Jesus Cristo Salvador - o relato de Isaías

Isaías Apresenta Jesus Cristo como o Messias

Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. (Isaías 9.6)

Isaías foi homem de sangue real. Era um jovem cultíssimo de linhagem nobre. Seu pai, Amóz, era o filho mais novo de Joás, rei de Judá. Não só era profeta, mas casou-se com uma profetisa (Is 8.3,18) e teve dois filhos. Depois de trabalhar por sessenta anos, diz-nos a tradição que morreu como mártir no reinado do ímpio rei Manassés.

O longo ministério profético de Isaías teve lugar na época do reino dividido. O Reino do Norte – chamado pelos diferentes nomes de “Israel”, “Samaria” e “Efraim” – abrangia dez tribos de Israel. O Reino do Sul – comumente chamado de “Judá, com sua capital em Jerusalém – consistia nas tribos de Judá e de Benjamim.

Profetizou esperança à geração futura dos exilados judaicos, que seria restaurada do cativeiro, e à qual Deus redimiria como luz aos gentios e mostrou que Deus enviaria o Messias Davídico, cuja salvação abrangeria todas as nações da terra, suscitando esperança no povo de Deus, tanto do antigo como do novo concerto.

A MENSAGEM DE ISAÍAS

Isaías passou a vida procurando levar Israel a conhecer a Deus e a sua Palavra. Queria que eles confiassem inteiramente na direção divina.

Nos capítulos 40 a 66, que constituem o “Livro da Consolação”, neles Isaías fala em palavras luminosas, não só da restauração de Judá, mas da vinda do “Servo de Jeová”, que seria o Rei Messias, o Servo de Jeová, que iria remir o seu povo.

Isaías é uma Bíblia em miniatura, em sua estrutura. Contém 66 capítulos, assim como a Bíblia tem 66 livros. Divide-se em duas partes, tendo a primeira 39 capítulos (como o Antigo Testamento tem 39 livros) e a segunda 27 capítulos (como o Novo Testamento tem 27 livros).

O Antigo Testamento começa com uma contenda de Deus com o homem, por causa do seu pecado. Isaías começa do mesmo modo (1.18). A primeira parte encerra-se com a profecia da vinda do Rei da Justiça, e da redenção de Israel (34 e 35), do mesmo modo que os profetas encerraram o Antigo Testamento com a predição da vinda do seu reino. A segunda parte de Isaías (capítulo 40) começa com a voz do que clama no deserto (João Batista) e se ocupa da pessoa e da obra de Jesus Cristo. O Novo Testamento começa exatamente do mesmo modo. João Batista, o precursor de Jesus, é anunciado (João 1.6, 23). Isaías termina com a visão de um novo céu e uma nova terra em que habita a justiça. O Novo Testamento termina com essa mesma visão no Apocalipse. Esta impressionante semelhança entre Isaías e a Bíblia toda, se torna inesquecível, uma vez compreendida.

Isaías é como um porta-jóias, e o capítulo cinquenta e três é a jóia. É o capítulo que fala do Salvador, que tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si (Isaías 53.4). Este maravilhoso capítulo merece ser decorado. É o capítulo que descreve Cristo, nosso Redentor sofredor. Ele foi o substituto do pecador.

Nas divisões de Isaías e da Bíblia, o fio que as ata é a obra redentora de Cristo.
O livro de Isaías foi escrito com duas ênfases distintas. Na primeira parte ele descreve Israel. Na última parte, o profeta contempla Jesus levando o peso do nosso pecado e conta a história contemplando o Cristo exaltado. A única maneira de se entender Isaías é entender o Cristo do profeta.

Isaías 60 a 66 falam do reino vindouro – da futura glória de Israel. A bondade de Deus em remir Israel encontra-se nos capítulos 61 e 62. Ele promete uma era de prosperidade e refrigério nos capítulos 63 a 65.

“Ele foi traspassado pelas minhas transgressões, e moído pelas minhas iniquidades; o castigo que me traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras eu fui sarado”. Isaías 53

É a aceitação pessoal desse grande fato que nos torna filhos de Deus.

Somos Peregrinos em busca do Eterno

Uma das razões que tanto nos aprisiona a este mundo, nos fazendo viver correndo desesperadamente atrás do dinheiro, fama, sucesso, riquezas e poder é que perdemos de vista a verdade de que estamos nesta terra de passagem e, de que nada daqui levaremos (I Tm 6:7).

Na primeira carta de Pedro, capítulo 2, versos 11 e 12, somos exortados e relembrados que somos peregrinos e forasteiros. Eis o texto: “Amados, exorto-vos, como peregrino e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais que fazem guerra contra a alma, mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas obras, glorifiquem a Deus nos dia da visitação”. Pedro faz questão de nos relembrar que somos peregrinos e forasteiros. Crer nesta verdade é essencial para entendermos tudo o mais dito por ele. Portanto, se perdermos de vista que somos cidadãos do céu, que nossa pátria é celestial (Fl 3:20) e que somos peregrinos e forasteiros neste mundo, viveremos para satisfazer nossas paixões carnais. Afinal, não faz sentido lutar contra o pecado, abster das paixões carnais, manter nosso procedimento exemplar entre os não cristãos, apresentar bons frutos, sendo que vivemos como se este mundo fosse nosso lugar definitivo. Aqueles cristãos que ainda pensam que foram salvos somente do inferno e, não deste mundo também, conforme nos ensina Gálatas 1:4, estão aprisionadas ao pecado e se entregando aos prazeres carnais. É bem verdade que todos nós ainda somos atraídos pelo pecado. Porém, quando estamos progredindo em conhecer mais ao Senhor, em viver em integridade a vida cristã, estamos, aos poucos, sendo desarraigados deste mundo perverso, passando a viver como peregrinos e forasteiros. Isto não quer dizer, de forma alguma, viver irresponsavelmente. Ao contrário, nos faz viver sendo bons exemplos em nossas obrigações e responsabilidades, porém, como autênticos cidadãos do céu. Crer assim faz toda a diferença em nossa vida diária. Somente aqueles que creem e vivem com a certeza de que são peregrinos e forasteiros é que vivem como autênticos cidadãos do céu, conseguindo lutar contra as atrações e tentações deste mundo. É o que lemos dos heróis da Fé em Hebreus 11:13 a 16. Portanto, resgatar a verdade bíblica de que somos peregrinos nesta terra e de que nossa pátria está no céu é determinante para vivermos a vida cristã corretamente, desapegados a este mundo e agarrados na esperança da volta de Cristo.