Arqueólogos decifram escritos com palavras de maldição em Israel


Escritos são encontrados onde acredita-se ser o altar que Josué construiu para o Senhor.


Achados arqueológicos (Foto: Divulgação/Michael C. Luddeni)

De acordo com especialistas da Associates for Biblical Research (ABR), uma antiga maldição em uma tábua de chumbo foi decifrada. A mesma foi encontrada durante escavações no Monte Ebal, o local que se acredita ser onde Josué construiu um altar para o Senhor.

A tábua foi encontrada em dezembro de 2019 pelo arqueólogo Scott Stripling e uma equipe da ABR, em meio a material descartado retirado de escavações conduzidas pelo arqueólogo israelense Adam Zertal no Monte Ebal, localizado na Judéia e Samaria.

Acredita-se que Zertal tenha encontrado o altar de Josué depois de passar grande parte do final da década de 1980 cavando na montanha.

De acordo com a ABR, a tábua está inscrita com 40 letras hebraicas antigas e é “séculos mais velha do que qualquer inscrição hebraica conhecida do antigo Israel”.
De acordo com CBN News, Stripling, juntamente com quatro cientistas da Academia de Ciências da República Tcheca e dois epígrafos decifraram o texto.

Eles acreditam que o mesmo diz: “Amaldiçoado, amaldiçoado, amaldiçoado – amaldiçoado pelo Deus YHW. Você vai morrer amaldiçoado. Amaldiçoado você certamente vai morrer. Amaldiçoado por YHW – amaldiçoado, amaldiçoado, amaldiçoado”.
“Esses tipos de amuletos são bem conhecidos nos períodos helenístico e romano, mas a cerâmica escavada de Zertal data da Idade do Ferro I e da Idade do Bronze Tardia, tão logicamente a tábua derivada de um desses períodos anteriores. Mesmo assim, nossa descoberta de uma inscrição da Idade do Bronze me surpreendeu”, disse Stripling.

Os plágios de EGW: chá e café

Imagem do texto: "Os plágios de EGW: chá e café"
RESUMO
  • As acusações de que a Ellen White plagiou (copiou) o que outros escreveram sobre chá e café.
  • Filosofia da saúde, de autoria de Larkin Coles, o livro do qual a Ellen copiou trechos sobre o assunto.
  • O que a Ellen copiou sobre café.
  • O que a Ellen copiou sobre chá.
  • Até chocolate quente é problema para adventistas sinceros!
  • Desculpas adventistas.
  • Uma avaliação.
  • Três perguntas para reflexão. A terceira: você concorda com a afirmação de que plágio é roubo? Por quê?

Plágios de EGW: chá e café

Há muito tempo a Ellen Gould White (EGW), a profetisa adventista, é acusada de plagiar trechos de livros de outros. Chama-se plágio quando alguém copia algo, mas dá a entender que foi ele mesmo — e não outra pessoa — que escreveu aquilo ou teve aquela ideia. O fato é que o que a Ellen falou sobre chá e café não foi revelado por Deus, mas copiado de um autor humano. E nesta postagem veremos a fonte dos plágios de EGW sobre chá e café.

Mais uma palavrinha sobre plágio. Na prática, plagiar é a mesma coisa que colar na prova! É desonestidade. Aliás, hoje em dia o plágio é criminalizado. É considerado roubo intelectual. No Brasil o artigo 184 deixa claro que plágio é crime, e quem o comete pode sofrer pena de detenção de 3 meses a 1 ano!

A fonte do plágio

No caso do plágio sobre chá e café, a Ellen encontrou as ideias em um livro daquela época. O livro era tão popular que em 1848 já estava na sétima edição. O título é quilométrico: The philosophy of health; or health without medicine: A treatise on the laws of the human system [A filosofia da saúde, ou saúde sem remédios: um tratado sobre as leis do sistema humano]. Seu autor foi o médico americano Larkin Baker Coles. A nota de rodapé oferece dados completos do livro e também onde você pode acessá-lo aqui na internet.

O que a Ellen copiou sobre café

A Ellen fala sobre o café em seu livro Christian temperance and Bible hygiene [Temperança cristã e cuidados bíblicos com a saúde]. Na página 35 ela diz o seguinte:

“Com o uso de estimulantes, o sistema inteiro sofre. Os nervos ficam desequilibrados, o fígado é doentio em sua açãoa qualidade e circulação do sangue são afetadas, e a pele se torna inerte e amareladaA mente também é prejudicada. A influência imediata desses estimulantes é atiçar o cérebro a realizar atividades indevidas, com o resultado de que ele fica mais fraco e menos capaz de fazer esforço. O efeito secundário é a prostração, não apenas mental e física, mas também moral.”

Mas, como veremos a seguir, Larkin Coles já havia escrito isso alguns anos antes:

“[O café] afeta o sistema inteiro e especialmente o sistema nervoso, por causa de seus efeitos no estômago. Mas, além disso, cria uma ação doentia do fígado. … Afeta a circulação do sangue e a qualidade do próprio sangue, de modo que geralmente é possível reconhecer um grande bebedor de café pelo aspecto que ele tem; o café dá à pele uma aparência morta, sem brilho e amarelada. O café afeta e prejudica não apenas o corpo, mas também a mente. Ele … atiça temporariamente a mente a realizar atividade indesejada… [Mas depois] vem a prostração, a tristeza e o esgotamento da força moral e física.” (p. 51)

Para facilitar a comparação, vamos colocar as frases da Ellen e do Coles lado a lado:

Ellen White (pág. 35)Larkin Coles (pág. 51)
Com o uso de estimulantes, o sistema inteiro sofre.[O café] afeta o sistema inteiro
Os nervos ficam desequilibrados,e especialmente o sistema nervoso, por causa de seus efeitos no estômago.
fígado é doentio em sua ação,Mas, além disso, cria uma ação doentia do fígado. …
a qualidade e circulação do sangue são afetadas,Afeta a circulação do sangue e a qualidade do próprio sangue,
e a pele se torna inerte e amarelada.de modo que geralmente é possível reconhecer um grande bebedor de café pelo aspecto que ele tem; o café dá à pele uma aparência morta, sem brilho e amarelada.
A mente é igualmente prejudicada.O café afeta e prejudica não apenas o corpo, mas também a mente.
A influência imediata desses estimulantes é atiçar o cérebro a realizar atividades indevidas, com o resultado de que ele fica mais fraco e menos capaz de fazer esforço.Ele … atiça temporariamente a mente a realizar atividade indesejada. …
O efeito secundário é a prostração, não apenas mental e física, mas também moral.[Mas depois] vem a prostração, a tristeza e o esgotamento da força moral e física.

Compare você mesmo. Palavras iguais aparecem em negrito. Sinônimos aparecem em negrito-itálico.

Se você lê inglês, confira no original:

Ellen White (pág. 35)Larkin Coles (pág. 51)
Through the use of stimulants, the whole system suffers.[Coffee] affects the whole system,
The nerves are unbalanced,and especially the nervous system, by its effects on the stomach.
the liver is morbid in its action,But, besides this, it creates a morbid action of the liver. …
the quality and circulation of the blood are affected,It affects the circulation of the blood, and the quality of the blood itself,
and the skin becomes inactive and sallow.so that a great coffee-drinker can generally be known by his complexion; it gives to the skin a dead, dull, sallow appearance.
The mind, too, is injured.Coffee affects not only the body to its injury, but also the mind.
The immediate influence of these stimulants is to excite the brain to undue activity, only to leave it weaker and less capable of exertion.It … excites the mind temporarily to unwonted activity. …
The after-effect is prostration, not only mental and physical, but moral.[But afterward] come prostration, sadness, and exhaustion of the moral and physical forces.

O que a Ellen copiou sobre chá

Vejamos agora o que a Ellen e o Coles disseram sobre o chá. Primeiro a Ellen:

O chá é um estimulante e, até certo ponto, produz intoxicação. … Seu primeiro efeito inicial é de euforia, pois agiliza os movimentos da máquina viva [isto é, o corpo humano]. E quem bebe chá acha que está prestando um grande serviço a essa máquina. Mas isso é um erro. Quando a influência do chá acaba, a força que não é natural diminui, e o resultado é apatia e fraqueza, as quais têm correspondência com o entusiasmo artificial proporcionado [pelo chá].”

Agora o que Coles escreveu:

O chá … é um estimulante direto e ativo. Seus efeitos são bem parecidos com o de bebidas alcoólicas, exceto que não provoca embriaguez. À semelhança de álcool, o chá oferece, por algum tempo, uma disposição com mais entusiasmo. À semelhança do álcool, ele aumenta, além de sua ação saudável e natural, toda a máquina animal e mental. Depois disso, vem uma reaçãoapatia e fraqueza correspondentes.”

Vou, aqui também, colocar os dois textos lado a lado, para facilitar a comparação:

Ellen White (pág. 30)Larkin Coles (pág. 53)
O chá é um estimulante e, até certo ponto, produz intoxicação. …O chá … é um estimulante direto e ativo.
Seu primeiro efeito inicial é de euforia,Seus efeitos são bem parecidos com o de bebidas alcoólicas, exceto que não provoca embriaguez.
pois agiliza os movimentos da máquina viva [isto é, o corpo humano]. E quem bebe chá acha que está prestando um grande serviço a essa máquina. Mas isso é um erro. Quando a influência do chá acaba, a força que não é natural diminui, e o resultado é apatia e fraqueza, as quais têm correspondência com o entusiasmo artificial proporcionado [pelo chá].À semelhança de álcool, o chá oferece, por algum tempo, uma disposição com mais entusiasmo. À semelhança do álcool, ele aumenta, além de sua ação saudável e natural, toda a máquina animal e mental. Depois disso, vem uma reaçãoapatia e fraqueza correspondentes.

Compare esses dois textos. Na segunda parte do texto da Ellen, há, em comparação com o que Coles escreveu, uma inversão na ordem de palavras, mas a Ellen continua usando exatamente as mesmas palavras-chave do texto copiado. E a linha de raciocínio é a mesma. E, como no caso do café, algumas vezes a Ellen usa sinônimos: “reação” vira “resultado” e “oferece” vira “proporcionado”.

Para conveniência de quem quer comparar os dois textos no original em inglês:

Ellen White (pág. 30)Larkin Coles (pág. 53)
Tea is a stimulant, and to a certain extent produces intoxication. …Tea … is a direct and active stimulant.
Its first effect is exhilarating,Its effects are very similar to those of alcoholic drinks, except that of drunkenness.
because it quickens the motions of the living machinery; and the tea-drinker thinks that it is doing him a great service. But this is a mistake. When its influence is gone, the unnatural force abates, and the result is languor and debility corresponding to the artificial vivacity imparted.Like alcohol, it gives, for a time, increased vivacity of spirits. Like alcohol, it increases, beyond its healthy and natural action, the whole animal and mental machinery; there comes a reaction — a corresponding languor and debility.

E o chocolate quente?

E se você, adventista sincero, está pensando em substituir o café ou o chá por uma deliciosa xícara de chocolate com leite, esqueça. Acontece que o adventismo condena o uso de cafeína, substância existente no café e no chá e também no cacau. Em outras palavras, você não deve comer nem mesmo uma barrinha de chocolate. Afinal, chocolate é feito de cacau, e cacau tem cafeína!

Desculpas adventistas

Uma desculpa que adventistas costumam dar quando ouvem a acusação de que a Ellen White cometeu plágio é que na época da Ellen plágio não era crime. É verdade que não era crime, mas não quer dizer que não era errado. Aliás, o próprio marido da Ellen se queixou, certa vez, de terem plagiado um hino adventista. Mais detalhes sobre essa queixa você encontra em nossa postagem Dois pesos, duas medidas.

Uma avaliação

Repare como a Ellen copiou não apenas palavras e ideias, mas a própria linha e sequência de raciocínio do Coles. Não tem como negar. Os dados falam por si.

Esta postagem também deixa claro que, ao contrário da crença de muitos adventistas, a Ellen não aprendeu isso com Deus.

Plágio é roubo. E não importa se a sociedade considera isso crime ou não. O fato é que a Ellen copiou. Roubou palavras, ideias e linha de raciocínio!

Por acaso Deus aprova esse tipo de comportamento? Para mim está claro que a Ellen não pode ser considerada “profetisa”, “mensageira do Senhor”, “espírito de profecia” ou qualquer outro título que queiram dar para ela.

Temos de cuidar do próprio corpo. Cabe a cada crente cuidar do seu, mas sem se deixar levar pelo farisaísmo, aquele espírito religioso que cria regras que não estavam na Palavra de Deus.

“E Jesus lhes disse: ‘Vede e acautelai-vos do fermento dos fariseus’.” (Mateus 16.4)

Para refletir

  1. O que mais chamou sua atenção enquanto você comparava o que a Ellen e o Larkin Coles escreveram?
  2. Você concorda com a afirmação de que plágio é roubo? Por quê?
  3. Existe alguma passagem bíblica que ensina que chá ou café fazem mal à saúde?
NOTAS
1. Esta postagem se inspirou em Ronald Numbers, Prophetess of health: a study of Ellen G. White, 3. ed. (Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans, 2008), p. 224-226.

2. L. B. Coles, The philosophy of health; or health without medicine: A treatise on the laws of the human system, 6. ed. (Boston: William D. Ticknor, 1848). Um exemplar dessa sexta edição está, nesta data (09/03/2022), à venda em https://www.biblio.com/book/philosophy-health-health-without-medecine-treatise/d/1446562178. Reproduzo a seguir imagem da folha de rosto:

Imagem da página de rosto do livro "Philosophy of health"

A sétima edição foi publicada também em 1848. Há uma transcrição (não é digitalização) dessa edição disponível em https://soilandhealth.org/wp-content/uploads/02/0201hyglibcat/020174.coles/020174.coles.pdf (acesso em 09 mar. 2022).

A oitava edição, publicada em 1849, foi digitalizada, está em formato PDF e pode ser baixada gratuitamente do site archive.org. O link é https://archive.org/details/61410410R.nlm.nih.gov (acesso em 09 fev. 2022).


Hoje na História: 597 a. C - Jerusalém cai nas mãos de Nabucodonosor

Evento marca a derrocada do Reino de Israel fundado quatro séculos antes por Saul, Davi e Salomão


Em 16 de março de 597 a. C., Jerusalém cai em mãos de Nabucodonosor. O poderoso rei da Babilônia recebe a submissão do reino de Judá. Era a última sobrevivência do reino de Israel fundado quatro séculos antes por Saul, David e Salomão e cuja população já havia sofrido nas mãos dos assírios.

Nabucodonosor transfere a família real e a elite judaica para o seu país, entre o rio Tigre e o Eufrates, Iraque atualmente. Dez anos depois, em seguida a uma derradeira revolta, toda a população de Jerusalém é enviada para a Mesopotâmia e o prestigioso Templo de Salomão é destruído. Era a primeira diáspora.

Os profetas hebreus da época, como Geremias e Ezequiel, viam naquelas desgraças uma punição infligida ao povo hebreu por ter desobedecido a Deus. Na Babilônia, entretanto, os judeus iriam afirmar sua religião e conquistar em prosperidade o que haviam perdido em liberdade.

Cinquenta anos mais tarde, quando Ciro, o rei da Pérsia, conquistaria a Babilônia, uma parte dos hebreus retornaria à Palestina a fim de construir um segundo templo, embora permanecendo sob a tutela dos persas.

Com a queda de Jerusalem, terminava a independência de Israel por longos 2.500 anos – à parte breves períodos de independência sob os macabeus ou os asmoneus -, período em que o território foi ocupado na maior parte do tempo por tribos muçulmanas, até a ressureição do Estado judaico na mesma região no século 20 de nossa era.

Evento marca a derrocada do Reino de Israel fundado quatro séculos antes por Saul, David e Salomão

A história dos hebreus é conhecida entre nós essencialmente pela Bíblia. A Bíblia é um conjunto de epopeias, de anais reais, de contos mitológicos, de poemas, de orações formuladas pelos profetas bem como de textos jurídicos.

Havia sido redigida por eruditos ou escribas judeus principalmente entre os anos 500 e 150 antes do nascimento de Jesus Cristo. Eles explicavam que o povo hebreu tinha estabelecido uma aliança com um Deus único, Yahvé (“Aquele que é”).

Supõe-se que a maior parte dos acontecimentos relatados pela Bíblia tenha se desenrolado no segundo milênio antes de Cristo, a não ser que se tenham perdido na noite dos tempos. A Bíblia é considerada amplamente mítica, no entanto contém algumas informações etnológicas úteis aos historiadores e aos arqueólogos.