cultura judaica sefardita, que floresceu ao lado do islamismo. No entanto, os amuletos são um pouco problemáticos no judaísmo porque a Bíblia proíbe magia e adivinhação. Ainda assim, o Talmud refere-se em várias ocasiões a amuletos, ou kamiyot, que podem vir do hebraico que significa “ligar”. Uma lei permite levar um amuleto aprovado no sábado, o que sugere que amuletos eram comuns entre os judeus em alguns pontos história. (Shabbat 53a, 61a)

O historiador de arte Walter Leo Hildburgh também levanta a possibilidade de que a chamsa tenha raízes cristãs, e pode ser influenciado pela forma artística cristã, onde Maria geralmente carrega as mãos em uma pose de "figueira" ou uma configuração onde o polegar é colocado sob o dedo indicador. ao lado do dedo do meio.

Segundo o professor Ahmed Achrati, da Universidade de Chicago, a chamsa não surgiu necessariamente em um contexto religioso. A forma da mão aberta aparece em cavernas paleolíticas na França, Espanha, Argentina e Austrália, incluindo um local na Argélia que ganhou o nome de A Caverna das Mãos.

Na arte egípcia, o espírito humano (chamado ka) é representado por dois braços que se estendem para cima (formando uma forma de ferradura), embora com apenas dois dedos em cada mão. O símbolo da deusa lunar fenícia Tanit se assemelha a uma mulher levantando as mãos, e as mãos também encontraram o caminho para as decorações da tumba. Os etruscos pintavam as mãos com chifres em seus túmulos, e algumas práticas funerárias judaicas mostravam imagens de mãos (sugerindo a bênção sacerdotal) em marcadores de pedra de sepulturas levitas. Todos estes podem ser considerados precursores precoces da chamsa.

A Crença Judaica Sobre a chamsa.
É difícil apontar o momento exato em que as chamsas emergiram na cultura judaica, embora seja claramente um símbolo da natureza sefardita. Os judeus poderiam ter usado o hamsa para invocar a mão de Deus ou para neutralizar o Olho do Mal com o olho embutido na palma da mão. Algumas chamsas contêm imagens de peixes, de acordo com o rabino Yosef filho de Hanina no Talmude declara que os descendentes de José, que receberam a bênção de Jacó de se multiplicar como peixes em Gênesis 48:16, são protegidos do Olho do Mal como peixes. Ele explica: “a água cobre os peixes do mar, de modo que os olhos não têm poder sobre eles (Berakhot 55b)”.

O símbolo da mão ,e muitas vezes de mãos sacerdotais, aparece em manuscritos e amuletos cabalísticos, como a letra shin, a primeira letra do nome divino Shaddai. Este mapeamento da mão humana sobre o nome divino pode ter tido o efeito de criar uma ponte entre o adorador e Deus.

O recente ressurgimento do interesse pela Cabala, em parte devido aos esforços de celebridades como Madonna, Brittany Spears e Demi Moore, trouxe consigo um novo público para os acessórios de cabala, incluindo as chamsas.

As chamsas podem serem compradas hoje nas lojas Judaica ao redor do mundo. Muitas pessoas as penduram em suas casas, e não é incomum vê-los pendurados nos espelhos retrovisores de táxis e caminhões. Além de aparecer em colares e tapeçarias, as chamsas podem serem encontradas em mezuzá, pulseiras, brincos, marcadores de livros, chaveiros e castiçais.

Artistas judeus contemporâneos estão usando a chamsa, e alguns como Mark Podwal estão encontrando um grande público para o seu trabalho.

As chamsas ainda desempenham um papel em alguns rituais sefarditas hoje. Durante a cerimônia de henna, quando as noivas são decoradas na preparação para o casamento, as noivas podem usar uma chamsa em volta do pescoço para afastar o Olho do Mal.

Mesmo que a chamsa seja hoje afiliado à cabala, a Israel e ao judaísmo, talvez sejam as origens misteriosas do símbolo e as superstições em torno dele que atraem a atenção de celebridades e pessoas comuns.

Bibliografia : Menachem Wecker, who blogs on faith and art for the Houston Chronicle my jewish learning

Relicário de restos mortais dos apóstolos

Descoberta foi encontrada nas ruínas de uma igreja do primeiro século
Mordechai Aviam, arqueólogo e professor na Faculdade Acadêmica Kinneret, descobriu um bloco de 661 quilos de basalto, com três compartimentos no topo, nas ruínas de el-Araj, onde seria a antiga cidade israelense de Betsaida. Foi também achado um relicário que pode ter sido usado para guardar os restos mortais dos apóstolos Pedro, André e Filipe.

A cidade é mencionada na Bíblia em João 1.44 como a cidade natal dos três apóstolos. Aviam admitiu que ainda deve acontecer uma avaliação por outros pesquisadores para entender se el-Araj é de fato a antiga Betsaida, mas já adiantou que há uma grande possibilidade. Enquanto um grupo de arqueólogos cavavam as ruínas de uma igreja que existia naquela cidade, o relicário foi encontrado.

Não encontramos na escavação, mas nos escombros de uma casa de dois andares, construída por um homem rico de Damasco”, disse o professor. Ele explicou que aquela casa fazia parte do terreno que esse homem possuiu no final do século XIX. De acordo com as evidências, o relicário pode ter sido colocado no piso abaixo do altar da igreja, já que o fundo da pedra era áspero e não esculpido como no topo.

Nas igrejas bizantinas, os relicários de conteúdos sagrados sempre estão posicionados dessa forma. “Sinto que essa era a igreja dos três apóstolos”, disse Aviam. No local fica uma vila de pescadores, nas margens do lago Kinneret, onde no primeiro século era um assentamento urbano, onde havia uma casa de banhos. Atualmente, o local está disponível para escavação.

Fonte: TimesAcheology

O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE O ARMAMENTO DA POPULAÇÃO

Seria a Bíblia favorável ao armamento da população? E o que diria Jesus acerca disso? Dar ao cidadão comum o direito de portar uma arma coibirá ou estimulará ainda mais a violência?
Pasmem, mas boa parte dos que se apresentam como seguidores de Jesus, o maior pacifista de todos os tempos, é favorável ao porte e uso de arma de fogo por parte do cidadão comum.
Tal postura se deve em muito ao fato de que muitas das denominações evangélicas brasileiras terem suas raízes nos Estados Unidos, país reconhecido como o de maior distribuição per capita de armas.
Pregadores sacam versos bíblicos para defender o armamento da população com a mesma rapidez com que pistoleiros sacavam suas armas num duelo no velho oeste.
De todas as passagens usadas, a considerada a “bala de prata” é, sem dúvida, a encontrada em Êxodo 22:2-3:
“Se um ladrão for achado arrombando uma casa e, sendo ferido, morrer, quem o feriu não será culpado do sangue. Se, porém, já havia sol quando tal se deu, quem o feriu será culpado do sangue; neste caso, o ladrão fará restituição total, mas, se não tiver com que pagar, será vendido por seu furto.”
Segundo eles, esta passagem autoriza o uso da arma para a defesa da propriedade, bem como da família. O que eles parecem desconsiderar é que tal concessão fora feita a um povo nômade em vias de se estabelecer numa terra sem lei, onde não havia qualquer tipo de policiamento, nem código penal, nem mesmo um governo organizado. Em outras palavras, era cada um por si. Ademais, se é para cumprir o mandamento ao pé da letra, sugiro que não usem a arma para matar, apenas para ferir, e que o façam à noite, jamais à luz do dia, e que, por fim, vendam o ladrão como escravo para pagar eventuais prejuízos.
Se a bala de prata falhar, os teólogos-pistoleiros recorrem à que poderia ser considerada a "bala de ouro". Afinal de contas, é o próprio Jesus que lhes dá munição. A passagem está registrada em Lucas 22:35-36:
“Então Jesus lhes perguntou: Quando vos mandei sem bolsa, sacolas de viagem, ou sandálias, faltou-vos alguma coisa? Responderam eles: Nada. Disse-lhes: Pois agora aquele que tiver bolsa, tome-a, como também a sacola de viagem; e o que não tem espada, venda a sua capa e compre uma.”
Quem ousaria contestar Jesus? Foi Ele mesmo quem, não apenas autorizou, mas ordenou que Seus discípulos comprassem armas. Lembre-se de que a espada era a arma mais letal daquela época, equivalente hoje a uma arma de grosso calibre. Mas antes que cheguemos a uma conclusão precipitada, que tal lermos o verso seguinte?
“Digo-vos que é necessário que se cumpra em mim o que está escrito: com os malfeitores foi contado...”
Numa época em que levantes populares eram frequentes, ao portar uma arma, um judeu estava transgredindo uma lei romana e, portanto, era considerado um malfeitor, um fora-da-lei.
Apesar de ordenar o porte de arma aos seus discípulos naquele momento específico, Jesus não autorizou o seu uso. Pelo contrário. Quando Pedro quis dar uma de valentão, puxando da espada e ferindo um servo do sumo-sacerdote que estava na comitiva que vinha prender seu mestre, Jesus o repreendeu: “Guarda a tua espada, pois todos os que usarem a espada, à espada morrerão. Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e ele me mandaria imediatamente mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se cumpririam as Escrituras que dizem que assim deve acontecer?” (Mateus 26:52-54).
A razão pela qual os discípulos deveriam estar armados era a mesma pela qual não deveriam fazer uso de suas armas: o cumprimento das Escrituras.
Jamais foi propósito de Cristo endossar o porte, tampouco o uso de armas, mesmo sendo para autodefesa.
Paulo, o apóstolo dos gentios, declara que “embora vivendo como seres humanos, não lutamos segundo os padrões deste mundo. Pois as armas da nossa guerra não são terrenas, mas poderosas em Deus para destruir fortalezas! Destruímos vãs filosofias e a arrogância que tentam levar as pessoas para longe do conhecimento de Deus, e dominamos todo o pensamento carnal, para torna-lo obediente a Cristo...” (2 Coríntios 10:3-5 NVI). Em Romanos 13:12, ele diz que “a noite é passada, e o dia é chegado”, razão pela qual devemos rejeitar “as obras das trevas” e nos vestir “das armas da luz.” O arsenal de que dispomos é infinitamente mais eficiente do que qualquer armamento bélico. A única espada que devemos empunhar é a espada do Espírito que é a Palavra de Deus (Efésios 6). O resto, deixemos por conta das autoridades constituídas para prover nossa segurança. Se as políticas de segurança pública estão falhando, façamos uso de outra arma legítima e poderosa: o voto.
Armar a população não vai resolver o problema, mas poderá agravá-lo substancialmente.
Nos Estados Unidos, por exemplo, pode-se comprar armas de fogo em supermercados como o Walmart. Não é á toa que, vire e mexe, ocorrem tiroteios em escolas e faculdades. Imagine o povo latino, passional como é, tendo acesso às armas facilitado. Imagine alguém que numa briga de trânsito, em vez de contentar-se em xingar, resolve recorrer à arma guardada em seu porta-luvas.
O deputado Peninha (PMDB-SC), integrante das bancadas "da Bíblia" e "da Bala" é autor de um projeto de lei que pretende aumentar a circulação e o uso de armas no país. Recentemente, o parlamentar fez um post assustador, com a imagem de um revólver em cima de uma Bíblia com a seguinte legenda: "Bandido bom é bandido morto". Quanto cristianismo numa única imagem!
Onde é que foi parar o “não matarás”? Como conseguiram suprimir os mandamentos de Jesus de que devemos amar nossos inimigos, oferecer a outra face, abençoar os que nos perseguem?
Alguns argumentam que enquanto a população for mantida desarmada, os bandidos farão a festa. Então, em vez de desarmar a bandidagem, a saída é armar o restante do povo? Vamos apagar fogo com fogo? Como garantir que os bandidos se inibiriam diante de uma população armada? Se eles não se inibem nem diante de policiais exaustivamente treinados para combate-los, por que se inibiriam diante de um chefe de família qualquer? Talvez isso fizesse com que mudassem a abordagem e já chegassem atirando, antes que pudesse haver uma reação.
O que nossa sociedade precisa é de desarmar seu espírito, de modo que possa entender que ninguém nasce bandido. O crime é resultado da injustiça predominante na sociedade. Onde há menos injustiça social, o índice de criminalidade é menor.
Em vez de munir a população com extintores para apagar o incêndio, não seria melhor impedir que o incêndio acontecesse? Medidas preventivas costumam ser mais efetivas do que paliativos usados para remediar.
Por essas e outras que digo não ao armamento. Que a espada esteja nas mãos de quem possua competência para manejá-la e não nas mãos de qualquer um que possa machucar a inocentes e a si mesmo.

Texto escrito pelo meu irmão em Cristo Bispo Hermes Fernandes
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Descoberta arqueológica comprova que Jerusalém foi destruída pelos Babilônios, há 2.600 anos

“Cada vez que um buraco é cavado no Oriente, um ateu se converte no Ocidente”, diz o ditado popular comum entre os apologistas cristãos, referindo-se ao grande número de evidências e provas que a arqueologia bíblica revela, confirmando os fatos narrados pela Bíblia, tanto no Antigo Testamento quanto no novo.
Outra grande descoberta arqueológica que veio à tona esta semana vem para confirmar, mais uma vez, a inerrância das Escrituras Sagradas, ao revelar ruínas da época em que Jerusalém foi destruída pelos Babilônios em 587 a.C, cerca de 2.600 anos atrás.
O achado ocorreu no sítio arqueológico da Cidade de Davi, localizado no Parque Nacional dos Muros de Jerusalém, capital de Israel. Vários artefatos raros foram encontrados, desde pedaços de cerâmica, escamas de peixe e ossos, até jarros de armazenamento com selos de uma roseta.
“Esses selos são característicos do final do período do Primeiro Templo e foram usados ​​pelo sistema administrativo que se desenvolveu no final da dinastia da Judéia”, disse Ortal Chalaf e Joe Uziel, diretores de escavações da Autoridade de Antiguidades de Israel.
O selo é uma forma autenticar a origem dos objetos, semelhante aos utilizados em cartas por centenas de anos. Através dele, os arqueólogos também puderam saber qual o Governo da época em que os jarros pertenciam, o que aponta para a descrição de Jeremias 39 e 52.
“Classificar esses objetos facilitava o controle, a supervisão, a coleta, a comercialização e o armazenamento”, explicaram os diretores israelenses, segundo informações da Fox News.
Ortal Chalaf e Joe Uziel destacaram outro importante artefato, uma estátua feminina de marfim com um corte de cabelo no estilo egípcio. “Essas descobertas da escavação mostram que Jerusalém se estendia além do limite estabelecido pelos muros da cidade antes da sua destruição”.
“Ao longo da Idade do Ferro, Jerusalém passou por um crescimento constante, expressado tanto na construção das diversas muralhas da cidade quanto no fato de a cidade se expandir mais tarde”, disseram eles.
A descoberta também possui um forte impacto político atual, visto que confirma a posse do território que atualmente os palestinos reivindicam como herança, quando na realidade desde àquela época pertence aos judeus.
“As escavações realizadas no passado na área do Bairro Judeu mostraram como o crescimento da população no final do século 8 a.C. posteriormente resultou na anexação da área ocidental de Jerusalém”, concluem os diretores.
O vídeo abaixo mostra o local da descoberta e algumas imagens dos artefatos:


Descoberto mosaicos com cenas da Bíblia dos 12 “espiões” de Moisés

Mais uma descoberta arqueológica está animando arqueólogos e estudiosos da Bíblia em várias partes do mundo. Se trata de mosaicos com datas de 1600 anos, localizados no interior de uma antiga sinagoga, em Israel, contendo cenas dos relatos bíblicos, incluindo os espiões enviados por Moisés para a terra de Canaã.

A descoberta foi realizada por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte (UNC) em Chapel Hill, nos Estados Unidos. Ela está situada precisamente na região da Galileia, terra onde Jesus Cristo passou parte da sua vida.

Para Jodi Magness, líder da equipe de pesquisa, a riqueza nos detalhes dos mosaicos, ainda preservados durante centenas de anos, pode “revolucionar” a compreensão que temos atualmente sobre a antiga cultura do povo judeu.

“O que é verdadeiramente surpreendente nestes painéis é a abundância de cor e as cenas humanas, o que vem revolucionar a compreensão do Judaísmo deste período”, disse ele, segundo informações divulgadas pela Universidade.

Além de algumas cenas narradas pela Bíblia, os mosaicos ilustram com precisão o momento quando os “espiões” enviados por Moisés cortaram um cacho de uvas que era tão grande e pesado que precisaram carregá-lo em conjunto, com auxílio de uma haste.

“A antiga Arte Judia é vista, muitas vezes, como sendo anicónica ou carente de imagens, mas estes mosaicos coloridos e cheios de cenas figuradas atestam uma cultura visual rica, bem como o dinamismo e a diversidade do Judaísmo nos finais dos períodos Romano e Bizantino”, disse Jodi Magness.

Magness é professor de Judaísmo Antigo no Departamento de Estudos Religiosos da Universidade da Carolina, e para ele a descoberta é surpreendente, pois revela “novas pistas” sobre os costumes do povo judeu na época.

“As descobertas indicam que os aldeões floresceram sob o domínio cristão do início do Século V, contradizendo uma visão generalizada de que os assentamentos judaicos na região declinaram”, acrescenta.

DESMASCARANDO O DOGMA DISPENSACIONALISTA

POR HANK HANEGRAAFF.

Considere um dogma que praticamente nunca se havia considerado antes do século XIX. Em poucos anos, no entanto, deixou de ser algo pequeno e limitado às Ilhas Britânicas para tornar-se um fenômeno mundial. Milhões exaltaram suas virtudes com fervor religioso e espírito missionário. No século XX, suas principais doutrinas adentraram os bastiões da educação e percorreram os corredores da influência e do poder. Os mestres da comunicação massiva levaram seus princípios para todos os setores das ciências, e as instituições acadêmicas reproduziram fielmente sua mensagem. Apesar de ser, na verdade, um amontoado de informações incorretas, o dogma em questão foi adotado de tal forma que todos os que se posicionaram contrariamente ao mesmo foram considerados reacionários e obscurantistas. Os proponentes desse dogma consideraram-se a si mesmos como guardiões da ortodoxia e passaram a reagir com fúria avassaladora quando alguém colocava em dúvida seus pressupostos. Mesmo com bases obviamente racistas, muitas personalidades famosas, políticos de influência e escritores famosos exaltam suas virtudes.
O dogma ao qual me refiro é o da evolução darwinista. A revolução intelectual que ele desencadeou criou a infraestrutura científica de uma das maiores atrocidades da História da humanidade. A sanha genocida de Hitler foi inflamada pelo argumento racista de Darwin de que “as raças humanas civilizadas deverão exterminar e suceder as raças humanas selvagens do mundo” [1]. No fim das contas, a filosofia de Hitler de que os arianos eram super-humanos e que os semitas eram sub-humanos levou ao extermínio de seis milhões de judeus. Arthur Keith, um antropólogo do século XX, afirmou: “O Führer alemão é um evolucionista, e tem procurado, incessantemente, fazer com que a Alemanha conforme-se à teoria da evolução” [2].
Da mesma forma que Hitler, Karl Marx, o pai do comunismo, viu em Darwin o apoio sociológico e científico de um experimento que rivalizou em magnitude os horrores do holocausto. Sigmundo Freud, o fundador da psicologia moderna, também foi um fiel seguidor de Charles Darwin. Sua crença de que o homem é simplesmente um animal complexo o levou ao postulado de que “a ansiedade, a paranóia e outras desordens mentais incorporam modos de comportamento que foram em algum momento adaptações das espécies humanas nas diversas etapas da evolução” [3]. O Dr. John L. Down qualificou a Síndrome de Down como “idiotice mongolóide” porque ele a considerava um “retrocesso” ao “estado mongolóide” da evolução humana [4].
Tais “retrocessos”, naturalmente, não são desejáveis. Para que a evolução continue progredindo, é vital que o mais incapacitado morra e que apenas o mais apto sobreviva. Marvin Lubenow apresenta corretamente as consequências nefastas dessa ideia em seu livro Bones of Contention: “Se os inadaptados sobrevivessem indefinidamente, continuariam ‘contaminando’ os adaptados com seus genes menos evoluídos. O resultado seria que mais genes adaptados se diluiriam, cedendo lugar aos genes menos adaptados, impedindo o progresso da evolução” [5].
As consequências atrozes da mitologia darwinista podem ser observadas claramente na pseudociência eugenia [6]. A hipótese da eugenia era de que o banco genético da humanidade estava sendo corrompido por genes não adaptados, transmitido por pessoas inferiores. Michael Crichton observou que a teoria da eugenia postulava que “os melhores seres humanos não estavam se reproduzindo tão rapidamente quanto os inferiores: os estrangeiros, os imigrantes, os judeus, os degenerados, os incapacitados e os de mente débil. O plano era identificar os indivíduos de mente débil: os judeus, a maioria dos estrangeiros e os negros. Uma vez identificados, era necessário detê-los para que não mais se reproduzissem, isolando-os em instituições especiais ou esterilizando-os” [7].
A progressão lógica da evolução à eugenia não foi uma surpresa. O surpreendente, no entanto, foi a rapidez com que essa teoria foi aceita pelas elites intelectuais. Crichton menciona que essa teoria era aceita por pessoas como o presidente (dos EUA) Theodore Roosevelt até a fundadora de Planned Parenthood, Margareth Sanger. A eugenia obteve doações filantrópicas de fundações como Carniege e Rockefeller, e mantida por universidades de prestígio tais como Stanford, Harvard, Yale e Princeton. Várias leis foram aprovadas para tratar do “problema” apresentado pela eugenia em vários estados dos EUA, desde Nova York até a Califórnia. A eugenia foi apoiada pela National Academy of Sciences e pela American Medical Association. Aqueles que não aceitavam a eugenia eram considerados ignorantes e atrasados. Em contraste, os cientistas alemães que utilizaram as câmaras de gás para “erradicar” os de “mentes débeis” foram considerados como vanguardistas e progressistas, e receberam doações de instituições como a Fundação Rockefeller até o início da Segunda Guerra Mundial.
Foi somente quando a horrível realidade da eugenia alcançou seu apogeu nos campos de concentração nazistas que essa “ciência” mergulhou na escuridão do ostracismo.
A eugenia mergulhou nos porões sombrios da História. No entanto, as devastadoras consequências do dogma evolucionário que lhe deram origem continuam assombrando o mundo ainda hoje.

A CAMINHO DO JUÍZO FINAL

Em 1831, no mesmo ano em que Charles Darwin deixou a Inglaterra a bordo do HMS Beagle, nasceu nas Ilhas Britânicas outro dogma do século XIX com consequências profundas para a História da humanidade. Nesse ano, John Nelson Darby, um sacerdote desiludido, deixou a Igreja da Inglaterra e uniu-se a um grupo separatista chamado “Os Irmãos de Plymouth”.
Darby aceitou a perspectiva pré-milenista dos Irmãos, porém a modificou profundamente. Assim como Darwin, Darby era um inovador. De modo muito semelhante à maneira em que Darwin inseriu suas especulações nas informações científicas que coletou nas costas da Patagônia, Darby introduziu seus próprios conceitos e ideias na informação bíblica que encontrou na cidade de Plymouth.
Darby afirmava que Deus tem dois povos distintos com dois destinos distintos. Somente um desses povos, o povo judeu, sofreria a Tribulação. O outro, a igreja, seria tirada do mundo numa Vinda Secreta de Jesus, sete anos antes da Segunda Vinda. Esse postulado característico de Darby logo seria conhecido como escatologia dispensacionalista. Desde Darby, os dispensacionalistas sustentam que devido ao assassinato de seu Messias, os judeus entrarão num tempo de sofrimento sem precedentes, denominado “A Tribulação de Jacó” ou “A Grande Tribulação” [8]. Os primeiros dispensacionalistas declararam que os judeus estavam sob uma “culpa nacional”, por causa do “assassinato de Jesus Cristo” [9]. No livro Conflict of the Ages o autor dispensacionalista Arno C. Gaebelein descreveu os judeus como “infiéis” e “uma ameaça” [10]. O historiador Dr. Timothy Weber comenta que apesar de tais declarações o livro de Gaebelein recebeu críticas entusiasticamente favoráveis por parte de publicações dispensacionalistas como a revista Moody Monthly do Instituto Bíblico Moody e a revista Biblioteca Sacra do Seminário Teológico de Dallas [11].
Em seu livro On the Road to Armageddon (“A Caminho do Armagedom”), Weber denuncia vários líderes dispensacionalistas que promoviam teorias conspiratórias contra os judeus, todas sem fundamento. Alguns deles aclamaram o falso e nefasto livro The Protocols of the Elders of Zion(“Protocolos dos Sábios de Sião”) como uma prova positiva de que os judeus estavam por trás de uma conspiração global para destruir a civilização cristã [12]. James M. Gray, do Instituto Bíblico Moody, afirmou que esse livro era “um argumento contundente do dispensacionalismo” [13]. E Arno Gaebelein elogiou Serge Nilus, o primeiro publicador de Protocolos, dizendo que ele era “um crente na Palavra de Deus e na profecia, e um verdadeiro cristão” [14]. Mesmo depois que o óbvio saiu à luz e o livro foi desmascarado, Gaebelein não quis reconhecer que o livro Protocolosera uma fraude [15]. Charles C. Cook, do Instituto Bíblico de Los Angeles, também declarou que Protocolos era autêntico e descreveu de forma estereotipada as “características distintivas” dos judeus como “orgulho, arrogância exagerada, amor às coisas materiais, egocentrismo”. Na revista do instituto, King’s Business, Cook escreveu que a razão pela qual o povo judeu era persona non grata em muitos lugares e nas elites sociais era que “o judeu não regenerado geralmente tem uma personalidade muito pouco atraente” [16].
Tais declarações fizeram Harry A. Ironside declarar que era perturbador “ver que o livro Protocolos dos Sábios de Sião estava sendo usado não somente por gentios ímpios, mas também por alguns cristãos fundamentalistas que tentavam gerar o ódio e a suspeita contra o povo judeu em geral” [17]. Apesar dessa vergonha, os dispensacionalistas (inclusive Ironside) continuaram predizendo um futuro de Tribulação sem precedentes para os judeus.
Desde a sua perspectiva, era necessário levar os judeus de volta à Palestina, onde duas terças partes deles morreriam num Armagedom apocalíptico. Um líder dispensacionalista, Dr. John Walvoord, declarou: “Israel está destinado a passar por um tempo especial de sofrimento que eclipsará qualquer coisa que tenha ocorrido no passado”. Walvoord enfatiza essa declaração acrescentando que os judeus que retornassem à Palestina estariam “colocando a si próprios no centro de um redemoinho futurista que destruirá a maioria das pessoas que vivam na terra da Palestina” [18].
Hal Lindsey, mantendo o mau agouro de Walvoord, disse aos cristãos que pouco depois do “arrebatamento da igreja” uma “multidão incontável” de judeus será massacrada num banho de sangue que excederá os horrores do Holocausto. Lindsey predisse ainda que a brutalidade da Besta fará com que os carniceiros nazistas “pareçam meninas brincando num acampamento” [19].
Por sua vez, Tim LaHaye utiliza nomes bíblicos tais como “O dia da calamidade de Israel” para referir-se ao que ele chama de “a solução final” do Anticristo ao “problema judeu” [20]. Assim como Lindsey, LaHaye está convencido de que esse tempo de sofrimento nacional para os judeus “será pior que a inquisição espanhola do século XVI ou que o Holocausto promovido por Adolf Hitler no século XX” [21]. Segundo LaHaye, o tempo da Tribulação será um pesadelo real além da imaginação: “Todos os horrores de todas as guerras desde que o mundo surgiu, cada desastre natural da História e toda a sua crueldade inexplicável, todo o ódio e toda a injustiça do homem contra o seu próximo, tudo isso levado a um clímax completo e comprimido num período de sete anos. Mesmo que alguém pudesse imaginar tal horror, nada disso se compara ao terrível caos da Tribulação!” [22]

O CORAÇÃO DO DISPENSACIONALISMO

Da mesma forma que seu contemporâneo Charles Darwin, que escreveu sobre o dia em que embarcou no navio HMS Beagle: “Naquela época eu não duvidava da verdade literal de cada palavra da Bíblia”, J. N. Darby também se envergonhou de suas tradições religiosas e teológicas. Vários historiadores mencionam que o pré-milenismo do início do século XIX, contagiado pelas ideias de Darby, estava se transformando rapidamente em obscurantismo religioso típico de indivíduos “socialmente problemáticos, psicologicamente perturbados e teologicamente ignorantes” [24].
Naquela época muitos buscavam ingenuamente datar o terror e o caos da Tribulação e mesmo a Segunda Vinda mediante a correlação de eventos históricos e profecia bíblica. No extremo sectário, Joseph Smith, o fundador do mormonismo, começou a proclamar que sua geração estava vivendo na véspera da vinda de Cristo. Smith alegava que Deus lhe havia revelado que Jesus voltaria antes de que ele, Joseph Smith, chegasse aos 85 anos. Isso fez com que historiadores como Ernest Sandeen chamassem Joseph Smith e seus seguidores de “bêbados do milênio” [26].
Em outros círculos, o pregador batista William Miller (um dos fundadores da seita que viria a chamar-se “Igreja Adventista do Sétimo Dia”) também circulava a ideia de que sua geração viveria para ver o milênio. Em 1831 disse publicamente que Jesus Cristo voltaria no ano 1843. Disse que de acordo com Dn 8.14, o milênio começaria 2300 “dias”, isto é, anos, depois do decreto de Artaxerxes (457 a.C.). Nesse mesmo ano de 1831 Darby acrescentou seu toque único a esse jogo de datas, ao introduzir o conceito de uma “vinda secreta” sete anos antes da Segunda Vinda de Cristo. Desse modo, qualquer um poderia datar a Segunda Vinda de Cristo, depois da vinda secreta e do arrebatamento da igreja. Mais tarde, dispensacionalistas como LaHaye inventaram várias novas regras para o jogo de datas. LaHaye chegou a declarar que a geração que ouviu a declaração austríaca da Primeira Guerra Mundial de 1914 não morreria antes da Segunda Vinda de Cristo! [27]
No entanto, os próprios Irmãos de Plymouth, que receberam em primeira mão as novas ideias de Darby, as consideraram exegeticamente insustentáveis. E o sistema de interpretação de Darby, baseado na divisão da Bíblia, acabou dividindo a igreja dos Irmãos [28]. O erudito dos Irmãos, Samuel P. Tregelles, reconhecido pela sua análise histórica do texto grego do Novo Testamento, descartou as doutrinas escatológicas de Darby dizendo que eram tolices especulativas. Sua opinião era que o sofisma da vinda secreta de Cristo, sete anos antes da Segunda Vinda, teve sua origem numa declaração “profética” na congregação do Pr. Edward Irving, e não na exegese bíblica. Tregelles afirmou: “Foi dessa suposta ‘revelação’ que surgiu a moderna doutrina dispensacionalista. Não surgiu da Santa Escritura, mas de algo que foi apresentado falsamente como sendo o Espírito de Deus”. [29]
Darby, no entanto, afirmava que suas ideias e concepções não se baseavam numa declaração “profética” na igreja de Edward Irving em Londres, e nem das visões extáticas de uma escocesa chamada Margareth MacDonald. Ao contrário, afirmava tirar suas conclusões da premissa que a Bíblia conta a história de dois povos diferentes, para os quais Deus tinha dois planos completamente diferentes: Israel e a igreja. [30] Por esse motivo Darby ensinava que para ler a Bíblia corretamente, é preciso identificar quais passagens falam de Israel e quais falam da igreja. É o método de decidir antecipadamente quais passagens da Bíblia se aplicam a Israel e quais se aplicam à igreja, para só então interpretar essas passagens à luz dessa “divisão” da Palavra. [31]. B. W. Newton, “um dos mais antigos e reconhecidos dentre os Irmãos”, considerava, no entanto, que o método de Darby era uma “tolice fantasiosa”. [32]
C. I. Scofield (autor das notas da Bíblia de Estudo Scofield), que sucedeu a Darby como a maior autoridade do dispensacionalismo para a interpretação da Bíblia, publicou em 1888 seu livro Right Dividing the Word of God (“A Correta Divisão da Palavra de Deus”), que se tornou a mais ampla defesa da teoria de Darby a respeito dos “dois povos de Deus”. [33]
Em nossa geração, Tim LaHaye (co-autor da série Deixados para Trás) é o escritor que se encontra à frente do dispensacionalismo, defendendo e propagando o dogma dos “dois povos de Deus” de Darby. Por meio de suas obras de ficção e não-ficção, do rádio e da televisão, de igrejas e seminários, ele promove e fortalece as teses dispensacionalistas. Em suas próprias palavras: “A distinção entre Israel e a Igreja é importante porque a distinção atual da Igreja no plano de Deus é a base teológica do arrebatamento pré-tribulacional”. [34]
Mesmo que a habilidade de LaHaye de comercializar o dogma de Darby seja impressionante, em última instância devemos nos perguntar se é bíblica. De fato, devemos descobrir se os dispensacionalistas, a começar com Darby, têm feito uma exegese correta da Palavra ou se a dividiram incorretamente, baseados em uma eisegese doentia. Durante 1900 anos de história eclesiástica ninguém (inclusive grandes nomes como Agostinho, Lutero, Calvino, Knox, Zwinglio e Wesley) descobriu na Escritura o conceito de “arrebatamento pré-tribulacionista da igreja” que LaHaye afirma ser “ensinado claramente” na Bíblia. Eram todos eles – incluindo todos os cristãos em 1900 anos de Igreja – cegos biblicamente??? Ou será que LaHaye e seus seguidores são os verdadeiramente cegos?
Isto não é um simples debate. As ideias trazem consequências. E as consequências do dogma de Darby se fazem presentes no mundo contemporâneo. Da mesma forma como as ideias subjetivas de Darwin na ciência produziram o pesadelo da eugenia, a posição subjetiva de Darby sobre as Escrituras também produz um pesadelo inexorável. Se LaHaye tivesse razão, a Tribulação seria uma realidade terrível para o povo judeu.
Em gerações anteriores, os dispensacionalistas contentavam-se em ser simplesmente espectadores de eventos que ocorriam ao seu redor. Os dispensacionalistas atuais, no entanto, querem ser protagonistas dos tempos que precederão os horrores do Armagedom. Timothy Weber observa: “Durante os primeiros cem anos, os dispensacionalistas foram observadores dos eventos. Mas isso mudou desde que Israel reclamou seu lugar na Palestina. Pela primeira vez, os dispensacionalistas creram que era necessário tomarem providencias para assegurar que o jogo terminaria de acordo com seu roteiro divino”. [35]
O único modo de deter essa marcha evangélica rumo ao Armagedom é obter uma iluminação fiel das Escrituras. Em outras palavras, os cristãos devem buscar obter uma exegese fiel para compreender o que o Espírito realmente ensina nas Escrituras, em vez de colocar suas próprias predileções no texto bíblico. Insights momentâneos de inspiração ou intuição são maus substitutos para o estudo criterioso das Escrituras. Devemos orar para que o Espírito Santo nos dê mentes esclarecidas e corações abertos para adentrarmos na Escritura. Isso significa ler a Bíblia pelo seu valor real. E acima de tudo significa rejeitarmos uma eisegese estéril e prosseguir sem desvios rumo a uma exegese fiel.

DOIS POVOS DIFERENTES?

Começaremos pelo coração do dogma dispensacionalista, que afirma que Deus tem dois povos diferentes, sendo que um deles será arrebatado antes de Deus continuar seu plano em relação ao outro. As Escrituras revelam que Deus tem dois povos distintos? Ou revela que há um só povo escolhido, que forma uma comunidade pactual?
Em vez de afirmar que Deus tem dois povos diferentes, a Escritura revela, do princípio ao fim, que somente há um povo escolhido, comprado “de toda raça, língua, povo e nação” (Ap 5.9). Como Paulo afirma: “os gentios são co-herdeiros com Israel, membros do mesmo corpo, e co-participantes da promessa em Cristo Jesus” (Ef 3.6).
Além disso, a mesma terminologia utilizada para descrever o povo de Israel no Antigo Testamento é utilizada para descrever a Igreja no Novo Testamento. Pedro chama esse único povo escolhido de “geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus” (1Pe 2.9). Esse é o povo escolhido de Deus, a geração eleita, não em virtude de uma descendência física de Abraão, mas em virtude de uma relação genuína com “a pedra viva – rejeitada pelos homens, mas escolhida por Deus e preciosa para ele” (1Pe 2.4). A verdadeira Igreja é o verdadeiro Israel, e o verdadeiro Israel é a verdadeira Igreja.
E mais: assim como o Antigo e o Novo Testamento revelam um só povo escolhido, também revelam que esse povo escolhido forma uma só comunidade da aliança. Ainda que essa única comunidade da aliança encontra-se fisicamente ligada à semente de Abraão, cujo número seria como o das “estrelas” no céu (Gn 15.5) ou como o “pó da terra” (Gn 13.16) [36], ela fundamenta-se espiritualmente numa descendência singular, única – ou seja, num descendente individual. Paulo explica em sua epístola aos Gálatas: “as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. A Escritura não diz: ‘E aos seus descendentes’, como se falando de muitos, mas: ‘Ao seu descendente’, dando a entender que se trata de um só, isto é, Cristo” (Gl 3.16). Paulo continua explicando: “E se vocês são de Cristo, são descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gl 3.29).
Afirmar que Israel deve “cumprir seu destino nacional como uma entidade separada depois do arrebatamento e da Tribulação durante o milênio” [37] é uma afronta ao único descendente no qual todas as promessas feitas a Abraão foram cumpridas. Como disse Keith Mathison: “As promessas feitas aos israelitas, literalmente falando, foram cumpridas por um israelita literal, Jesus, o Messias. Ele é o descendente (‘a semente’) de Abraão”. [38] O remanescente fiel de Israel do Antigo Testamento e do Cristianismo do Novo Testamento unem-se numa descendência genuína de Abraão, tornando-se seus herdeiros segundo a promessa. Esse remanescente não foi escolhido pela religião ou pela raça, mas pela sua relação com o Redentor ressurreto. Revestidos de Cristo, homens, mulheres, “de toda tribo, língua e nação” [39], formam uma única comunidade da aliança.
Finalmente, esse único povo escolhido por Deus, que forma a comunidade da aliança, é belamente representado em Romanos como uma oliveira cultivada (Rm 11.11-24). A árvore simboliza o Israel nacional, os ramos simbolizam os que creem, e suas raízes simbolizam Jesus, “a Raiz e o Descendente de Davi” (Ap 22.16). Os ramos naturais que foram cortados representam os judeus que rejeitaram Jesus. Os ramos de oliveira brava que foram enxertados representam os gentios que receberam Jesus. Por isso, Paulo diz: “Pois nem todos os descendentes de Israel são Israel. Nem por serem descendentes de Abraão passaram todos a ser filhos de Abraão. Ao contrário: ‘Por meio de Isaque a sua descendência será considerada’. Noutras palavras, não são os filhos naturais que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa é que são considerados descendência de Abraão” (Rm 9.6-8).
Jesus é o único Descendente genuíno de Abraão. E todos os que estão revestidos de Cristo formam uma comunidade da aliança escolhida e unida em Cristo. Portanto, “não há judeu nem grego [nem árabe nem chinês, nem norteamericano nem africano, nem australiano nem brasileiro, etc], nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vocês são um em Cristo Jesus. E se vocês são de Cristo, são descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gl 3.28,29). Estas palavras de Paulo são o epitáfio no túmulo do dispensacionalismo!
Portanto, a Bíblia simplesmente contradiz o ensino dispensacionalista de que Deus possui dois povos distintos. E se Deus sempre teve um único povo, o dogma dispensacionalista é esmagado pelo peso das Escrituras.

DOIS PLANOS DIFERENTES?

Assim como existe somente um povo escolhido que forma uma única comunidade da aliança, existe somente um plano divino, caracterizado em Ef 2.15 como “a nova humanidade” criada por Deus. O argumento dispensacionalista de que Deus propôs um plano originalmente para Israel e que depois iniciou outro plano, entre parênteses, para a Igreja, plano esse que terminaria abruptamente no “arrebatamento”, carece de base bíblica e esquece do objetivo real do propósito de Deus.
Em primeiro lugar, ao contrário do que diz o argumento dispensacionalista de um plano original de Deus para Israel, a Escritura revela uma progressão do único plano divino para estabelecer por meio de Israel uma nova humanidade (Ef 2.15) numa nova Pátria (Rm 4.13; Hb 12.18,22). Esse plano progressivo começa no Paraíso perdido e termina no Paraíso restaurado.
A imagem bíblica é profunda e incisiva. Adão entra numa vida de pecado e é separado do Paraíso. É relegado ao descontentamento e a vagar separado da comunhão com o Criador. O mesmo capítulo que faz referência à Queda também registra o plano divino para a restauração da comunhão (Gn 3.15). O plano de Deus é definido como a promessa de Deus de fazer por meio de Abraão que “todos os povos da terra” sejam “abençoados” (Gn 12.3). O chamado de Abraão, portanto, constitui o antídoto divino para a Queda.
A promessa de Deus de que os filhos de Abraão herdariam a Terra Prometida era um passo preliminar no plano progressivo de Deus pelo qual Abraão e seus descendentes herdariam “uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial” (Hb 11.16). O plano é melhor visualizado quando observamos Moisés dirigindo os descendentes de Abraão e tirando-os de seus 400 anos de escravidão no Egito. Depois peregrinaram por 40 anos no deserto. Deus habitou em meio ao povo e o preparou para a Terra Prometida. Do mesmo modo que Abraão, Moisés, no entanto, somente viu a promessa de longe.
O plano de Deus assume uma realidade concreta quando Josué dirige a conquista da Palestina. As peregrinações de Adão, Abraão e Moisés terminam quando Josué estabelece o povo na Terra Prometida (Js 21.43). Como diz Josué: “Vocês sabem, lá no fundo do coração e da alma, que nenhuma das boas promessas que o SENHOR, o seu Deus, lhes fez deixou de cumprir-se. Todas se cumpriram; nenhuma delas falhou” (Js 23.14).
Porém, assim como Adão caíra no Paraíso, os descendentes de Abraão cairiam na Palestina. Portanto, as palavras de Josué em sua despedida anunciaram uma trágica realidade: “Mas, assim como cada uma das boas promessas do SENHOR, o seu Deus, se cumpriu, também o SENHOR fará cumprir-se em vocês todo o mal com que os ameaçou, até eliminá-los desta boa terra que lhes deu. Se violarem a aliança que o SENHOR, o seu Deus, lhes ordenou, e passarem a cultuar outros deuses e a inclinar-se diante deles, a ira do SENHOR se acenderá contra vocês, e vocês logo desaparecerão da boa terra que ele lhes deu” (Js 23.15,16).
As “boas promessas” de Deus alcançaram seu apogeu durante o reinado de Salomão, cujo governo cobria a terra desde o rio Eufrates ao norte até o rio do Egito ao sul (1Rs 4.20,21; compare com Gn 15.18), mas mesmo assim a terra vomitou os israelitas do mesmo modo como havia feito com os cananeus antes deles. Durante os exílios assírio e babilônio, as peregrinações experimentadas por Adão foram também experimentadas pelos descendentes de Abraão.
No entanto, as promessas de Deus a Abraão não seriam anuladas. Palestina era somente uma fase preliminar da promessa patriarcal. Abraão não seria somente pai de uma nação, mas “pai de muitas nações” (Gn 17.5). Abraão seria “herdeiro do mundo” (Rm 4.13). O alvo da promessa não era a Palestina, mas o Paraíso restaurado.
Deus também prometeu a Abraão uma semente real. Josué dirigiu o povo de Israel à Terra da Promessa. Um dia Jesus dirigirá Seu povo ao Paraíso restaurado. Lá o povo de Deus entrará em seu descanso. Desde a rebelião de Adão até a semente real de Abraão, as Escrituras revelam um único plano de Deus para a humanidade. Em vez de uma sobreposição de dois planos divinos causada pela rejeição de Jesus pelos judeus, as Escrituras revelam o cumprimento do plano de Deus na crucificação. Porque somente mediante a fé na morte e na ressurreição de Cristo é que a única comunidade da aliança poderá encontrar o descanso de suas peregrinações (Hb 4.1-11). Em Cristo, o último Adão (1Co 15.45), as promessas de Deus encontram seu pleno cumprimento. Paulo coloca nestes termos: “E, se vocês são de Cristo, são descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gl 3.29).
Assim como não existe uma “sobreposição” de dois planos divinos, igualmente não existe um “parêntese” nos propósitos de Deus. O argumento dispensacionalista de que existe um parêntese no plano de Deus para Israel, e que esse parêntese é o plano de Deus para a Igreja, nada mais é do que o produto de uma leitura estranha e fantasiosa da Bíblia. O enfoque principal desse dogma dispensacionalista encontra-se numa interpretação incorreta do livro de Daniel. Tim LaHaye costuma dizer: “É impossível compreender a profecia da Bíblia sem compreender o livro de Daniel. Muitas informações a respeito de assuntos importantes e a sequência correta dos últimos dias encontram-se em Daniel” [40]. Algo que os dispensacionalistas fazem questão de ressaltar, por exemplo, são as “setenta semanas” de Daniel (Dn 9.24-27).
De fato, LaHaye criou uma série de pressupostos a respeito das setenta semanas de Daniel. Ele afirma simplesmente que existe um lapso de 2000 anos (!) entre a semana 69 e a semana 70. E que esse lapso é o “parêntese” no qual está inserido o plano de Deus para a Igreja [41]. Finalmente, supõe que a Igreja era “um mistério oculto no Antigo Testamento (Rm 16.25,26; Ef 3.2-10; Cl 1.25-27)” e que “Israel, e não a Igreja, cumprirá seu destino nacional como uma entidade separada depois do arrebatamento e da Tribulação e durante o milênio” [42].
Deveria ser evidente a todos que essas invenções não são produto de uma leitura fiel do texto bíblico, mas sim o resultado de uma imaginação fértil! A própria ideia de que os profetas do Antigo Testamento não viram “o vale da Igreja” [43], que a Igreja “não existia antes de seu nascimento em Pentecostes” e que “terá um fim abrupto no arrebatamento” [44], é completamente falsa. Os profetas do Antigo Testamento não somente viram o “vale da Igreja” – eles anunciaram a Igreja! Pedro, falando no Pentecoste, disse: “De fato, todos os profetas, de Samuel em diante, um por um, falaram e predisseram estes dias” (At 3.24). O que os profetas do Antigo Testamento não viram nem anunciaram foi que a Igreja teria um “fim abrupto no arrebatamento”! Em outras palavras, a ideia de que a Igreja é um mero “parêntese” nos planos de Deus não tem o menor fundamento bíblico.
Finalmente, assim como não há uma sobreposição nem um parêntese no plano de Deus, também não há nenhum arrebatamento pré-tribulacionista.. Durante 1900 anos, a ideia de um arrebatamento pré-tribulacionista foi completamente desconhecida pela Igreja. Antes de Darby, os Irmãos de Plymouth acreditavam que o arrebatamento e a Segunda Vinda de Cristo eram eventos simultâneos. A invenção inovadora de Darby provocou o nascimento da ideia do arrebatamento da Igreja antes da Tribulação. Timothy Weber explica: “Antes de Darby, todos os pré-milenistas, inclusive os futuristas, criam que o arrebatamento aconteceria no fim da Tribulação, na Segunda Vinda de Cristo. Mas Darby viu o arrebatamento e a Segunda Vinda como dois acontecimentos separados. No arrebatamento, Cristo viria para seus santos, e na Segunda Vinda ele viria com os seus santos. Entre esses dois eventos aconteceria a Tribulação” [45].
Antes de Darby essa ideia nunca havia sido conhecida no corpo de Cristo. Harry Ironside, um dispensacionalista, desafiava aos que não aceitavam essa posição: “Procurem, assim como eu procurei, as declarações dos chamados Pais da Igreja, nos períodos anteriores e posteriores a Nicéia; os comentários teológicos dos eruditos; os escritores católico romanos de todas as correntes de pensamento; a literatura da Reforma; os sermões dos puritanos; as obras teológicas da atualidade, e perceberão a notável ausência desse mistério” [46]. Ironside, a quem LaHaye considera como um de seus “heróis”, costumava, contraditoriamente, também dizer: “Quando você ouvir algo novo, examine-o cuidadosamente, porque pode ser um erro” [47].
LaHaye seguiu o conselho de seu “herói” e esforçou-se para tentar demonstrar que o arrebatamento pré-tribulacional da Igreja não é algo novo. Como evidência, menciona “a emocionante descoberta de uma declaração contida num sermão apocalíptico do século IV, de Pseudo-Efraim”, apresentada por Grant Jeffrey [48]. Jeffrey disse que havia levado “uma década” procurando, mas que valeu a pena: “O texto efraimita revela uma declaração clara sobre o retorno pré-tribulacionista de Cristo para levar seus santos ao céu a fim de que escapem da Tribulação” [49].
Assim como LaHaye, o filósofo e teólogo Norman Geisler ficou emocionado com a descoberta de Grant Jeffrey. Para fortalecer sua posição dispensacionalista ele menciona uma declaração de Jeffrey que diz que “o manuscrito efraimita revela que a perspectiva pré-tribulacionista existia desde o século III” [50]. Sua opinião é de que os primeiros Pais da igreja primitiva, “tais como Efraim da Síria, eram abertamente pré-tribulacionistas” [51]. Portanto, assim como LaHaye, Geisler não aceita o argumento de que o conceito de arrebatamento pré-tribulacionista teve origem no século XIX. Segundo Geisler, quem pensa desse modo está cometendo um erro [52]. As declarações de Geisler a esse respeito circulam amplamente como demonstração de autoridade final. Não obstante, seguindo a orientação do Dr. Ironside, seria bom “examinar cuidadosamente” o sermão efraimita para ver se depois de uma década de buscas, os dispensacionalistas realmente conseguiram encontrar um precedente histórico do arrebatamento pré-tribulacionista anterior ao século XIX.
Para começar, é instrutivo perceber que enquanto Norman Geisler atribui o sermão em questão a “Efraim da Síria”, no “século III”, Tim LaHaye acredita que esse sermão pode ser de autoria de “um certo Pseudo-Efraim” que teria escrito “talvez entre os anos 565 e 627” [53]. Sem importar quem de fato o escreveu e quando, podemos dizer com certeza absoluta que nenhuma tradição de arrebatamento pré-tribulacionista se originou nele ou se desenvolveu a partir dele. Ainda mais importante, como sabem os historiadores e os teólogos sérios, uma simples pesquisa nos escritos de Efraim revela que ele era pós-tribulacionista, e não pré-tribulacionista. Não somente isto, mas o próprio sermão apresentado pelos dispensacionalistas como “evidência” de suas ideias, utiliza claramente a tradição do arrebatamento pós-tribulacionista do verdadeiro Efraim.
Na verdade, é difícil imaginar que alguém, lendo esse sermão em seu contexto, consiga chegar à conclusão de que Efraim (ou Pseudo-Efraim) estivesse falando de um arrebatamento secreto antes da Tribulação, pois nesse mesmo sermão, o autor enfatiza que os cristãos deverão passar pela Grande Tribulação. De fato, o sermão menciona a necessidade de uma regeneração antes da Tribulação, e não de um arrebatamento antes da Tribulação [54].
Ainda que a “emocionante descoberta” do sermão apocalíptico do século IV de Efraim (ou Pseudo-Efraim?) tenha seu valor como uma peça de retórica, ainda assim não é lá muito relevante para a teologia cristã. O problema não está na autoria do documento, mas na exegese correta que é feita do mesmo. No entanto, mais do que a exegese correta desse documento, devemos preocupar-nos com a exegese correta dos textos bíblicos. Podemos começar com a Primeira Epístola de Paulo aos Tessalonicenses, numa passagem muito usada pelos dispensacionalistas para “comprovar” a teoria do arrebatamento pré-tribulacionista de Darby. LaHaye afirma: “Um dos eventos proféticos mais convincentes da Bíblia é o arrebatamento da Igreja. Ele é ensinado claramente em 1Ts 4.13-18, trecho no qual o apóstolo Paulo nos dá os melhores detalhes disponíveis” [55].
Do mesmo modo que a exegese do texto efraimita, uma exegese de 1Ts 4 mostra que Paulo não está pensando num arrebatamento pré-tribulacionista. A mensagem de Paulo refere-se à gloriosa esperança da ressurreição, e não num novo ensino a respeito de uma vinda secreta de Cristo, na qual Ele arrebatará a Igreja. Como todo erudito bíblico sabe, o ensino de Paulo em 1Ts 4 é paralelo ao seu ensino em 1Co 15. Ambos textos tratam da bendita esperança de que o fim ocorrerá quando Cristo voltar. Ele entregará o Reino a Deus Pai depois de ter destruído todo domínio, autoridade e poder. Quando soe a trombeta, estaremos com o Senhor para sempre[56].
O texto não diz em nenhum lugar que quando Cristo vier do céu “com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus” (1Ts 4.16), Ele se deterá no meio do caminho, mudará de direção e nos levará consigo às mansões celestiais, enquanto a terra mergulha no caos. Os tessalonicenses também não entenderam desse modo. O Dr. N. T. Wright observa: “Paulo apresenta a imagem de um imperador que está visitando uma província. Os cidadãos saem ao seu encontro em campo aberto e o escoltam até a cidade. A imagem de Paulo do povo ‘se reunindo com o Senhor nos ares’ deve ser lida assumindo-se que o povo imediatamente voltará com o Senhor para um mundo novo” [57].
Além disso, existe pouca justificativa para supor que a ideia do arrebatamento pré-tribulacionista se baseia numa “correspondência” entre o ensino de Cristo em Jo 14.1-3 e o ensino de Paulo em 1Ts 4.13-18. Ou seja, LaHaye erra mais uma vez ao utilizar as palavras do Salvador (“Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim. Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar. E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver”) pretendendo que elas sejam o primeiro ensino sobre o “arrebatamento pré-tribulacionista” nas Escrituras [58].
Ver desse modo toda uma cosmovisão em Jo 14 e 1Ts 4 segundo a qual duas terças partes do povo judeu serão erradicadas num massacre enquanto o povo de Jesus descansa despreocupadamente em mansões celestiais é, para dizer o mínimo, uma imposição preocupante de uma eisegese insana, que tem contaminado muitíssimos evangélicos. A imagem do Paraíso de Paulo ou a metáfora das mansões celestiais de Cristo não foram apresentadas para significar um refúgio temporário no céu enquanto a terra experimenta um holocausto de sete anos. Antes, representam a imagem gloriosa de “um novo céu e uma nova terra” nos quais “não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou” (Ap 21.4).

DUAS VINDAS DIFERENTES?

Assim como a ideia de que Deus tem dois povos diferentes e dois planos diferentes para os mesmos, o conceito de que há duas fases diferentes na Segunda Vinda de Cristo também é produto de uma imaginação fértil. De fato, uma exegese saudável das Escrituras não revela nenhuma vinda secreta de Cristo seguida por uma Tribulação de sete anos, nem uma segunda oportunidade para pecar e para ser salvos depois da Segunda Vinda de Cristo. Ao contrário, quando Cristo regressar, o Reino que havia sido inaugurado em sua primeira vinda será consumado em “novos céus e nova terra, onde habita a justiça” (2Pe 3.13).
Em primeiro lugar, a própria ideia de uma vinda secreta não tem apoio bíblico. LaHaye é forçado a reconhecer: “Não existe um só versículo que declare especificamente que “Cristo virá [secretamente] antes da Tribulação” para arrebatar a sua Igreja [59]. Também não existe nenhum grupo de versículos que possa ser utilizado para expressar uma vinda secreta antes da Segunda Vinda de Cristo. A ideia de uma vinda secreta, como admitem os proponentes do arrebatamento pré-tribulacionista, é uma “dedução a partir do conjunto de um sistema teológico” [60].
Apesar disso LaHaye consegue chegar à conclusão de que haverá uma vinda secreta durante a qual somente a Igreja será arrebatada. Em vez disso, nosso Senhor declara: “Está chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados” (Jo 5.28,29; compare com Mt 25.31-46; Lc 12.35-48). A teologia de LaHaye, portanto, encontra-se em franca oposição ao ensino de Jesus. O sentido literal e claro das palavras de nosso Senhor é que no futuro ambos, justos e injustos, ressuscitarão e serão julgados ao mesmo tempo. A ideia de uma vinda secreta do Senhor é uma imposição ao texto.
Mesmo que façamos uso das pressuposições dispensacionalistas, o sentido literal da parábola do joio indica que os ímpios serão julgados antes de reunir o trigo, e não depois (Mt 13.24-30). Da mesma forma, no discurso do Monte das Oliveiras, o injusto será “levado” enquanto o justo será “deixado”, e não ao contrário, como querem os dispensacionalistas (Mt 24.36-41). Durante seus dias na Terra, nosso Senhor pediu fervorosamente ao Pai Celestial para não tirar a Igreja do mundo, mas para protegê-la do Maligno enquanto estiver no mundo (Jo 17.15) [61].
E mais: procure o quanto queira, e jamais encontrará uma Tribulação de sete anos no texto bíblico. Realmente, os sete anos futuros de Tribulação aclamados por Tim LaHaye chamam a atenção pela sua ausência nas Escrituras. LaHaye diz que “quase não há dúvida acerca de quando essa Tribulação acontecerá e quanto tempo durará” [62]. No entanto, ele não apresenta evidências a respeito. Simplesmente apela vagamente às profecias de Daniel e Apocalipse sem apresentar nenhum texto de apoio. Em vez disso, ele simplesmente diz que o Apocalipse de João divide a Grande Tribulação em “dois períodos de três anos e meio cada um, ou seja, 1260 dias, dando um total de sete anos. Durante os primeiros três anos e meio mais da metade da população mundial morrerá. Durante a segunda metade, as condições irão piorar ainda mais depois de Satanás ser expulso do céu e tomar posse do corpo do Anticristo, exigindo que o mundo o adore” [64].
É uma temeridade tirar, acrescentar ou dividir a “revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos o que em breve há de acontecer” (Ap 1.1). Em nenhum lugar a revelação de Jesus divide a Tribulação em “dois períodos de três anos e meio cada um, ou seja, 1260 dias”. Historicamente, houve um período de três anos e meio de tribulação durante a guerra judaica que começou na primavera de 67 d.C. e terminou no outono de 70 d.C., no entanto, não existe nenhum precedente bíblico para duplicar esse período de tempo ou para transferi-lo para o século XXI. Além disso, qualquer pessoa inteligente reconhece o significado do simbolismo bíblico do número sete, e em consequência, de sua metade. [65]
LaHaye faria bem em reconhecer, igualmente, que quando Jesus falava de uma tribulação “como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá” (Mt 24.21), Ele estava usando uma hipérbole profética [66]. Se esse e os diversos outros gêneros literários não são compreendidos, as Escrituras naufragam num mar de contradições. Pior ainda, aceitar as interpretações de LaHaye implica em negar a Divindade de Cristo. Daniel disse: “Debaixo de todo o céu jamais se fez algo como o que foi a Jerusalém” (Dn 9.12). Da mesma forma Deus disse: “Por causa de todos os seus ídolos detestáveis, farei com você o que nunca fiz nem jamais voltarei a fazer” (Ez 5.9; compare com Ex 11.6; Jl 2.2). Se Israel enfrentou essa grande tribulação em seu passado, Cristo teria cometido um grave erro ao predizer uma tribulação maior ainda para o futuro, maior ainda que a catástrofe do Dilúvio.
Apesar da evidência bíblica, LaHaye insiste numa tribulação de sete anos no século XXI, descrevendo-a como o tempo de angústia de Jacó e o tempo da tribulação para os judeus [67]. O que LaHaye não revela é o fato fundamental de que a referência de Jeremias a um “tempo de angústia para Jacó” (Jr 30.7) ou a referência de Jesus a um período de “grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá” (Mt 24.21), não se referem a um holocausto no século XXI, causado pela rejeição dos judeus a Yahweh no século VI a.C. ou pela rejeição dos judeus a Jesus no século I d.C. Ambas referências referem-se, inquestionavelmente, a tempos passados nos quais o templo de Jerusalém foi destruído.
Jeremias afirma claramente que a “angústia de Jacó” acontece durante o exílio babilônico, aproximadamente seis séculos antes de Jesus nascer. E Jesus coloca enfaticamente o tempo da “grande tribulação” dos judeus no século I [referindo-se ao cerco e destruição do templo e de Jerusalém no ano 70 d.C.]. Assim como Ezequiel utiliza a linguagem hiperbólica para comunicar que os horrores da destruição do templo pelos babilônios não seriam igualados jamais, Jesus utiliza a hipérbole profética para comunicar que os horrores da destruição do templo pelos romanos não teriam paralelo.
Insistir em declarações extremamente literais inevitavelmente leva à conclusão de que Bíblia contradiz a si mesma. Se a destruição dos dias de Jeremias jamais seria igualada, como poderia, então, ser superada pela destruição profetizada por Jesus? Levar a linguagem hiperbólica a um entendimento estritamente literal seria supor que Jeremias equivocou-se, ou que Jesus equivocou-se. É colocar a linguagem figurada da Bíblia numa camisa-de-força. As consequências para o Cristianismo e para o cânon bíblico são catastróficas. Em suma, não há nenhuma justificação bíblica para uma preocupação fatalista a respeito de uma tribulação futura de sete anos.
Finalmente, assim como não existe nenhuma base bíblica para uma vinda secreta e uma tribulação de sete anos, também não há nenhuma base bíblica para crer numa segunda oportunidade de salvação depois da Segunda Vinda de Cristo. Jesus Cristo é muito claro: “todos” os que o Pai lhe deu serão ressuscitados no último dia (Jo 6.37-40). Em contraste direto com a revelação bíblica, LaHaye apresenta uma interpretação fictícia na qual todas as pessoas poderão ser salvas depois da “vinda secreta” e da Segunda Vinda de Cristo. As implicações de sua teologia são igualmente ousadas e blasfemas. Se Cristo e a Igreja unem-se nas “bodas do Cordeiro” entre a vinda secreta e a Segunda Vinda, a “noiva de Cristo” deve continuar “crescendo para incluir outras pessoas redimidas nos dias do Reino” [68]. Por outro lado, se Deus tem uma noiva (a Igreja) e uma esposa (Israel), os que são salvos depois da Segunda Vinda devem ser “acrescentados à esposa de Deus” em vez de à noiva de Cristo. Esse cenário é inimaginável. É absurdo supor que a noiva com quem Cristo casou durante a Tribulação está incompleta e portanto, imperfeita. Além disso, é pura blasfêmia afirmar que o Deus único, revelado em três Pessoas, tenha uma noiva e uma esposa [69].
Paulo observa que a libertação da criação ocorre juntamente com a redenção de nossos corpos (Rm 8.18-25). Portanto, podemos estar certos de que ninguém será salvo numa era mitológica que aconteceria depois da Segunda Vinda de Cristo. A ideia de que nossos corpos serão redimidos no arrebatamento e que a Terra será libertada de sua escravidão somente para deteriorar-se aproximadamente 1007 anos depois não tem precedente bíblico. Na Segunda Vinda, a noiva de Cristo, a Igreja [formada por judeus e gentios], estará completa. Ninguém mais poderá ser salvo. Porque o fim terá chegado.

O DOGMA DISPENSACIONALISTA: FICÇÃO E HERESIA

Mesmo quando LaHaye afirma com insistência que o arrebatamento é “um dos eventos proféticos mais convincentes da Bíblia” e que “em 1Tessalonicenses Paulo nos dá os melhores detalhes disponíveis”, a verdade é que o arrebatamento é o fruto maduro de uma fértil imaginação, e não o fruto de uma fiel interpretação da Bíblia.
Os “detalhes” que LaHaye menciona surgem de sua série fictícia Deixados Para Trás, e não da Bíblia Sagrada. Somente nessa série [que rendeu milhões de dólares, diga-se de passagem] é que Jesus volta secreta e silenciosamente para arrebatar a Igreja, sete anos antes da Segunda Vinda, e não em 1Tessalonicenses. Na ficção de LaHaye, depois de reunir-se com seus santos em algum lugar nos ares, Jesus muda de direção e leva a Igreja para as mansões celestiais, para as bodas do Cordeiro. LaHaye diz: “A Igreja (a noiva de Cristo) e nosso Senhor Jesus se casarão oficialmente no Céu” [70].
Portanto, “enquanto a Terra sofre as angústias da Tribulação, a Igreja desfrutará de uma boda celestial e de uma grande festa” [71]. Os convidados dessa festa são “os santos fiéis do Antigo Testamento” e “aqueles que morreram ou foram martirizados durante a Tribulação” [72]. LaHaye diz que um dos convidados será João Batista [73]. Segundo LaHaye, mesmo tendo sido decapitado na Terra e ainda sem um corpo glorificado, João Batista participa da festa no Céu juntamente com o Noivo e a “noiva” – que sim, já têm seus corpos glorificados.
Enquanto isso, ainda segundo o script de LaHaye, na Terra os judeus que se prostituem com a Besta experimentam um holocausto de proporções mitológicas. Dois terços ficam reduzidos a cadáveres cobertos de sangue. Junto com o massacre, acontece uma “colheita de almas”, em parte devido a um vídeo feito pelo já arrebatado T. D. Jakes [74] e em parte devido à grande habilidade evangelística de 144.000 virgens judeus (!) que “não se contaminaram com mulheres”.
Enquanto a festa prossegue no Céu, o mundo sofre “um terremoto tão forte que cada montanha e cada ilha são movidas de seus lugares” [75]. O Sol “escurece e a lua fica vermelha como sangue”. Enquanto isso, “meteoritos” e “grandes nuvens de origem desconhecida” inundam o planeta [76].
E isso é só o começo do “Apocalipse segundo LaHaye”. Os juízos e as trombetas dos primeiros 21 meses da Tribulação representam apenas a obra do Anticristo. Depois disso, a ira do Todo-Poderoso é derramada sobre a face da Terra. “No primeiro período da Tribulação a Terra conheceu a ira do Anticristo; agora começará a sentir a ira do Todo-Poderoso” [77]. O castigo inclui granizo, chuva de fogo com sangue, e “um desastre ecológico sem paralelo na história da humanidade” [78]. O terremoto que moveu as montanhas e as ilhas de seus lugares e os meteoros que golpearam a Terra são insignificantes comparados a esse desastre ecológico. Nem mesmo o Dilúvio de Noé, que matou todo o planeta com exceção de oito pessoas, se aproxima ao massacre causado por esta catástrofe.
Pouco depois, outro grande meteoro cai na Terra e faz com que uma terça parte do mar se transforme em sangue. Uma terça parte dos rios e lagos também se torna amarga e venenosa. Logo o Todo-Poderoso reduz “reduz a quantidade de energia radiante que chega à Terra, vinda do Sol e das estrelas, a uma terça parte” [79] e libera gafanhotos com “um poder semelhante a escorpiões para que atormentem os descrentes” [80]. Depois dos gafanhotos, aparece um exército de 200 milhões de homens a cavalo, ou como prefere dizer LaHaye: demônios a cavalo [81]. (LaHaye repreende outros “pregadores de profecia” que interpretam esse texto de modo literal, porque “a logística necessária para mover um exército de 200 milhões de pessoas do Oriente através do Eufrates e do deserto árabe à pequena terra de Israel parece impossível” [82]. Evidentemente, mover cada montanha e ilha de seus lugares é mais factível para LaHaye do que mover um exército do Oriente para Israel). Os demônios a cavalo matam fisicamente “um terço da população mundial”, atacando com suas bocas e caudas e fazendo com que outros morram de pânico. [83]
LaHaye diz: “Na primeira metade da Tribulação, pragas atrozes varrem a Terra, meteoritos em chamas envenenam um terço das águas, exércitos matam milhões, seres demoníacos torturam os descrentes, a escuridão cobre uma terça parte do Sol e a metade da população mundial morre de forma horrível. E logo virá o pior!” [84]
LaHaye prossegue seu show de horrores em Deixados Para Trás: a elite cultural muda-se de Nova York, Londres e Bruxelas para várias vilas localizadas no quartel-general da Besta na Babilônia [85], que apesar de tudo continua firme na Terra e foi restaurada à sua grandeza anterior por ninguém mais, ninguém menos do que Saddam Hussein! [86] Ali tomam a “decisão irrevogável” de aceitar a “marca da Besta” [87]. Em pouco tempo o Anticristo tem o controle absoluto sobre aqueles que foram deixados para trás. “O Grande Irmão Internacional, cujo número é 666” [88], juntamente com a “Comissão Trilateral e outras organizações secretas e semi-secretas” finalmente realizam seu sonho de “uma economia mundial interdependente” [89].
A Besta encontra-se agora em posição de romper seu pacto com Israel. Quando ela começa sua “solução final” para o “problema judeu”, Deus começa a afligir os que receberam a marca da Besta com “úlceras terríveis” [90]. Logo “ordena ao mar que se transforme em sangue como de um cadáver” e faz com que todos os rios e mananciais se transformem em sangue. (LaHaye diz: “Se Jesus pôde transformar água em vinho, não há problema em transformar água em sangue” [91]).
Quando não há mais água para beber, Deus faz com que o Sol “queime” com “tremendo calor” [92]. Mas tudo isso, no entanto, é só o começo do grande final. “E que final! O terremoto mais severo que o mundo conheceu sacode o planeta e seus fundamentos” [93]. “E isso não é tudo”, prossegue LaHaye em seu delírio. “Enormes pedras de granizo de mais de 60 quilos caem do céu, matando pessoas por todo o planeta”. Finalmente o cenário está pronto para “a mais famosa batalha da História” [94].
Jesus regressa com sua noiva vestida de branco. Toca o monte das Oliveiras e a montanha é dividida ao meio (provavelmente ela não tinha sido removida juntamente com todas as outras montanhas e ilhas) [95]. Então o Senhor mata todas as pessoas que ainda estavam vivas e que não eram salvas [96], amarra Satanás e dá início a “um tempo de paz que homens e mulheres de boa vontade têm desejado através dos séculos” [97].
Depois da vinda secreta de Cristo, de sete anos de matança e da Segunda Vinda de Cristo, na teologia de Deixados Para Trás ainda há uma segunda oportunidade de salvação durante o reinado milenar de Cristo. Homens, mulheres e crianças têm outros mil anos para aceitar ou rejeitar o Salvador [98]. Milhões de pessoas são salvas, mas outros milhões sucumbem aos encantos de Satanás. Seu número, diz LaHaye, “é como a areia do mar”. Portanto, depois de um tempo de paz e prosperidade, mais uma vez o planeta entra num processo de destruição. “E é desse modo”, diz LaHaye, “que com uma bola de fogo celestial a rebelião humana será varrida da existência” [99].
Tal como a teoria da evolução darwiniana, esta escatologia dispensacionalista continua evoluindo desde seu humilde começo nas ilhas britânicas, com a série Deixados Para Trás como carro-chefe. O dogma de Darby de dois povos, dois planos divinos e duas fases da Segunda Vinda agora é a norma, não a exceção. As doutrinas dispensacionalistas propagam-se graças a muitas instituições educacionais e penetram nas áreas mais altas de influência e poder. Conglomerados televisivos multimilionários, tais como o Trinity Broadcasting Network (TBN) produzem diariamente mais especulações proféticas dispensacionalistas.
Os que se atrevem a questionar a ideia do arrebatamento pré-tribulacionista seguido por um holocausto na Terra Santa no qual a maioria dos judeus perece, são chamados de hereges. Cunharam um termo para designar aqueles que negam as ideias dispensacionalistas. São chamados de “teólogos da Substituição” e são considerados culpados por “espalhar o anti-semitismo” [100]. Os dispensacionalistas populares, como John Hagee, são contundentes em suas críticas: “Os teólogos da Substituição estão cobrindo suas mensagens com a unção de Hitler” [101].
A única coisa que podemos fazer é orar para obter coragem a fim de enfrentar a heresia e o atrevimento dos dispensacionalistas, fazendo todo o possível para que essa pseudoescatologia, assim como a pseudociência da eugenia, desapareça nos porões escuros da História.

TRADUZIDO E ADAPTADO POR F.V.S. DE:
HANEGRAAFF, Hank. El Código del Apocalipsis. Nashville: Grupo Nelson, 2008.
NOTAS:
[1]. Charles Darwin, The Deseent ofMan, capítulo 6, "On the Affinities and Genealogy of Man", no livro de Robert Maynard Hutchins, ed., Great Books of the Western World, vol. 49, Darwin (Chicago, IL: Encyclopedia Britannica, 1952), p. 336.
[2]. Arthur Keith, Evolutíon and Ethícs (Nova York, NY: Putnam, 1947), p. 30, http://reactor-core.org/evolution-and-ethics.html (acessado em 25-01-2007).
[3]. Daniel Goleman, "Lost Paper Shows Freud's Effort to Link Analysis and Evolution", New York Times, 10 de fevereiro de 1987, Cl. Goleman explica: «A ideia evolucionista na qual Freud apoiava suas teses era principalmente a contida no manuscrito “A Ontogenia recapitula a Filogenia”, ou seja, o desenvolvimento do indivíduo repete a evolução total da espécie». Confira Henry M. Morris, The Long Wár Agaínst God: The Hístory and Impactof the Creatíonl Evolutíon Conflíct (Grand Rapids, MI: Baker, 1989), p. 33.
[4]. Henry M. Morris e Gary E. Parker, What Is Creatíon Science? ed. revisada (El Cajon, CA: Master Books, 1987), p. 67; veja também Stephen Jay Gould, "Dr. Down's Syndrome", Natural History (abril 1980): pp. 142-148.
[5]. Marvin L. Lubenow, Bones of Contentíon: A Creationist Assessment of Human Fossils, ed. revisada (Grand Rapids, MI: Baker, 2004), p. 62.
[6]. Uma perspectiva concisa da história da eugenia é a seção do apêndice 1 do livro State of Fear de Michael Crichton, "Why Politicized Science is Dangerous" (New York, NY: Harper Collins, 2004), pp. 575-580.
[7]. Ibid., p. 576.
[8]. Veja Jeremias 30.7 e Mateus 24.21.
[9]. Timothy P. Weber, On the Road to Armageddon: How Evangelícals Became Israel's Best Friend (Grand Rapids, MI: Baker, 2004), pp. 136, 146; veja pp. 129ss.
[10]. Arno Clemens Gaebelein, The Conflíct of the Ages: The Mystery of Lawlessness, Its Origin, Historic Development, and Coming Defeat (Vienna, VA: The Exhorters, s.f., ed. reimpressa, sem censura ), p. 147.
[11]. Weber, On the Road to Armageddon, pp. 135-136.
[12]. Veja ibid., pp. 130ss.
[13]. James M. Gray, "The Jewish Protocols", Moody Bíble lnstitute Monthly 22 (outubro de 1921): p. 598, citado no livro de Weber, On the Road toArmageddon, p. 132.
[14]. Gaebelein, Conflíct of the Ages,p. 99; veja também o comentário no livro de Weber, On the Road to Armageddon, p. 134.
[15]. Weber, On the Road to Armageddon, p. 142.
[16]. Charles C. Cook, "The International Jew", King's Business 12 (novembro de 1921): p. 1087, citado no livro de Weber, On the Road to Armageddon, p. 132.
[17]. Harry A. Ironside, "Are the Jews as a People Responsible for the So-Called Protocols of the Elders of Zion?" Chosen People 39 (março de 1934): pp. 5-7, citado no livro de Weber, On the Road to Armageddon, p. 138.
[18]. John Walvoord, Israel in Prophecy (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1968), pp. 107,113-114, citado no livro de Weber, On the Road to Armageddon, p. 149 (ênfase acrescentado).
[19]. Hal Lindsey com C. C. Carlson, The Late Great Planet Earth (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1970 [edição número 40, maio de 1974]), p. 110; e no livro de Weber, On the Road to Armageddon, p. 151.
[20]. Tim LaHaye e Thomas Ice, Charting the End of Times (Eugene, OR: Harvest House, 2001), p. 63.
[21]. Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins, Are We Living in the End Times? (Wheaton, IL: Tyndale, 1999), p. 146 [¿Estamos viviendo los últimos tiempos? (Miami, FL: Editorial Unilit, 2000)].
[22]. LaHaye e Ice, Charting the End Times, p. 58.
[23]. Referindo-se ao seu estado mental depois e sair da Inglaterra a bordo do HMS Beagle, Darwin escreveu: «Naqueles momentos eu não duvidava da verdade literal e estrita de cada palavra da Bíblia.» (F. Darwin, ed., The Life and Letters of Charles Darwin, vol. 1 [Londres: John Murray, 1888], p. 45, citado no livro de Michael Denton, Evolution: A Theory in Crisis [Bethesda, MD: Adler & Adler, 1986), p. 25). A noção de que Darwin foi, em algum momento de sua vida, um cristão criacionista é amplamente debatida. De fato, seu avô, Erasmus, o verdadeiro inventor da teoria da evolução, era um racionalista do século XVIII.
[24]. Timothy P. Weber, Living in the Shadow of the Second Coming: American Premillennialism, 1875-1982 (Chicago, IL: University of Chicago Press, 1983 ed.), p. 6. Weber cita Winthrop S. Hudson, Martin E. Marty, William Warren Sweet e Sydney Ahlstrom.
[25]. Minhas principais fontes são os livros de Weber, Living in the Shadow of the Second Coming; On the Road to Armageddon; e de Ernest R. Sandeen, The Roots of Fundamentalism: British and American Millenarianism 1800-1930 (Chicago, IL: University of Chicago Press, 1970); e de George Eldon Ladd, The Blessed Hope (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1956).
[26]. Sandeen, Roots of Fundamentalism, pp. 42, 47-48.
[27]. Veja Tim LaHaye, The Beginning of the End (Wheaton, IL: Tyndale, 1972), pp. 38-39; além disso, veja todo o capítulo 3: "The First Sign of the End" e o capítulo 15: "Is This the Last Generation?" LaHaye argumentava que a Primeira Guerra Mundial cumpriu de maneira singular a profecia de Mateus 24.7, que seria para ele o “começo do fim”. En 1999, LaHaye escreveu juntamente com Jerry B. Jenkins o livro Are We Living in the End Times? (Wheaton, IL: Tyndale, 1999), logo traduzido para o espanhol no ano 2000 [¿Estamos viviendo los últimos tiempos? (Miami, FL: Editorial Unilit, 2000)], no qual ainda não havia descartado a possibilidade de que a geração que viu a Primeira Guerra Mundial não passaria antes da volta do Senhor, dizendo que esse cenário “não deveria ser descartado por mais cinco anos” (p. 59).
[28]. Ladd, The Blessed Hope, p. 41.
[29]. S. P. Tregelles, The Hope of Christ's Second Coming: How Is It Taught in Scripture? and Why?(Chelrnsford, Inglaterra: The Sovereign Grace Advent Testimony, sexta ed., s.d. [primeira ed. 1864]), p. 35; e no livro de Ladd, Blessed Hope, p. 41.
[30]. Segundo o historiador Timothy Weber, o próprio Darby explicou que “a doutrina do arrebatamento pré-tribulacionista praticamente saltou das páginas da Bíblia uma vez que compreendeu e manteve de forma coerente a distinção absoluta entre Israel e a Igreja nos planos proféticos de Deus” (On the Road to Armageddon, p. 25).
[31]. Ladd, Blessed Hope, p. 130.
[32]. Ibid., p. 41.
[33]. Weber, On the Road to Armageddon, p. 39.
[34]. LaHaye e Ice, Charting the End Times, p. 81.
[35]. Weber, On the Road to Armageddon, p. 15.
[36]. Ironicamente, o sionista cristão John Hagee sustenta que a alusão bíblica às estrelas e ao pó é prova de que Deus tem dois povos diferentes, um celestial (as estrelas) e outro terrestre (o pó). Hagee diz: “Deus menciona dois elementos separados e diferentes: as estrelas do céu e o pó das praias. As estrelas são celestiais, não terrenas. Representam a Igreja. A areia das praias, por outro lado, é terrena, e representa um reino terreno com uma Jerusalém literal como capital. Estrelas e areia existem ao mesmo tempo e nenhuma substitui a outra. Do mesmo modo, a nação de Israel e o Israel espiritual coexistem ao mesmo tempo e não substituem um ao outro” (John Hagee, Final Dawn over Jerusalém [Nashville, TN: Nelson, 1998], pp. 108-109 [El último amanecer em Jerusalén] (Nashville, TN: Caribe Betania, 1998). Interpretar a Escritura à luz da Escritura, no entanto, destrói completamente a afirmação de Hagee. O profeta Neemias, por exemplo, exaltava a fidelidade de Deus em cumprir suas promessas fazendo com que os descendentes de Abraão [isto é, os judeus, Israel] fossem tão numerosos quanto as estrelas do céu (Ne 9.23; compare com Gn 15.5; 22.17).
[37]. LaHaye e Ice, Charting the End Times, p. 48.
[38]. Keith A. Mathison, Dispensationalism: Rightly Dividing the People of God? (Phillipsburg, NJ: P & R, 1995), p. 29 (ênfase no original).
[39]. Veja Apocalipse 5.9; 7.9.
[40]. LaHaye e Ice, Charting the End Times, p. 87.
[41]. Ibid., p. 90.
[42]. Ibid., p. 48 (ênfase acrescentada).
[43]. Ibid., p. 27.
[44]. Ibid., p. 46.
[45]. Weber, On the Road to Armaggedon, p. 24 (somente a primeira ênfase foi acrescentada).
[46]. H. A. Ironside, The Mysteries of God (Nueva York, NY: Loizeaux, 1946), pp. 50-51, citado no livro de Gary DeMar, End Times Fiction: A Biblical Consideration of the Left Behind Theology (Nashville, TN: Nelson, 2001), p. 20.
[47]. Como aparece no livro de Tim LaHaye, "Introduction: Has Jesus Already Come?" e no livro de Tim LaHaye e Thomas Ice, eds., The End Times Controversy (Eugene, OR: Harvest House, 2003), p. 11 (ênfase acrescentada).
[48]. Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins, Are We Living in the End Times? (Wheaton, IL: Tyndale, 1999), p. 114 [¿Estamos viviendo los últimos tiempos? (Miami, FL: Editorial Unilit, 2000)].
[49]. Grant R. Jeffrey, "A Pretrib Rapture Statement in the Early Medieval Church", citado no livro de Thomas Ice e Timothy Demy, eds. gerais, When the Trumpet Sounds (Eugene, OR: Harvest House, 1995), pp. 108, 109.
[50]. Norman L. Geisler, "A Friendly Response to Hank Hanegraaff's Book, The Last Disciple", http://www.ses.edu/NormGeisler/lastdisciple.htm (acesso em 25-01-2007).
[51]. Norman L. Geisler, Systematic Theology, vol. 4, Church,, Last Things (Minneapolis, MN: Bethany House, 2005), p. 658.
[52]. Geisler, "Friendly Response".
[53]. LaHaye e Jenkins, Are We Living in the End Times?, p. 114 (ênfase acrescentada). [¿Estamos viviendo los últimos tiempos? (Miami, FL: Editorial Unilit, 2000)].
[54]. Para um comentário mais profundo, veja "Postscript: Pseudo-Efraín on Pretrib Preparation for a Posrtrib Meeting with the Lord", no livro de Robert Gundry, First the Antichrist (Grand Rapids, MI: Baker, 1997), pp. 161-188.
[55]. LaHaye e Jenkins, Are We Living in the End Times?, pp. 95-96 (ênfase acrescentada) ¿Estamos Viviendo los últimos tiempos? (Miami, FL: Editorial Unilit, 2000).
[56]. Veja 1Co 15.51-52; 1Ts 4.14-17.
[57]. N. T. Wright, "Farewell to the Rapture", Bible Review, agosto 2001, http://www.ntwrightpage.com/WrighCBR_Farewell Rapture.pdf (acesso em 26-01-2007).
[58]. A Biblia de estudo das Profecias de Tim LaHaye é explícita ao dizer que Jesus em Jo 14.1-3 não se refere à sua Segunda Vinda, mas a uma vinda secreta. Veja Tim LaHaye, ed., Tim LaHaye Prophecy Study Bible, p. 1151.
[59]. LaHaye, No Fear of the Storm (Sisters, OR: Multnomah, 1992), p. 188.
[60]Thomas D. Ice, "The Origin of the Pretrib Rapture: Part II", Biblical Perspectives, março-abril de 1989, p. 5, citado no livro de Gary DeMar, End Times Fiction: A Biblical Consideration of the Left Behind Theology (Nashville, TN: Nelson, 2001), p. 20. Em outro trecho Thomas Ice escreve: “Nenhum versículo da Bíblia diz precisamente quando acontecerá o arrebatamento em relação à Tribulação ou à Segunda Vinda, de tal forma que assim o assunto estaria resolvido”. Ice continua dizendo que o ensino das Escrituras sobre o arrebatamento pré-tribulacionista é igual que o da Trindade, ou seja, “o resultado de harmonizar muitas passagens relativas a esses assuntos”. Enquanto ele pensa que a Bíblia ensina “uma posição clara” sobre o arrebatamento pré-tribulacionista, reconhece que essa doutrina depende de “quatro afirmações”, que são controversas. Ice afirma: “Quatro afirmações proveem o marco de referência bíblico do arrebatamento pré-tribulacional : (1) A interpretação literal coerente; (2) o pré-milenismo; (3) o futurismo; (4) uma distinção entre Israel e a Igreja. Não são simples suposições, mas doutrinas bíblicas importantes sobre as quais é construída a doutrina do arrebatamento pré-tribulacionista” (Thomas Ice, "Why I Believe the Bible Teaches Rapture Before Tribulation", http://www.pre-trib.org/pdflIceWhyIBelieveTheBibleTe.pdf [acesso em 30-12-2006]). Porém Gary DeMar refuta cuidadosamente a tentativa de tornar o conceito de arrebatamento pré-tribulacionista semelhante às doutrinas bíblicas da Encarnação e da Trindade: “A natureza encarnada de Cristo pode ser provada utilizando somente dois versículos: Jo 1.1,14. A Trindade também pode ser provada facilmente: o Pai é Deus (1Co 8.6), Jesus é Deus (Jo 1.1); o Espírito Santo é Deus (At 5.3-4); e há somente um Deus (1Tm 2.5). Diferente do arrebatamento pré-tribulacionista, estas duas doutrinas têm sido parte da história eclesiástica durante séculos” (DeMar, End Times Fiction, p. 219).
[61]. A ilustração de nosso Senhor do Dilúvio aclara que o injusto será levado em juízo enquanto o justo será deixado para trás. A força deste argumento é tão grande que mesmo Tim LaHaye reconhece que Lucas 17.34-36 “não faz referência ao arrebatamento” e que os que são “levados” são os descrentes que estão experimentando juízo e não os crentes arrebatados (veja LaHaye, ed., Tim LaHaye Prophecy Study Bible, p. 1113).
[62]. LaHaye, "The Tribulation", em LaHaye, ed., Tim LaHaye Prophecy Study Bible, p. 1374.
[63]. A única frase que LaHaye utiliza para apoiar suas ideias é Daniel 9.27: “Com muitos ele fará uma aliança que durará uma semana”. The Popular Encyclopedia Of Bible Prophecy afirma que “a profecia de Daniel das 70 semanas (hebraico: shavuah, "setes") em Daniel 9.24-27 provê a chave indispensável e cronológica para a profecia bíblica” (Randall Price e Thomas Ice, "Seventy Weeks of Daniel", em Tim LaHaye e Ed Hindson, eds., The Popular Encyclopedia of Bible Prophecy [Eugene, OR: Harvest House, 2004], p. 356). A profecia das setenta semanas é tão difícil de interpretar que não há nenhuma interpretação que possa ser mantida com dogmatismo. Além disso, a interpretação dispensacionalista é simplesmente a menos aceitável de todas as interpretações que eruditos que honram a Cristo têm oferecido para essa passagem. Portanto, esse trecho de Daniel não pode servir como o argumento forte que o dispensacionalismo reivindica. Para ter uma ideia de quão difícil é interpretar essa passagem das setenta semanas, especialmente à luz do livro de Daniel em todo o seu contexto, compare e contraste as exposições relevantes apresentadas pelos seguintes autores: Kim Riddlebarger, A Case for Amillennialism: Understanding the End-Times(Grand Rapids: Baker Books 2003) pp. 149-156; Edward J. Young, The Prophecy of Damel: A Commentary (Eugene, OR;Wipf and Stock, 1998, publicado originalmente em 1949); Milton S. Terry, Biblical Hermeneutics: A Treatise on the Interpretation of the Old and New Testaments (Grand Rapids, MI: Zondervan, [sem data], reimpresso em 1974); Milton S. Terry, Biblical Apocalyptics:.A Study of the Most Notable Revelations of God and of Christ in the Canonical Scriptures (Eugene, OR: Wipf and Stock Publishers, 2001), pp. 181-212, especialmente as pp. 200-207; Gary DeMar, Last Days Madness: Obsession of the Modern Church, quarta edição, GA: American Vision, 1999), pp. 323-335; Richard L. Pratt Jr., “Hiper-Preterism and Unfolding Biblical Eschatology", em Keith A. Mathison, ed., When Shall These Things Be: A Reformed Response to Hyper-Preterism, (Phillipsburg, N: P & R, 2004), pp. 121-154, especialmente pp. 144-146;]. Dwight Pentecost, Things to Come: A Study in Biblical Eschatology (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1958), pp. 239-250.
[64]. LaHaye, "The Tribulatíon", em LaHaye, ed., Tim LaHaye Prophecy Study Bible, p.1374.
[65]. É ampliamente aceito que o número sete simboliza totalidade ou plenitude (veja Richard Bauckham, The Climax of Prophecy: Studies in the Book of Revelation [Edimburgo: T. & T. Clark, 1993], pp. 30-31, 405; Dennis E. Johnson, Triumph of the Lamb: A Commentary on Revelation [Phillipsburg, NJ: P & R, 2001], p. 14).
[66]. Veja também o comentário no capítulo 2 do livro El Código del Apocalipsis: “Principio literal”, pp. 29-31, livro do qual este artigo (que corresponde ao capítulo 3) foi extraído.
[67]. Para uma lista extensa de títulos, que incluem "The Time of Jacob's Trouble"; "The Great Tribulation"; "The Day of Israel's Calamity"; "The Day of Clouds"; "The Hour of judgment"; os quais LaHaye utiliza para apoiar sua tribulação futura de sete anos, veja LaHaye e Ice, Charting the End Times, p. 56.
[68]. Paul Benware, "The Marriage of the Lamb", em LaHaye, ed., Tim LaHaye Prophecy Study Bible, p. 1395.
[69]. Comp. Stephen Sizer, Christian Zionism: Road-map to Armageddon? (Leicester: Inter-Varsity, 2004), p. 138.
[70]. LaHaye e Jenkins, Are We Living in the End Times?.
[71]. Ibid.
[72]. Ibid., pp. 231-232.
[73]. Ibid., p. 23!.
[74]. Esse foi um cenário incrível apresentado no filme Deixados Para Trás (Cloud Ten Pietures, 2000).
[75]. LaHaye e Jenkins, Are We Living in the End Times?,pp. 185-186. LaHaye e Jenkins citam Apocalipse 6.14 e o interpretam de modo literal.
[76]. Ibid., p. 186.
[77]. Ibid., p. 187.
[78]. Ibid., ênfase acrescentada.
[79]. Ibid., p. 188.
[80]. Ibid., p. 189.
[81]. Ibid., pp. 191, 192.
[82]. Ibid., p. 191.
[83]. Ibid., p. 192.
[84]. Ibid., p. 193 (ênfase acrescentada).
[85]. Ibid., p. 195.
[86]. Ibid., pp. 138-142.
[87]. Ibid., p. 198.
[88]. Ibid., p. 201.
[89]. Ibid., pp. 198-203.
[90]. Ibid., p. 206.
[91]. Ibid., p. 207.
[92]. Ibid., p. 208.
[93]. Ibid., p. 218.
[94]. Ibid., p. 219.
[95]. Ibid., pp. 226-227.
[96]. Ibid., p. 229.
[97]. Ibid., p. 231.
[98]. Citando Isaías 65.20, LaHaye e Jenkins escrevem: “Acreditamos que isto significa que os crentes viverão durante todo o período, mas os descrentes terão mais 100 anos para se arrepender e aceitar a Cristo como Senhor. Se o rejeitarem, morrerão. Portanto, no final do milênio, haverá uma população enorme sobre a face da Terra, e a grande maioria será salva. De fato, acreditamos que devido ao milênio, haverá mais gente no céu do que no inferno” (Ibid., p. 240).
[99]. Ibid.
[100]. John Hagee, Should Christians Support Israel? (San Antonio, TX: Dominion, 1987), pp. 1,73.
[101]. Ibid., p. 132 (ênfase acrescentada).