A HOSPEDARIA DO BOM SAMARITANO

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Em uma das nossas muitas viagens pela Terra Santa, após mais de 15 anos vivendo neste país, resolvemos deixar o caminho verde da Galiléia de lado e partir mais uma vez rumo ao belo, selvagem e místico deserto da Judeia. Pegando a estrada rumo ao Mar Morto, nos deparamos com uma placa apontando para o Wadi Qelt, segundo a tradição, este é o riacho de Querite, o local onde Elias foi alimentado pelos corvos antes de partir para sua jornada até o Monte Sinai.
Wadi Qelt é um desfiladeiro resultado de um riacho profundo cujas águas correm durante o ano todo no coração do deserto da Judeia rumo ao rio Jordão. As águas do riacho alimentam os vilarejos e os nômades da região por mais de cinco mil anos de civilização nesta região. Neste passeio resolvemos descer rumo ao riacho em direção a uma das fontes mais belas da região, um verdadeiro oásis cujas águas brotam das paredes dos penhascos.
Neste dia fiquei impressionado em ver como árabes e judeus vivem em harmonia quando se trata de desfrutar da riqueza destas águas, a fonte fica no coração dos territórios palestinos, porém a organização e administração e a segurança do local é feita pela Autoridade da Natureza e Parques Nacionais de Israel. Ficamos alí somente alguns instantes, afinal, estava lotado, não é uma boa opção chegar ao local no verão, pois muitos procuram-no para se refrescarem do calor na região.
Ao nos dirigirmos em direção a estrada principal, lembrei-me que uma boa opção seria para no caminho e visitar finalmente o Museu dos Mosaicos que foi instalado no local, onde segundo a tradição estava localizada a Hospedaria do Bom Samaritano. Há muita base para se pensar ser este o local da hospedaria, além das descobertas arqueológicas que foram feitas no local, ele está bem próximo ao Wadi Qelt que é a estrada que levava de Jerusalém a Jericó durante a era romana, exatamente conforme está descrito no Novo Testamento, na parábola do Bom Samaritano.
Havia bastante tempo que estava desejoso de visitar este local, mas por falta de tempo e por estar sempre neste caminho rumo a distâncias maiores, nunca tive a real oportunidade de entrar alí. Mas desta vez, eu e minha família estávamos destinados a descobrir um local muito especial.
O Museu da Hospedaria do Bom Samaritano ou o Museu dos Mosaicos é um lugar sem par. Ele foi construído sob os escombros de uma antiga construção, cercada de outra propriedades que pertenceram a instituições religiosas no passado. No local foram encontrados mosaicos e até mesmo as ruínas de uma igreja bizantina que foi construída alí no quarto século. Porém, o que mais impressiona são as ruínas e o poço que foram achados e segundo os arqueólogos datam do período do primeiro século, o que para nossa não surpresa, so vem a reforçar ainda mais a veracidade das escrituras do Novo Testamento.
Ao visitar o museu, você se depara com uma construção que une o antigo e o moderno, a fachada oriental foi totalmente reconstruída em vidro, o que permite que o local receba luz natural durante o dia, e durante a noite, a iluminação interna pode torná-lo ainda mais belo. Suas salas internas de exposição formam uma espécia arquitetônica de cruz, semelhante as utilizadas durante a era bizantina, e suas paredes estão cobertas de mosaicos originais e reproduções de mosaicos com descrição precisa de onde foram descobertos, além de inscrições originais feitas nas rochas, um destaque especial para a inscrição em Hebraico Samaritano achado no Monte da Benção ( Monte Gerezim ), na Samaria. Outro destaque é a figura do Rei Davi que foi descoberta na sinagoga que havia em Gaza.
Quando você desejar visitar este museu, não faça uma visita rápida conforme a maioria dos visitantes e turistas o fazem. Bem ao lado da construção principal há uma séria de locais para sentar e até mesmo uma capela aberta que foi preparada para cultos, não esqueça de levar sua Bíblia e ter tempo para ler a parábola do Bom Samaritano, tenho certeza que o texto ficará ainda mais vivo quando você souber que o Bom Samaritano teve que subir um desfiladeiro com mais de 200 metros de altitude e mais de dois quilômetros puxando o seu jumento para colocar ali o homem ferido. Não bastava ter compaixão, não bastava ter dinheiro, foi necessário muito esforço físico também, este é o princípio da fé. Agora que você sabe a importância histórica e espiritual deste local, siga em frente, não perca a oportunidade.

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