A fortaleza de 2.200 anos, construída como a primeira linha de defesa do Reino de Trifão e com pelo menos dois andares, foi descoberta na costa norte de Israel.
A praia de Nahsholim, localizada ao norte de Israel, testemunhou diversos eventos dramáticos no decorrer da história. Uma expedição arqueológica subaquática descobriu uma grande fortaleza, que teria sido construída por um rei selêucida e desapareceu sob as ondas durante o Período Helenístico.
Na época, três governantes disputavam o controle da terra, sendo os reis selêucidas Diódoto Trifão e Demetrius, e Jonathan Apphus, líder da dinastia hasmoneana da Judéia e Jerusalém, que lutavam entre si para conquistar os territórios.
Prestes a entrarem em conflito, Trifão e Jonathan chegaram a acordo, entretanto, Jonathan foi traído por Trifão, que massacrou seu exército, segundo o jornal Haaretz.
Desde então, Trifão utilizou o rei como barganha, mas acabou o executando. Além disso, Trifão conquistou sua vitória ao raptar e assassinar Demetrius. Com isso, Trifão ficou muito perto de tomar os Sete Reinos, mas foi frustrado pela viúva de Demetrius, que se casou com Antíoco VII, soberano selêucida, que assumiu o reino de Demetrius.
Até agora, os pesquisadores acreditavam que a muralha que cercava Tel Dor e a parte norte da baía era a linha de defesa de Trifão, pois armamentos foram encontrados no local, onde algumas das pedras estão marcadas por um relâmpago, o símbolo de Zeus, e outras possuem a inscrição "vitória sobre Trifão".
Entretanto, três meses atrás, pesquisadores descobriram sob a água, no lado sul do porto, uma fortificação, que está no mar, sendo ela provavelmente a primeira linha de defesa de Trifão, já a muralha ao norte seria a segunda linha de defesa.
A expedição subaquática foi conduzida pelos professores Assaf Yasur-Landau e Ehud Arkin Shalev da Universidade da Califórnia. A expedição possui diversos desafios tanto logísticos como científicos.
Grande parte do trabalho de escavação é feito através de bombas instaladas em barcos e guiadas por escavadores em equipamentos de mergulho.
"Você trabalha o dia todo, e com sorte, no dia seguinte, poderá continuar. Se você for azarado, encontra mais areia do que quando começou", afirmou Yasur-Landau.
A fortificação está a aproximadamente 20 metros da costa e a dois metros debaixo d’água, pois, quando foi construída, o nível do mar estava aproximadamente um metro abaixo do atual. A construção tem uma altura de 20 a 40 metros.
A pesquisa é parte de um estudo mais abrangente sobre os assentamentos humanos ao longo dos milhares de anos na região costeira de Carmel, para descobrir como os seres humanos lidaram com o aumento do nível do mar, questão que é relevante para os tempos atuais, já que o nível do mar deverá subir dezenas de centímetros.
"O aumento do nível do mar significa menos terra disponível e mais pressão nos assentamentos humanos devido às inundações e tempestades. Novos truques precisam ser encontrados: sistemas de defesa contra tempestades, sistemas econômicos sobre a agricultura, deslocamento de água", afirmou o professor Yasur-Landau.
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