EDMÉIA WILLIAMS - FÉ, FORÇA E CORAGEM


Edméia Williams é uma missionária brasileira, conferencista de renome internacional,que volta ao MIR, depois de alguns anos, exclusivamente para participar, como preletora, da sexta edição do Congresso de Mulheres. A ministração dela é sempre um momento muito aguardado e especial. Quem a ouve tem a certeza de que será edificado pelas palavras que saem da boca dessa mulher inteligentíssima e, ao mesmo tempo,humilde que tem sido uminstrumento de Deus na Terra e que carrega um testemunho de vida inspirador, cheio de lutas, superações, coragem e fé.

A infância

Edméia não se constrange em dizer que é fruto de um adultério. O pai dela, um imigrante que veio da Guiana Inglesa, teve um relacionamento extraconjugal coma sua mãe, umabrasileira, da cidade de Santarém, no Estado do Pará, cidade natal da Missionária.

A infância foi conturbada e ela se transformou em uma criança vaidosa, soberba, do tipo que queria ser melhor que todo mundo. Mas, no fundo, esse comportamento escondia uma menina com a alma amargurada, atormentada pela ideia de que era uma filha bastarda e fruto do pecado.

Mas, ao contrário do que muitos poderiam esperar, Edméia encontrou apoio e amor em sua madrasta, uma mulher santa, enviada por Deus eque serviu de exemplo para ela.

De Santarém, ela se mudou para Salvador, onde teve muitas oportunidades de estudar. Aprendeu francês,inglês, latim. Mais tarde, formou-se em Pedagogia, Filosofia, Psicologia e Música. Também casou, teve uma filha, foi morar no Rio de Janeiro e depois no Iraque. Mas, duas tragédias mudaram a trajetória de vida dela.

Perda e superação

Edméia morou no Iraque onde conviveu com uma menina que pastoreava um rebanho e que um dia estava triste porque um de seus cordeiros estava com a pata quebrada. Nessa hora,Edméia conta que ouviu uma voz que dizia: “Eu também sou teu pastor, também sofro a tua perna quebrada, me deixa curar a tua dor”. Ela, então, orou a Deus e disse: “Senhor, se eu ainda sirvo para alguma coisa, me leva de volta pro Brasil”. Ela sabia que tinha um chamado missionário, mas tinha largado Deus há muito tempo e vivia longe da Igreja. Ela se achava a mais inteligente, a quetinha mais títulos, quando, na verdade, estava à beira de uma depressão. Edméia voltou pro Brasil e diz que a partir daí se deu a sua verdadeira conversão. “Eu sóconhecia o Salmo 23, do bom pastor, e passei a conhecer o pastor de que o Salmo fala”.

Ainda na juventude,Edméia perdeu a única filha e também o esposo, que morreu de forma repentina, vítima de um ataque cardíaco. Quando soube da notícia, ela estava em Cingapura. Depois do choque, ela conta que voltou para o Brasil sabendoexatamente como e o que tinha que fazer. Foi quando decidiu fazer um voto com Deus de que nunca mais se casaria, pois queria entregar todos os seusdias para o Reino.“Tirei o casamento da minha vida e até hoje estou muito feliz”, afirma. Desde, então,Edméia se dedica para a obra de Deus de forma integral.

O Ministério

Em 1990, Edméia criou, no morro Dona Marta,na época uma das favelas mais perigosas do Rio de Janeiro,a Casa Marta e Maria.

“Aquele lugar já foi o mais violento do Rio e também o que tinha a maior concentração de centros de macumba. A polícia não podia subir, era uma área de guerra, uma miniatura do inferno. E foi nessa época que entrei ali”, lembra.

Edméia vendeu todos os seus bens e investiu nessa obra,que se tornou parte do seu Ministério. O objetivo, no início, era formar um coral comcrianças queviviam na favela, mas Deus tinha uma propósito bem maior. Hoje a Casa possui várias salas de aula, um refeitório, um núcleo de informática e ainda uma sala anexa para aulas de música.

As crianças atendidas recebem aulas de reforço escolar e de educação religiosa e também aprendem música, inglês e teatro,além de receberem café, almoço e jantar. “É uma casa para fé e obras, que contempla o lado espiritual e também o material, porque não podemos chegar com uma pessoa que passa por necessidade, que está com fome,e dizer,simplesmente: ´Jesus te ama´,tem que dar apoio material também,a dor e a miséria doem no coração de Deus”,adverte.

A Casa Marta e Maria é mantida pela Igreja de Jesus, através de doações e também das ofertas que Edméia recebe quando vai ministrar em Igrejas por todo o Brasil, além da renda que arrecada com a venda de livros e DVDS.

Missão Atos 29

Edméia preside a Missao Atos 29, umaONG missionária interdenominacional, de assistência social e humanitária, que visa promover a justiça ao combater as causas da pobreza extrema e exploração de crianças e populações mais vulneráveis.

Suas ações e projetos priorizam as crianças que vivem em condições de vulnerabilidade, órfãos de doenças e guerras e vítimas da miséria e da fome. Atualmente a Missão Atos 29 possui projetos e ações em sete países de três continentes, além do Brasil: África do Sul, China, Moçambique, Togo, Índia, Peru e Bolívia.

No Brasil, a ONG ajuda Casas de Recuperação de Dependentes Químicos e Abrigos de meninos, no Acre, e apoia projetos missionários e de reforço escolar de jovens e adolescentes no sertão do Piauí e de Pernambuco.

O livro de Atos dos Apóstolos registra a história do Cristianismo no primeiro século, do capítulo 2 ao 28, e a forma como ocorreu a expansão das boas novas por todo o mundo conhecido, através das viagens missionárias do apóstolo Paulo e seus companheiros.

No entanto, um novo capítulo - não da Escritura, pois a Bíblia está completa -, mas da história da Igreja ficou para ser escrito nestes últimos dois mil anos. O número 29, portanto, significa que essa história tem continuidade.

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