Jesus Cristo, Mahatma Gandhi e o cristianismo



A não-violência na vida e nos ensinamentos de Jesus

Jesus de Nazaré tinha tudo para ser um homem ressentido e violento, pois sofreu desde cedo, a violência e a opressão dos poderosos. Ainda criança, seus pais tiveram que fugir com o Menino para o Egito devido à perseguição de Herodes que, por medo de perder o poder, ordenou que matasse “todos os meninos menores de dois anos em Belém e arredores” (Mateus 2:16), tendo assim que viver a sua infância em terras estrangeiras. Quando adulto, Jesus experimentou novamente a dor dos refugiados ao passar pelas aldeias de samaritanos e não ser acolhido, porém, não aceitou a proposta de vingança de seus discípulos ( Lucas 9:51-55). Dor maior Ele sofreu ao ser rejeitado pelos seus conterrâneos que por preconceito e fechamento não o acolheram e ainda queriam eliminá-lo (Lucas 4:14-30); e, mesmo depois de ser torturado, humilhado e condenado à morte por um tribunal injusto “Ele não abriu a boca” ( Marcos 14:53-65).
Na cruz, Ele olha no rosto de seus algozes, não com ressentimento, ódio ou desejo de vingança, mas com misericórdia. Ao invés de derramar a ira Jesus prefere derramar sobre eles o perdão: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).

A não-violência ensinada e praticada por Jesus deve ser paradigma para todos os cristãos. Sua resistência segue a via da humilde mansidão.

Como dizia Mahatma Gandhi:“A força de um homem e de um povo está na não-violência. A não-violência é o primeiro artigo da minha fé e o último… Conheci a Bíblia por volta dos 45 anos de idade… De tudo o que li, o que mais me impressionou foi o fato de Jesus ter vindo para estabelecer uma nova lei… Não mais olho por olho, nem dente por dente; devermos estar dispostos a receber duas bofetadas, se nos dão uma, e percorrer dois quilômetros, se nos pedem um… Dizia a mim próprio: isto não é seguramente o cristianismo. O Sermão da Montanha demonstrou-me como estava errado, à medida que tomava contato com os verdadeiros cristãos, quer dizer, com os que viviam para Deus. Vi que o Sermão da Montanha era todo o cristianismo… Enquanto não formos homens insatisfeitos e não tivermos arrancado a raiz da violência da nossa civilização, Cristo não terá nascido… O princípio da não-violência infringe-se com os maus pensamentos, com a pressa injustificada, com a mentira em todas as suas vertentes, o ódio, desejando mal ao próximo. Violamo-la ao reter para nós o de que necessitam os outros. A não-violência, na sua forma ativa, é boa vontade em tudo o que se vive. É amor perfeito”.

O princípio da não-violência está relacionado ao projeto de Reino anunciado e testemunhado por Jesus. Ele fez da não-violência uma estratégia de resistência profética contra o pecado estrutural. 

paz, graça e bem.

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