Historicidade de Atos dos Apóstolos

A data e a autenticidade são cruciais para a historicidade do cristianismo primitivo e, logo, para a apologética em geral.
  • Se Atos foi escrito antes de 70 d.C, enquanto as testemunhas ainda estavam vivas, o libro tem grande valor histórico para nos informar sobre as crenças cristãs mais primitivas.
  • Se Atos foi escrito por Lucas, companheiro do apóstolo Paulo, ele nos coloca dentro do círculo dos apóstolos, que participaram dos eventos relatados.
  • Se Atos foi escrito por volta do ano 62 d.C (a data tradicional, foi escrito por um contemporâneo de Jesus que morreu no ano 33.
  • Se Atos é considerado história precisa, traz credibilidade aos seus relatos sobre as mais básicas crenças cristãs quanto aos milagres (At 2:22), morte (At 2:23), ressurreição (At 2:23,29-32), e ascensão de Cristo (At 1:9-10).
  • Se Lucas escreveu Atos, então seu ’’livro anterior’’ (At 1:1), o evangelho de Lucas, deve receber a mesma data (durante a vida dos apóstolos e testemunhas) e credibilidade.
O testemunho de um especialista em história de Roma
 Embora a erudição do NT, há muito tempo dominada pela alta crítica, tenha se mantido cética com relação a historicidade dos evangelhos e Atos, isso não acontece com os historiadores que estudam esse período. Skerwin-White é um caso em questão.
Outro especialista acrescentou o peso do seu estudo a questão da historicidade do livro de Atos. Colin J. Hemer descreve dezessete razões para aceitar a data tradicional que colocaria a pesquisa e a composição de Atos durante a vida de muitos de seus personagens. Elas apoiam firmemente a historicidade de Atos, e indiretamente, do Evangelho de Lucas (cf. Lc 1:1-4; At 1:1).
  1. Não há menção em Atos a queda de Jerusalém em 70 d.C, uma omissão improvável, dado o conteúdo do livro, se ela já houvesse ocorrido.
  2. Não há indício do começo da Guerra Judaica em 66 d.C, nem de qualquer deterioração drástica ou específica das relações entre os romanos e judeus, o que implica que foi escrito antes dessa época.
  3. Não há indício de deterioração das relações cristãs com Roma decorrentes da perseguição de Nero do final dos anos 60.
  4. O autor não demostra conhecer as cartas de Paulo. Se Atos foi escrito depois, por que Lucas que se mostra tão cuidadoso com detalhes coincidentes, não tentaria informar sua narrativa por versões relevantes das epístolas? As epístolas evidentemente circularam e deve ter se tornado fontes disponíveis aos leitores de Atos. Estão questão está cercada de incertezas, mas uma data anterior é sugerida em silêncio.
  5. Não há indício da morte de Tiago pelas mãos do Sinédrio, por volta de 62, conforme registrado por Josefo (Antiguidades 20:9-1).
  6. A Importância do julgamento de Galio em Atos 18:14-17 pode ser vista como o estabelecimento de um precedente para legitimar o ensinamento cristão sob a égide da tolerância ao judaísmo.
  7. A proeminência e autoridade dos saduceus em Atos pertence a era anterior a 70, antes do colapso da sua cooperação política com Roma.
  8. Por outro lado, a atitude relativamente simpática em Atos para com os fariseus (ao contrário do evangelho de Lucas) não se encaixa bem no período do reavivamento fariseu depois da reunião de estudiosos de Jâmnia, por volta de 90 d.C. Como resultado dessa reunião, uma fase de conflito crescente com o cristianismo foi liderado pelos fariseus.
  9. Algumas pessoas já argumentaram que o livro antecede a ia de Pedro a Roma e também que usa linguagem que implica que Pedro e João, assim como o próprio Paulo, ainda estavam vivos.
  10. A proeminência dos ’’gentios piedosos’’ nas sinagogas em Atos parece indicar a situação anterior a Guerra Judaica.
  11. É difícil determinar a época dos detalhes culturais insignificantes, mas podem representar melhor o ambiente cultural da era romana entre Júlio César e Cláudio.
  12. Áreas de controvérsia em Atos pressupõem a relevância do cenário judaico durante do período do templo.
  13. Adolf Harnack argumentou que a profecia usada por Paulo em Atos 20:25 (cf. 20:38) pode ter sido contradita por eventos posteriores. Se este for o caso, ela provavelmente foi escrita antes de esses eventos acontecerem.
  14. A formulação primitiva da terminologia cristã usada em Atos se encaixa no período primitivo. Harnack alista títulos cristológicos, como Jesus e ho Kurios, que são usados livremente, enquanto Ho Christos sempre se refere ao ’’Messias’’ em vez de aparecer como nome próprio, e Christos é usado apenas em combinações formais.
  15. Rack chama atenção pelo tom otimista de Atos, que não seria natural depois de o judaísmo ser destruído e dos cristãos serem martirizados na perseguição de Nero do final dos anos 60.
  16. O fim do livro de Atos. Lucas não continua a história de Paulo no final dos dois anos de Atos 28:30 ’’A menção desse período definido implica um ponto terminal, no mínimo pendente’’. Ele acrecenta: ’’Pode-se argumentar apenas que Lucas atualizou a narrativa até a época em que a escrevia, e o final foi acrescentado na conclusão dos dois anos’’.
  17. O ’’caráter imediato’’ de Atos 27:28: Isso é o que chamamos ’’caráter imediato’’ dos últimos capítulos do livro, que são marcados claramente pela reprodução  aparentemente automática de detalhes insignificantes, uma característica que chega ao ponto máximo na narrativa da viagem de Atos 27:28. O ’’caráter imediato’’ dessa passagem em particular se diferencia muito do ’’caráter indireto’’ das primeiras partes de Atos, onde supomos que Lucas se baseou em fontes ou lembranças de outro e não podia controlar o contexto da sua narrativa.
Outros argumentos a favor da historicidade
O argumento tradicional a favor da veracidade histórica baseada em ’’coincidências não-planejadas’’ é um conceito discutível. Mas os seguintes argumentos podem ser considerados um desenvolvimento mais refinado dessa abordagem. O livro de Atos contém:
  1. Detalhes geográficos supostamente bem conhecidos. Ainda é difícil estimar a amplitude do conhecimento geral de um escritor ou leitor antigo.
  2. Mais detalhes especializados que supostamente são bem conhecidos: títulos de governadores, unidades militares e rotas principais. Essa informação teria sido acessível aos que viajavam ou estavam envolvidos em administração mas talvez não para outros.
  3. Detalhes locais de rotas, fronteiras e títulos de governadores de cidades que provavelmente seriam desconhecidos a não ser que o escritor tivesse visitado os distritos.
  4. Correlação de datas de reis e governadores conhecidos com cronologia aparente da estrutura em Atos.
  5. Detalhes adequados a data de Paulo ou Lucas na igreja primitiva, mas não adequados as condições prévias ou posteriores.
  6. ’’Coincidências não-planejadas’’ ou detalhes conectivos que ligam Atos as epístolas paulinas.
  7. Correlações internas latentes em Atos.
  8. Detalhes comprovados independentemente, compatíveis com os textos alexandrinos contra os ocidentais. Já que há diferenças entre famílias textuais, a confirmação independente pode ajudar a determinar quando as mudanças foram importadas para a tradição textual de Atos. A leitura secundária pode referir-se a condições de um período posterior e, assim ajudar indiretamente a discriminar períodos de tempo.
  9. Assuntos de conhecimento geográfico comum provavelmente mencionados informal ou alusivamente, com uma exatidão não artificial que demostra familiaridade.
  10. Diferenças estilísticas textuais que indicam que Lucas usou fontes diferentes.
  11. Peculiaridades na seleção de detalhes, tais como a inclusão de detalhes que são teologicamente irrelevantes, mas que podem influenciar o conteúdo histórico.
  12. Peculiaridades em detalhes de ’’caráter imediato’’ que sugerem a referência do autor a experiências recentes. Tais detalhes não indicam o resultado de edição e produção refletida e prolongada.
  13. Referências culturais ou idiomáticas que sugerem um ambiente do século I.
  14. Agrupamentos inter-relacionados que combinam dois ou mais tipos de correlação. Tal leque de conexões possibilita a reconstrução precisa de um fragmento da história a partir do quebra-cabeça de informações.
  15. Exemplos em que novas descobertas e conhecimento ampliado esclarecem informações contextuais. Elas são úteis para o comentarista, mas não influenciam significativamente a historicidade.
  16. Detalhes precisos encontrados no espectro de possibilidades contemporâneas, mas cuja precisão não pode ser comprovada.

Autor bem-informado.

Alguns exemplos das três primeiras categorias ilustram como essas conexões ajudam a datar o trabalho de Lucas e analisar sua precisão. Atos reflete um entendimento profundo do que era do conhecimento geral em 60 d.C, o que pode ser chamado conhecimento especializado do mundo em que Paulo e Lucas viajaram, e conhecimento preciso dos lugares que visitaram.
Conhecimento geral. O título do imperador ’’Augusto’’ é traduzido formalmente ho Sebastos em palavras atribuídas a um oficial romano (Atos 25:21, 25), mas ’’Augusto’’, como o nome concedido ao primeiro imperador, é transliterado Augoustos em Lucas 2:1. Essa diferença também pode ser ilustrada por outros textos.
Fatos gerais de navegação e conhecimento do fornecimento de grãos do imperador são parte da narrativa da viagem de um navio alexandrino até o porco italiano de Putúoli. O sistema de fornecimento do estado foi instituído por Cláudio. Lucas geralmente parece ter cuidado com a descrição de lugares comuns, e vários detalhes terminológicos poderiam ilustrados a partir das inscrições reproduzidas.  Lucas acha necessário explicar alguns termos para seu leitor, mas deixa outros de lado. Lugares de topografia da Judéia ou nomenclaturas semíticas são comentados ou explicados (At 1:12,19), enquanto instituições judaicas básicas não são (1:12; 2:1 ; 4:1).
Conhecimento especializado. O conhecimento da topografia de Jerusalém é demostrado em 1:12, 19 e 3:2,11.
Em 4:6, Anás é descrito como alguém que ainda  tem grande prestígio e com o título de sumo sacerdote depois da sua deposição pelos romanos e da escolha de Caifás (cf. Lc 3:2; Antiguidades 18:2.2; 20.9.1).
Entre termos romanos, 12.4 dá detalhes da organização de uma guarda militar identifica corretamente Chipre como província proconsular (senatorial), com o procônsul residentes em Pafos.
O papel desempenhado em 16:8. Anfípolis e Apolônia são conhecidas por estações (e supostamente locais de pernoite) na Via Ignácia de Filipos a Tessalônica, como em 17.1. Os capítulos 27 e 28 contêm detalhes geográficos e de navegação da viagem para Roma.
Esses exemplos ilustram os diversos lugares e contextos na narrativa sobre os quais Lucas possui informação. O autor de Atos viajou muito nas áreas mencionadas na narrativa ou teve acesso a fontes especiais de informação.
Conhecimento local específico. Além disso, Lucas manifesta grande conhecimento dos locais, nomes, condições, costumes e circunstâncias que caracterizam uma testemunha contemporânea registrando o tempo e os eventos. Em Atos 13 até 28, descrevendo as viagens de Paulo, demonstra conhecimento muito íntimo das circunstâncias locais. A evidência é representada de maneira marcante nas passagens de “primeira pessoa do plural”, quando Lucas acompanhava Paulo, mas vai além delas. Em alguns casos, o conhecimento local específico deve ser descartado porque provas não estão disponíveis. Alguns teólogos também acreditam que algumas afirmações de Lucas ocasionalmente contradizem o conhecimento existente (por exemplo, no caso de Teudas). Vários fatos são confirmados pela pesquisa histórica e arqueológica.
  1. Uma passagem natural entre portos denominados corretamente (13.4,5). O Monte Cássio, ao sul de Selêucia, é visível de Chipre. O nome do procônsul em 13.7 não pode ser confirmado, mas a família de Sérgio Paulo é atestada.
  2. O porto fluvial de Perge era o destino adequado para um navio vindo do Chipre (13.13).
  3. A localização correta da Licaônia (14.6).
  4. A declinação rara mas correta do nome Listra e a linguagem correta falada em Listra. A identificação correta dos dois deuses associados à cidade, Zeus e Hermes (14.12).
  5. O porto correto, Atália, para os viajantes que retornavam (14.25).
  6. A rota correta dos Portões Cilícios (16.1).
  7. A forma correta do nome Trôade (16.8).
  8. Um ponto de referência marcante dos marinheiros na Samotrácia (16.11).
  9. A identificação correta de Filipos como colônia romana. O local correto do rio Gangites perto de Filipos (16.13).
  10. Associação de Tiatira com tingimento de tecidos (16.14). Designações corretas dos títulos das autoridades da colônia (16.20,35,36,38).
  11. Indicação correta dos locais onde viajantes passavam noites sucessivas durante a viagem
(17.1).
  1. A presença de uma sinagoga em Tessalônica
(17.1), e o título correto politarchês para as autoridades (17.6).
  1. A explicação correta de que viagens marítimas são mais convenientes para chegar a Atenas no verão com ventos favoráveis de leste (17.14).
  2. A abundância de imagens em Atenas (17.16), e a referência à sinagoga ali (17.17).
  3. A descrição do debate filosófico na ágora (17.17). O uso correto em 17.18,19 da gíria ateniense usada para descrever Paulo, o termo logos, e o nome correto do tribunal (areospagos)-, a descrição correta do caráter ateniense (17.21). A identificação correta do altar ao “deus desconhecido” (17.23). A reação lógica dos filósofos que negavam a ressurreição corporal. O título correto, areopagiês para um membro do tribunal (17.34).
  4. A identificação correta da sinagoga coríntia (18.4). A designação correta de Gálio como procônsul (18.12). O bêma (local de assento do juiz no tribunal) ainda pode ser visto no fórum em Corinto (18.16).
  5. O nome Turannous (Tirano), atestado numa inscrição do século 1 (19.9).
  6. O culto dos efésios a Ártemis (19.24,27). O culto é bem comprovado, e 0 teatro efésio era 0 local de reuniões da cidade (19.29).
  7. O título correto, grammateus, para o escrivão e o título correto de honra da cidade, neôkoros (19.35). O nome correto para identificar a deu- sa (19.37). A designação correta para os homens da assembléia (19.38). O uso do plural anthupatoi em 19.38 é provavelmente uma referência exata ao fato de que dois homens exerciam juntamente as funções de procônsul nessa época.
  8. O uso da designação étnica precisa beroiaios e do termo étnico asianos (20.4).
  9. O reconhecimento sugerido da importância estratégica dada a Trôade (20.7-13).
  10. A sugestão do perigo da viagem pela costa nessa área levou Paulo a viajar por terra (20.13). A sequência correta dos lugares visitados e o plural neutro correto do nome da cidade de Pátara (21.1).
  11. A rota correta que passava pelo mar aberto ao sul de Chipre favorecida pelo contínuo vento nordeste (21.3). A distância correta entre Ptolemaida e Cesaréia (21.8).
  12. O ritual de purificação característico dos judeus piedosos (21.24).
  13. A representação precisa da lei judaica relativa ao uso da área do templo pelos gentios (21.28).
  14. A posição permanente de um grupo de soldados romanos na Fortaleza Antônia para reprimir tumultos durante festas (21.31). As escadas usadas pelos soldados (21.31,35).
  15. As duas maneiras comuns de adquirir a cidadania romana (22.28). O tribuno fica impressionado com a cidadania romana de Paulo (22.29).
  16. As identificações corretas de Ananias como sumo sacerdote (23.2) e Félix como governador (23.24).
  17. A identificação de uma parada comum na estrada para Cesaréia (23.31).
  18. A observação da jurisdição correta da Cilícia (23.34).
  19. A explicação do procedimento penal provincial (24.1-9).
  20. A concordância com Josefo quanto ao nome Pórcio Festo (24.27).
  21. A observação do direito de apelo de um cidadão romano (25.11 ).A fórmula legal de quibus- cognoscere volebam (25.18). A forma característica de referência ao imperador (25.26).
  22. A identificação correta das melhores rotas de navegação da época (27.4).
  23. O uso de nomes geralmente unidos da Cilícia e Panfíliapara descrever acosta (27.5).A referência ao porto principal onde se poderia encontrar um navio de partida para a Itália (27.5). A observação da passagem tipicamente lenta para Cnido por causa do vento nordeste (27.7). A localização de Bons Portos e Laséia (27.8) e a descrição correta de Bons Portos tendo más instalações portuárias para 0 inverno (27.12).
  24. Descrição da tendência do vento sul, naquelas regiões climáticas, virar repentinamente um vento nordeste violento, o gregale (27.13). A característica corretamente descrita de que um navio com velas quadradas não tem opção se- não ser levado por ventos fortes (27.15).
  25. O nome e local precisos dados para a ilha de Cauda (27.16). As manobras corretas dos marujos durante uma tempestade (27.16-19). A décima quarta noite julgada pelos navegadores mediterrâneos experientes como sendo hora apropriada para essa jornada numa tempestade (27.27). O termo correto para essa parte do mar Adriático naquela época (27.27). O termo preciso, bolisantes, para sondar a profundidade lançando o prumo (v. 28). A posição de provável aproximação de um navio prestes a encalhar diante de um vento leste (27.39).
  26. A descrição correta do severo castigo que recairia sobre soldados que deixassem um prisioneiro fugir (27.42).
  27. A descrição precisa das pessoas e superstições locais da época (28.4-6).
  28. O título correto protos (tes nêsou) de um homem na posição de liderança ocupada por Públio nas ilhas.
  29. A identificação correta de Régio como refúgio para esperar um vento sul que levasse o navio pelo estreito (28.13).
  30. A praça de Ápio e as Três Vendas como para- das na Via Ápia (28.15).
  31. A prática comum da custódia de um soldado romano (28.16) e as condições de prisão paga pelo próprio prisioneiro (28.30,31).
Conclusão
A historicidade do livro de Atos dos apóstolos é confirmada por evidências incontáveis. Não há nada igual à quantidade de provas detalhadas em qualquer outro livro da antiguidade. Isso não é apenas uma confirmação direta da fé cristã primitiva na morte e ressurreição de Cristo, mas também, indiretamente, do registro do evangelho, já que 0 autor de Atos (Lucas) também escreveu um evangelho detalhado. Esse evangelho é diretamente paralelo aos outros dois evangelhos sinóticos. A melhor evidência indica que esse material foi composto até 60 d.C., apenas 27 anos depois da morte de Jesus. Isso significa que foi escrito durante a vida de testemunhas dos eventos registrados (cf. Lucas 1.1-4). Isso não permite tempo para qualquer suposto desenvolvimento mitológico feito por pessoas que viveram depois dos acontecimentos. O historiador Sherwin-White observou que as composições de Heródoto nos ajudam a determinar a velocidade com que lendas se desenvolvem. Ele concluiu que
os testes sugerem que até mesmo duas gerações são muito curtas para permitir que a tendência mitológica prevaleça sobre a precisão histórica da tradição oral (Sherwin- White, p. 190).
Julius Müller (1801 -1878) desafiou teólogos da sua época a mostrar um exemplo sequer em que um evento histórico desenvolvesse muitos elementos mitológicos numa só geração (Müller, p.29). Não existe nenhum.

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