Tatuagens em múmias egípcias para proteger mulheres no parto

 

Análise de estatuetas e representações na pele de corpos mumificados sugere que prática pode estar associada ao antigo deus egípcio Bes, protetor de crianças e gestantes


Tatuagens em múmias e estatuetas no local do Novo Reino de Deir el-Medina (1550 a.C. a 1070 a.C.) podem estar ligadas ao antigo deus egípcio Bes, que protegia mulheres e crianças, especialmente no parto. É o que revela um estudo publicado em outubro no periódico Journal of Egyptian Archaeology.

As pesquisadoras Anne Austin e Marie-Lys Arnette, autoras do artigo, coletaram evidências de tatuagens nas peles de múmias em duas tumbas em que trabalharam em 2019. Encontrar tais pistas pode ser raro e difícil, pois é preciso achar tecido preservado e exposto, conforme Austin contou ao site Live Science por e-mail.

“Como nunca desembrulharíamos pessoas mumificadas , nossas únicas chances de encontrar tatuagens são quando os saqueadores deixaram a pele exposta e essa ainda está presente para vermos milênios depois que uma pessoa morreu”, explicou a arqueóloga.

Entre os restos humanos encontrados em 2019 estava o osso do quadril esquerdo de uma mulher de meia-idade. Nessa região havia pele com padrões de coloração preta escura que teriam provavelmente percorrido a parte inferior das costas da falecida. À esquerda da tatuagem há o deus Bes e uma tigela – imagens relacionadas à purificação ritual nas semanas após o parto.

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