DESCOBERTO ESTRANHO ESQUELETO FEMININO DE 1.600 ANOS EM TEOTIHUACÁN
O sítio arqueológico de Teotihuacán, a 40 km da atual Cidade do México, fascina turistas e arqueólogos pelo gigantismo de suas pirâmides, palácios e avenidas. Em 2014, ali foi descoberto um esqueleto feminino do século IV, batizado de Mulher de Tlailotlacan. Seu crânio apresentava grandes modificações intencionais, sinalizando tratar-se de alguém da nobreza e de uma cultura distante de Teotihuacán. Teotihuacán, a “cidade dos deuses” Teotibuacán, no vale do México, foi uma cidade grandiosa com mais de seis séculos de história, e que ainda intriga os historiadores e arqueólogos. Ela surgiu por volta de 100 d.C., mas se desconhece que povo a construiu e nem qual era o seu nome original. Por isso usa-se a denominação “cultura teotihuacana” para se referir a ela. Foram os astecas, que ali chegaram centenas de anos depois, que a chamaram de Teotihuacán que significa “cidade dos deuses”. Talvez estivessem certos, pois a cidade pode ter sido um importante centro religioso, uma cidade sagrada. A cidade foi construída segundo um plano urbanístico: tem uma avenida central de cerca de 5 km e bairros divididos por ruas retas. Junto à avenida central, chamada de Avenida dos Mortos, erguem-se oitenta construções de diferentes tipos e tamanhos. Três delas chamam a atenção: a pirâmide do Sol, a da Lua e a de Quetzalcoatl, o deus “serpente emplumada”
Pirâmide do Sol
A Pirâmide do Sol, com 65 metros de altura e 225 metros de cada lado, é a maior da América. No seu topo havia um templo, hoje desaparecido, assim como as pinturas que decoravam as paredes externas. Embora popularmente associada ao culto ao Sol, os especialistas acreditam que estivesse dedicada ao deus da chuva.
Pirâmide da Lua
A Pirâmide da Lua, com 45 metros de altura e 140 metros x 150 metros de base, era dedicada à deusa da água e da fertilidade. Está rodeada por 13 construções que talvez servissem de altares e que compõem uma das praças mais monumentais de Teotihuacán.
Pirâmide de Quetzalcoatl
A Pirâmide de Quetzalcoatl (nome formado pelas palavras quetzal, denominação de um pássaro da América Central e coatl, que significa “serpente”) é formada por 7 taludes ricamente decorados com cabeças representando serpentes emplumadas, além de conchas e caracóis. Interpretações recentes sugerem que Quetzalcotl era o deu patrono dos governantes e que a pirâmide estivesse relacionada à criação do tempo e do calendário. Em seu apogeu, por volta de 450 d.C., Teotihuacán chegou a ter 150 mil habitantes. A cidade atraia pessoas de diferentes culturas e locais distantes que ali negociavam seus produtos e realizavam oferendas aos deuses. A intensa atividade mercantil e artesanal e sua população diversificada tornavam Teotihuacán um centro urbano grandioso e cosmopolita. É nesse cenário que circulava uma mulher opulenta e extravagante procedente das terras do sul: a Mulher de Tlailotlacan.
A extravagante Mulher de Tlailotlacan
Sua aparência chamava a atenção: ela tinha crânio intencionalmente alongado e um sorriso desconcertante que mostrava incrustações de pirita nos incisivos centrais superiores e uma prótese de serpentina de cor verde no incisivo central inferior. A cabeça alongada, um sinal de distinção e beleza da época, era obtida mediante uma forte compressão dos lóbulos frontal e occipital. As incrustações de pirita foram feitas com a ajuda de uma broca ou outro instrumento semelhante. A prótese de serpentina é ainda mais surpreendente pois tem a forma de incisivo e a pedra parece ter vindo de outra região.
A mulher deve tê-la utilizada durante um longo tempo pois a prótese mostra desgaste e sinais de formação de tártaro. Estuda-se como a peça foi fixada, se mediante algum tipo de cimento ou uma fibra presa na mandíbula.
Crânio da Mulher de Tlailotlacan, c. 350 d.C., descoberto em Teotihuacán, México. As incrustações de pirita nos dentes e a prótese de serpentina verde indicam que ela era uma mulher da elite. Como a deformação craniana era típica do sul da México e a técnica de incrustação nos dentes era também conhecida pelos maias de Petén (Guatemala) e Belize, é muito provável que sua portadora não fosse nativa de Teotihuacán, mas uma estrangeira. O corpo dessa mulher, morta por volta de 350 d.C., foi enterrado em uma parte da cidade onde residiam as pessoas de terras distantes. Daí ter sido chamada de Mulher de Tlailotlacan, palavra que significa “pessoa estrangeira”.
O crânio alongado da Mulher de Tlailotlacan, era sinal de distinção social e beleza. A deformação craniana era costume entre os maias e outros povos da Mesoamérica. As marcas físicas e o túmulo com uma magnífica oferenda de 18 vasilhas levam a crer que se tratava de uma mulher da nobreza, falecida aos 35-40 anos. O corpo foi encontrado em 2014 e as pesquisas estão sob responsabilidade do Instituto Nacional de Antropologia e História do México. Teotihuacán teve um fim tão misterioso quanto sua origem. Há sinais de um incêndio devastador ocorrido em 750 d.C., seguido de saques e abandono da cidade. Quando os astecas chegaram ali, no século XIII, já encontraram a cidade em ruínas e em boa parte soterrada.
A Mulher de Tlailotlacan viveu no século IV d.C. quando Teotihuacán estava no apogeu.
fonte: www.ensinarhistoriajoelza.com.br/esqueleto-feminino-teotihuacan/
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