Entre os judeus, e de modo geral no oriente, sempre foi atribuída grande importância à barba, como sinal de excelsa civilidade - e para o homem não havia maior ofensa do que tratá-la alguém com indignidade. Tocar-lhe alguém com a mão, mostrando desprezo, era grande insulto (1 Cr 19.4 - 2 Sm 10.4,5 - 20.9).
Ao mesmo tempo era objeto de saudação, o chegar a barba aos lábios e beijá-la, quando qualquer pessoa queria manifestar simpatia a outra.
A não ser os egípcios (Gn 41.14), que honravam os mortos deixando crescer a barba, o rapá-la ou arrancá-la era manifestação de luto ou de dor (2 Sm 19.24 - Ed 9.3 - is 15.2 - Jr 41.5 - 48.37). Quando se queria assegurar a alguém a sua boa fé e honrosa conduta, era ação vulgar jurar pela sua barba. os árabes ainda hoje juram solenemente pela sua barba e, quando precisam honrar de uma maneira particular um amigo, exclamam: ‘Conserve Deus a vossa abençoada barba.’ A ideia de ar varonil, de respeitabilidade, em relação com grandes barbas, é ilustrada pela lei judaica, que proibia o cortá-las à maneira dos egípcios (Lv 19.27 - e Sl 133.2).
Diferentemente das nações circunvizinhas, os egípcios rapavam a cara, à exceção da parte inferior do rosto, onde se permitia haver um molho de cabelos, que se conservava bem cuidado. Algumas vezes, em lugar do seu próprio cabelo, usavam barba postiça, trançada, com formas diferentes, segundo a categoria do indivíduo.
Alguma coisa havia de significação cerimonial no corte da barba judaica, segundo o que pode depreender-se de Lv 19.27 e 21.5. o cuidado da barba era objeto de primeira consideração da parte de pessoas distintas (Sl 133.2) - quando mal cuidada, era coisa ridícula e desprezível. os leprosos, ou indivíduos sujeitos à lepra, eram barbeados, ou para trazerem a pele descoberta, ou por causa da limpeza (Lv 14.9).
Figuradamente, há referência na Bíblia às ‘barbas’ do povo de Deus falando-se da sua honra e dignidade, barbas que talvez o Senhor havia de cortar com a navalha do rei da Assíria (is 7.20).
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