Um professor de história mineiro foi premiado pela Fundação Victor Civita como um dos 10 melhores projetos em educação do país. Di Gianne de Oliveira Nunes, agora, irá para a concorrência final cujo prêmio é o título de Educador do Ano.
Tudo se deu quando passou a desenvolver um projeto de Educação de Jovens e Adultos e Ensino Médio (EJA) da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac), localizada em Lagoa da Prata, região Centro-Oeste de Minas Gerais.
O projeto se deu em utilizar Bíblia, entre outros recursos, com o intuito educacional de ensinar História aos seus estudantes. Di Gianne conseguiu se destacar entre os mais de 5 mil projetos inscritos.
Regime fechado, visão aberta foi o nome escolhido para a ação educacional que, segundo o professor, pretendia criar novas metodologias para chamar a atenção de seus estudantes – entre eles a Bíblia, um dos livros mais comumente lidos no país.
“Na unidade prisional, quando eu estava dando aula sobre império romano, um aluno me questionou se existia a possibilidade de estudar por meio da Bíblia. Foi então que percebi que a grande quantidade de Bíblias disponíveis dentro da escola do presídio. Agora, vou utilizar o livro mais comum do sistema prisional a nosso favor”, afirmou, em entrevista dada ao Correio Braziliense.
Ele avalia o cenário bíblico como “histórico e fértil”. “Mergulhamos em um trabalho intenso para estudar, analisando as tradições, as culturas e as sociedades dos romanos e dos gregos”, contou.
“Como no presídio os alunos não têm acesso à internet, usamos a Bíblia e os livros de história. Ora líamos um, ora outro e, depois, discutíamos se o fato era comprovado pela arqueologia. Eles ficavam ansiosos para as aulas”, destacou o professor.
Di Gianne afirma que o rendimento escolar melhorou. “A mãe de aluno me ligou e disse, chorando: ‘Meu filho só tinha saído no jornal em páginas policial e, agora, todo mundo voltou a acreditar nele. De repente, ele era vencedor num projeto educacional em nível nacional”, relembrou.
O professor ganhou 15 mil reais como premiação. O valor, no entanto, foi dividido entre os estudantes. “Nada mais justo. Eles são os protagonistas”, comentou sua decisão de compartilhar.
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